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Maior família no Pan

Time feminino de pólo aquático conta com três irmãs que começaram tarde na modalidade e ainda têm o pai como auxiliar técnico na seleção.

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Matéria publicada no jornal Folha de São Paulo sobre a família Canetti, que representará o Brasil no Pan\ Recorde familiar do Pan será do pólo aquático.\

Luís Ferrari - Enviado Especial ao Rio

Manuela Canetti defende e passa para Cecília Canetti, que aciona Mariana Canetti para fazer o gol. Do banco, o auxiliar técnico Antônio Canetti participa da comemoração.

Essa festa em família pode acontecer nas piscinas do Pan do Rio com o time feminino de pólo aquático, a única modalidade da delegação brasileira que conta com três irmãs e, de quebra, tem ainda o pai na comissão técnica.

Apesar de aparentemente estar no DNA da família, o pólo aquático entrou tardiamente na vida das meninas, responsáveis pela revitalização da modalidade feminina no Rio. Em 2001, cansada da natação, Mariana, hoje com 24 anos, resolveu se arriscar com as irmãs na escolinha do Flamengo, onde o pai ensinava.

"Tinha 18 anos na época e morria de vergonha, porque só havia meninos treinando", conta a centro (atleta que faz a função de pivô na modalidade), que começou no esporte mais velha do que habitualmente ocorre (por volta de 14 anos).

Cecília, 20, então convenceu uma vizinha delas e colega da natação a treinar junto, para a irmã ficar mais à vontade. A seguir, outras amigas do Flamengo seguiram os passos.

"Tínhamos dois meses de pólo e logo fomos campeãs no primeiro Estadual que jogamos. Desde então, o Flamengo sempre teve equipes femininas", lembra Cecília, que é marcadora de centro.

O sucesso da irmã mais velha foi rápido. Em 2003, ela já estava no elenco que ficou com o bronze no Pan de Santo Domingo. "Lá, o Rochinha (Ricardo Rocha Azevedo, brasileiro treinador da seleção masculina dos EUA à época) convidou a Mariana para ir treinar em Long Beach, na Califórnia", narra Cecília, que, no ano passado, seguiu o caminho.

A mais velha conclui neste ano curso que ensina a cultura dos povos que povoam o continente, com ênfase no norte-americano. Cecília se matriculou em educação física, mas pensa em migrar para outra área, ligada às artes.

A goleira Manuela, 18, também já recebeu convite para ir aos EUA, mas tergiversa. "Não sei se quero ir", declara ela, de maneira mais tímida que as duas mais velhas, que dizem ter evoluído muito lá.

Únicas representantes de clubes cariocas na seleção, o trio tem fama de viver unido no time nacional. "O técnico brinca, falando que somos mais grudadas que Amanda e Tess (também da seleção), que são gêmeas", aponta Marina.

Mas não significa cordialidade desportiva. Cecília e Mariana costumam travar disputas acirradas. "Por ser minha irmã, tenho menos medo de machucá-la do que quando marco outras centros", diz a primeira.

"Se me machucar, vai levar o troco", retruca a outra.