Tributo a Jayme Rodrigues de Carvalho
Fundador da Charanga Rubro-Negra, primeira torcida organizada do país, nos deixava há 40 anos
Por Isabela Abirached - em
Pioneiro das Torcidas Organizadas. Grande Benfeitor do Futebol Brasileiro. Torcedor dos Torcedores. Sócio-proprietário do Clube de Regatas do Flamengo. Todas estas alcunhas e títulos pertencem a um ilustre rubro-negro soteropolitano: Jayme Rodrigues de Carvalho. Nascido em 9 de dezembro de 1911, Jayme carregava desde então em sua naturalidade baiana a grandeza nacional do gigante Flamengo e não se despediu da vida sem antes escrever seu nome na história do maior clube do Brasil, como o fundador da primeira torcida organizada do país, a Charanga Rubro-Negra. Neste 4 de maio de 2016, completam-se 40 anos que Jayme nos deixou.
Casado com dona Laura - que, segundo as boas línguas, realizou a proeza de ser ainda mais rubro-negra que seu cônjuge - Jayme foi pai de três: Sueli, Sali e Tadeu, os convidados mais estimados de suas festas nas arquibancadas. Senhor de respeito, se chateava com ofensas proferidas pelos torcedores mais jovens ao árbitro e aos atletas, inclusive os adversários. Para Jayme, torcida foi feita para se esgoelar pelo time do coração - palavra do fundador da primeiríssima delas.
A lira dourada bordada ao lado esquerdo do peito rubro-negro ostentava o espírito de tradição e vanguarda da Charanga, criada em 1942. O nome foi presente de um dos maiores flamenguistas de todos os tempos, o grande compositor brasileiro Ary Barroso, que não podia deixar de notar aquele grupo de barulhentos que seguia o Flamengo por todos os campos da cidade, enquanto torcia ou exercia seu outro ofício, o de narrador esportivo - sempre descaradamente parcial nas locuções abarrotadas de amor escancarado pelo Mengo.
Além do esquadrão rubro-negro, acompanhou por duas vezes a Canarinho em Copas do Mundo, por ter sido eleito representante da torcida brasileira em concurso promovido por um jornal da época. Infortunadamente, os capitães das seleções de 1954 (Suiça) e 1966 (Inglaterra) não tiveram a felicidade de levantar a taça diante de Jayme. Considerado por todos os clubes da Federação Carioca de Futebol como Símbolo do Torcedor, lhe foi concedida uma pensão vitalícia, que nunca seria capaz de quitar a dívida que tem o futebol com o Primeiro dos Torcedores.
O homem responsável por liderar milhões de rubro-negros apaixonados a desfilar seu flamenguismo nos estádios e entoar as músicas que, até hoje, empolgam torcedores e time, nas cadeiras - outrora cimento - e nos gramados, dirigiu a mais tradicional torcida do Mais Querido por mais de três décadas. A admiração que ganhou por seu pioneirismo e popularidade se traduziu nos presentes na data de seu enterro: líderes de torcidas rivais compareceram em peso, fazendo questão de dar seu último adeus ao exemplar Jayme.
Poucas vezes sua pele rubro-negra foi vista sem estar coberta pelo Manto Sagrado e foi com seu traje favorito que Jayme foi para o túmulo, sem esquecer do pavilhão do Flamengo e da Charanga envolvendo o caixão. Depois do dia 4 de maio de 1976, suas canções passaram a ser ouvidas de perto pelos anjos e santidades - ele não poderia chegar aos céus malvestido!
Torcer pelo Flamengo é torcer, incansavelmente, até o fim da vida - e, para aqueles que assim acreditam, por que não nas próximas? É sob esta premissa que afirmamos: os acordes da Charanga, do saudoso Jayme, ecoarão eternamente acima das nuvens e nas lembranças gravadas sobre os degraus das arquibancadas.
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Missa de Ação de Graças
Neste sábado, dia 7 de maio, às 11h, haverá uma missa de Ação de Graças na Capela de São Judas Tadeu, no Clube de Regatas Flamengo, pelo 40º ano de falecimento do pioneiro das torcidas organizadas do Brasil, Jayme Rodrigues de Carvalho, fundador da Charanga Rubro-Negra. Após a missa, a instituição promoverá um evento em sua homenagem com descerramento de placa no acesso à arquibancada do estádio José Bastos Padilha.
Casado com dona Laura - que, segundo as boas línguas, realizou a proeza de ser ainda mais rubro-negra que seu cônjuge - Jayme foi pai de três: Sueli, Sali e Tadeu, os convidados mais estimados de suas festas nas arquibancadas. Senhor de respeito, se chateava com ofensas proferidas pelos torcedores mais jovens ao árbitro e aos atletas, inclusive os adversários. Para Jayme, torcida foi feita para se esgoelar pelo time do coração - palavra do fundador da primeiríssima delas.
A lira dourada bordada ao lado esquerdo do peito rubro-negro ostentava o espírito de tradição e vanguarda da Charanga, criada em 1942. O nome foi presente de um dos maiores flamenguistas de todos os tempos, o grande compositor brasileiro Ary Barroso, que não podia deixar de notar aquele grupo de barulhentos que seguia o Flamengo por todos os campos da cidade, enquanto torcia ou exercia seu outro ofício, o de narrador esportivo - sempre descaradamente parcial nas locuções abarrotadas de amor escancarado pelo Mengo.
Além do esquadrão rubro-negro, acompanhou por duas vezes a Canarinho em Copas do Mundo, por ter sido eleito representante da torcida brasileira em concurso promovido por um jornal da época. Infortunadamente, os capitães das seleções de 1954 (Suiça) e 1966 (Inglaterra) não tiveram a felicidade de levantar a taça diante de Jayme. Considerado por todos os clubes da Federação Carioca de Futebol como Símbolo do Torcedor, lhe foi concedida uma pensão vitalícia, que nunca seria capaz de quitar a dívida que tem o futebol com o Primeiro dos Torcedores.
O homem responsável por liderar milhões de rubro-negros apaixonados a desfilar seu flamenguismo nos estádios e entoar as músicas que, até hoje, empolgam torcedores e time, nas cadeiras - outrora cimento - e nos gramados, dirigiu a mais tradicional torcida do Mais Querido por mais de três décadas. A admiração que ganhou por seu pioneirismo e popularidade se traduziu nos presentes na data de seu enterro: líderes de torcidas rivais compareceram em peso, fazendo questão de dar seu último adeus ao exemplar Jayme.
Poucas vezes sua pele rubro-negra foi vista sem estar coberta pelo Manto Sagrado e foi com seu traje favorito que Jayme foi para o túmulo, sem esquecer do pavilhão do Flamengo e da Charanga envolvendo o caixão. Depois do dia 4 de maio de 1976, suas canções passaram a ser ouvidas de perto pelos anjos e santidades - ele não poderia chegar aos céus malvestido!
Torcer pelo Flamengo é torcer, incansavelmente, até o fim da vida - e, para aqueles que assim acreditam, por que não nas próximas? É sob esta premissa que afirmamos: os acordes da Charanga, do saudoso Jayme, ecoarão eternamente acima das nuvens e nas lembranças gravadas sobre os degraus das arquibancadas.
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Missa de Ação de Graças
Neste sábado, dia 7 de maio, às 11h, haverá uma missa de Ação de Graças na Capela de São Judas Tadeu, no Clube de Regatas Flamengo, pelo 40º ano de falecimento do pioneiro das torcidas organizadas do Brasil, Jayme Rodrigues de Carvalho, fundador da Charanga Rubro-Negra. Após a missa, a instituição promoverá um evento em sua homenagem com descerramento de placa no acesso à arquibancada do estádio José Bastos Padilha.