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Os homônimos do craque

História de Zico no Flamengo inspirou pais a nomearem seus filhos como o Galinho

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O maior ídolo de uma Nação de 40 milhões de pessoas. Não só isso, um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro e mundial. É de se esperar que alguém com esta importância inspire apaixonados e fanáticos. Filhos de pais rubro-negros, são muitos os casos de 'Arthures' que têm este nome por causa de um homem: Arthur Antunes Coimbra.

Um deles é Arthur Chrispin. Morador do Recife, mas carioca de nascimento, ele conta sua história no texto 'Persona', publicado em seu blog: "Meu pai, africano malemolente, trabalhava num navio, moeu o dedo em um pilão e foi a um hospital no Brasil. O navio foi embora e meu pai ficou no Brasil com a roupa do corpo. E nesta aventura, papai se apaixonou pelo Flamengo. [...] E depois conheceu minha mãe, se apaixonou por ela, embora continuasse apaixonado pelo Flamengo. E eis que vim. E na hora de discordar do nome, a sugestão de consenso foi Arthur. [...] Se dependesse dele, era Arthur Antunes Coimbra II.". Confira o texto completo.

Arthur Bôa, estudante e repórter da rádio Bradesco Esportes FM, também contou com interferência do pai. "Meus pais não sabiam qual ia ser o sexo do bebê, mas poucos meses antes de nascer descobriram que eu seria homem. Acabaram tendo pouco tempo para escolher meu nome. Meu pai, Rubro-Negro que é, pensou logo em Arthur. Minha mãe não é muito fã de futebol e torce para outro time, então meu pai, sabendo que ela não ia gostar se soubesse que é por causa do Zico, não citou este detalhe. Só algum tempo depois, quando ela já estava acostumada com a ideia, é que ele admitiu a inspiração."

Evidentemente, as semelhanças entre ambos vão além do nome. A paixão pelo Flamengo e a admiração pelo Galinho de Quintino é comum a todos. Chrispin, nascido em 1978, viu seu ídolo jogar: "Flamengo 3 x 1 Santa Cruz, 1987. Zico acabou com o jogo. Pelas coisas que meu pai me contava, eu achava que Zico era super-herói. Quando o vi em campo, tive certeza.". O estudante, mais novo, contou com ajuda da tecnologia: "Meu pai sempre foi fanático pelo Flamengo e frequentava o Maraca. Quando eu era pequeno, por medo de me levar, ele me mostrava fitas de video com lances e gols do Zico. Assistíamos juntos."

A vontade de conhecer o Camisa 10 da Gávea também é característica que os une. "Nunca encontrei com o Zico, mas já tive oportunidade de escrever um texto pra ele em um livro. O texto se chama "Então é Natal" e está na coletânea 'Simplesmente Zico'", conta o morador do Recife. O segundo teve uma oportunidade: "Fui numa palestra com ele. Depois do evento, fui pedir para ele autografar uma camisa minha e disse que me chamo Arthur. Ele me perguntou se era com H ou sem H, no que respondi com uma pergunta: 'Zico, o seu é com ou sem H?'. 'Com H', ele disse. Eu completei: 'O meu é com H também. É uma homenagem a você, Zico."

E o amor de Arthur Chrispin pelo Flamengo, que veio através de seu pai, se repete na família. O morador do Recife recentemente teve um filho e tenta transmitir a paixão, apesar da distância. "Eu sou Flamengo desde antes de nascer. Meu pai é estrangeiro, mas se apaixonou pelo time. Minha mãe torce pra outro time, mas eu nunca olhei pra Vasco, Fluminense e Botafogo com simpatia. Faz anos que moro longe do Rio, mas quando o Flamengo está perto de mim, faço tudo para vê-lo jogar. E tento passar este amor para meu filho. É difícil, porque amor à distância tem muitas complicações, mas é possível. Ele já escolhe o uniforme dele e usa quando quer". Gabriel, segundo filho de Arthur, nasceu no dia 14 de novembro: um dia antes do aniversário do Clube de Regatas do Flamengo. Com apenas duas semanas de vida, o pequeno vestiu o Manto Sagrado para acompanhar a final da Copa do Brasil de 2013. "O camisa 10 do time à época também era Gabriel e, na primeira vez que usou a camisa, meu filho viu o Flamengo ser campeão. Ele é pé-quente!", brinca o pai orgulhoso.