Garantido em Tóquio, Michel Pessanha fala sobre o sonho da medalha olímpica
Remador paralímpico rubro-negro acredita que estará no auge da performance em 2021
Por Helena Petry - emA notícia do adiamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, ainda em março, mudou o planejamento de todos os grandes esportistas do mundo. Atletas que estavam às vésperas da disputa mais importante de suas vidas foram obrigados a parar de competir e treinar. Foi o caso de Michel Pessanha, que, já garantido na Paralimpíada, se viu diante de um cenário nunca antes imaginado, tendo que adiar um sonho. A busca pela medalha olímpica, entretanto, segue mais viva do que nunca.
“Eu tenho um pensamento de agradecer por tudo. Se não aconteceu, não era o momento. Agora eu tenho quase um ano a mais para me preparar, então acho que vai ser a hora certa. Em 2021, meu preparo vai ser ainda melhor”, garante o remador paralímpico.
Experiente, Michel iniciou a carreira na modalidade em 2013, quando chegou ao Flamengo. No início, conciliava os treinos com o trabalho de mecânico, mas o talento e a paixão fizeram com que ele decidisse se dedicar exclusivamente ao esporte. Se tornou campeão brasileiro, sul-americano e mundial, virando referência no remo paralímpico, e participou dos Jogos do Rio em 2016, terminando na sétima colocação.
Desde março, entretanto, Michel não sentia o prazer de estar dentro d’água. Assim como os demais remadores rubro-negros, ele recebeu um aparelho remoergômetro emprestado pelo clube para que pudesse seguir os treinamentos em casa enquanto cumpria a quarentena. Após cerca de quatro meses confinado, Pessanha, enfim, está de volta à Gávea.
“O contato com a água, a galera do clube, os profissionais, faz muita falta, é totalmente diferente. A equipe toda está me dando um suporte para que eu consiga dar o meu melhor. Só tenho a agradecer ao clube e a todos os profissionais que estão envolvidos na minha preparação para Tóquio”, disse Michel sobre o retorno.
O remador falou ainda sobre as expectativas para a temporada e os Jogos Paralímpicos de 2021.
“Estou trabalhando com o Paulo, psicólogo, e a Renata, nutricionista que me acompanha desde 2014, ambos do CUIDAR, então acho que, na soma geral, vou chegar no ano que vem com um preparo ainda melhor que o deste ano, acredito que vou estar no meu auge”, comentou o rubro-negro. “Meu sonho é ter uma medalha olímpica. Entrei em 2013 com esse objetivo e até hoje trabalho duro para realizar esse sonho com toda a equipe. Eu falo que o Michel sozinho não é nada, tenho o suporte dos melhores profissionais no clube e na Seleção Brasileira. São muitas pessoas trabalhando em cima do atleta para extrair o melhor, então tenho fé que vai dar tudo certo e quero sair de lá com uma medalha”.
Ainda sem datas definidas, o calendário do remo paralímpico conta com duas importantes competições antes de Tóquio: a Regata Internacional de Gavirate, na Itália, e a Copa do Mundo. Atletas que brigarão pelo pódio na Olimpíada competirão nos torneios, que servirão como um “termômetro” para análises da realidade de cada país no ranking.
As equipes de remo do Clube de Regatas do Flamengo contam com recursos de seus patrocinadores – Estácio, AmBev, Rede D’or, IRB Brasil RE, CSN, Brasil Plural, EY – via Lei de Incentivo Federal/Ministério do Esporte (IR) e Lei de Incentivo Estadual/Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude (Seelje) do Rio de Janeiro, além de apoio do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) proveniente da descentralização de recursos oriundos da Lei Pelé.