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Luiz Eduardo Baptista fala sobre a evolução do faturamento rubro-negro

Vice-presidente atribui o sucesso de gestão ao bom trabalho em equipe

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Com quase dois anos na vice-presidência de Marketing, o vice-presidente da pasta Luiz Eduardo Baptista tem comandado os resultados da área que alcançou a maior arrecadação entre clubes brasileiros em 2014. Na segunda parte da entrevista (leia a primeira aqui), Bap revela mais sobre o trabalho pelo clube visando dias melhores ao Mais Querido. 

Confira a segunda parte da entrevista:

Como tem sido a evolução administrativa do clube?
Bap: Um dos maiores orgulhos que tenho neste tempo que estou aqui é ouvir de dois parceiros que tinham dúvida sobre o nosso futuro e hoje acreditam no Clube de Regatas do Flamengo. Não seria ingenuo de pensar, porque nós fizemos um dever de casa muito duro de ser implementado em qualquer clube de futebol do Brasil, em particular do Flamengo por sua dimensão, que não existe nada de errado. A gente sabe que, para curarmos problemas sérios, temos de tomar medicamentos que eventualmente não fazem você se sentir tão bem, ou não trazem o resultado esperado a curto prazo. O Flamengo está num processo de recuperação importante. A evolução é positiva, mas o clube não está sanado como um todo.

Eu, como rubro-negro, tenho uma contaminação, um viés de torcedor de que todo mundo deveria acreditar no Flamengo. Falta combinar com o mundo (risos). Isso é um trabalho que tem que ser conquistado. O fato de termos ido muito bem até agora, e termos conseguido manter isso, além de eu poder fazer parte desta equipe que me encho de orgulho, me faz entender que tenho um trabalho a ser feito com relação à credibilidade. Acredito que no dia em que os fornecedores acreditarem que investir no Clube de Regatas do Flamengo é fundamental - independentemente de pessoas como eu, ou os colegas que estão comigo aqui no clube comigo hoje -, que o clube aporta credibilidade, vai ser um momento de realização importante.

Penso que passamos com louvor nesses dois primeiros anos, mas sei que anos difíceis podem aparecer na nossa frente. Então, mantendo o que conquistamos agradecemos a confiança de todos visando expandir nossas fronteiras para que, aí então, daqui a um ou dois anos, independentemente se é o Bap que está no marketing, ou o João, ou o Pedro ou a Maria; mais competente, ou menos competente; que a instituição Clube de Regatas Flamengo seja tão forte, tão sólida, que a reputação seja do clube e não das pessoas. Esse é o caminho importante para a gente.

Os balanços trimestrais, principalmente os últimos, publicados no site oficial, foram muito positivos, boa parte em função do faturamento do da pasta. Como isso se relaciona com o trabalho do clube?
Bap: Faturamento do clube, na verdade. O marketing é um pedaço do clube. Acho que esse é um trabalho em equipe, né? A gente divulgou a nossa chapa, nossos princípios, sempre dizendo que o Flamengo era muito grande. Não existe um salvador, um Messias para salvar o Flamengo. O que vai salvar o Flamengo é um grupo de pessoas que queiram trabalhar de maneira despojada pelo clube. O marketing cumpre com uma função, mas se a parte de finanças não fosse bem feita, seguramente eu não conseguiria vender o que a gente vende de marketing. Se falássemos A e fizéssemos B, provavelmente isso depois de algum tempo não se sustentaria. Entendo que esse resultado é fruto de um trabalho coletivo, de várias pessoas muito competentes que estão no clube dia após dia. Para trabalhar no Flamengo o cara tem que ser bom profissional. Vejo que esse processo de profissionalização também ajudou a gente a realizar e provar a química do discurso. A gente tinha o discurso e agora tem a prática. Acho que esse conjunto dos esforços de todos é que fez com que o Flamengo pudesse de forma constante e consistente ter evoluções positivas.

Outro resultado positivo é a menor dependência das costas de TV, em cerca de 20%. A tendência é diminuir?
Bap: Quando a gente assumiu o Clube de Regatas do Flamengo, a televisão era quase 65% da receita do clube. Só tinha isso e mais nada. Algumas pessoas costumam dizer que o Flamengo não arrecadava nada e agora arrecada 300 milhões e cobram jogadores. Isso é mais ou menos como tua mulher gastar 10 mil no cartão de crédito, você receber um aumento para 12 mil, e a tua mulher querer gastar esse montante todo. Acreditam que o dinheiro que entra não tem que fazer frente a nenhuma dívida do passado. 

Senhoras e senhores, infelizmente a gente tinha uma dívida de 750 milhões de reais no clube. Essa dívida foi abatida em quase 200 milhões em dois anos. Escuto muita gente dizendo que não é isso que está no balanço, mas esse balanço é do dia 30 de junho. Para quem não entende disso, é como se o extrato bancário do Flamengo em 30/06/2014 acusasse uma redução de endividamento menor que 200 milhões. Hoje, estamos em dezembro, todo mês reduzimos um pouco a dívida. Mas, no próximo balanço, as pessoas poderão comparar as informações. O que não se pode é uma pessoa querer comparar uma fotografia com um filme. A fotografia foi tirada no dia 30 de junho, evoluiu ao longo dos meses. A gente não está mentindo, estamos antecipando, de forma transparente, a evolução que vai além do que foi estabelecido em 30/06/2014. Por isso que a gente solta o relatório da transparência, para esclarecer esse tipo de dúvida.

A situação do Flamengo como um todo é muito positiva. Para quem devia 750 milhões de reais, estar devendo hoje 500 e poucos, é algo importante. O Flamengo começa o jogo por ano devendo 150 milhões de reais de imposto. Os primeiros 150 milhões que faturamos, são só pra pagar dívida do passado. O restante arrecadado é para pagar remo, clube social, futebol, esportes olímpicos... A saída do Flamengo é continuar arrecadando sempre mais. Por isso, é importante sempre agradecer aos patrocinadores que têm confiado na gente e colocado dinheiro aqui dentro para garantir receitas recorrentes. No limite, quanto menor for a receita de televisão utilizada, melhor. Adoraria ter 200 milhões de cota de TV por ano, e isso ser 10% de toda a receita do clube, mas ainda temos que trabalhar duro para isso. Mas, em números absolutos, a televisão ainda é o maior e mais importante patrocinador do Flamengo.  

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