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Flamengo faz doação de Manto e vídeos para Fundação de Albert Flórián

Craque húngaro foi único de seu país a receber a Bola de Ouro em 1967 e só vestiu três camisas na vida: de seu clube de Budapeste, da Hungria e do Flamengo

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No último domingo (15), completaram-se exatos 50 anos do dia em que o craque húngaro Albert Flórián, falecido em 2011, com 70 anos, vestiu o Manto Sagrado. Na mesma semana, seus filhos Albert e Magdolna celebraram a data com um grande presente do Flamengo: um Manto Sagrado personalizado com o nome do ídolo e o número 9 nas costas, além de vídeos dos grandes jogadores rubro-negros da década de 1960 Silva Batuta e Paulo Henrique - que dividiram o gramado com Flórián na Taça Rivadávia Correia Meyer, disputada com o Vasco, em 1967. Eleito Bola de Ouro no mesmo ano, o húngaro defendeu o Manto Sagrado em duas partidas contra o Cruzmaltino, na Gávea e em General Severiano. A camisa vermelha e preta foi uma das três que Albert vestiu em toda sua vida, ao lado dos uniformes da seleção da Hungria e do Ferencváros, de Budapeste.

Junto aos presentes, o presidente Eduardo Bandeira de Mello e o vice-presidente de Patrimônio Histórico, Roberto Magalhães Diniz, enviaram à Albert Flórián Sport Foudation uma carta destacando a honra de ter recebido o contato dos filhos do ídolo húngaro.

Prezados,

Foi com muita satisfação que recebemos a incumbência de resgatar as incríveis histórias sobre a permanência do craque Albert Flórián, Bola de Ouro pela France Football em 1967, no Rio de Janeiro e no Clube de Regatas do Flamengo. Após um trabalho executado com muito carinho enviamos as entrevistas com nossos ex-atletas Silva Batuta e Paulo Henrique, juntamente com as transcrições traduzidas para o inglês e as camisas personalizadas.

Esperamos que o material possa não só enriquecer a vossa exposição, como também eternizar um episódio marcante no mundo do esporte.
   
Saudações Rubro-Negras,

Eduardo Bandeira de Mello e Roberto Magalhães Diniz


A fundação celebra os 75 anos de nascimento do ídolo húngaro com uma exposição sobre sua carreira que funcionará até o dia 30 de maio dentro do Museu do Ferencvárosi, em Budapeste, organizada pelos filhos de Flórián, que pediram ao clube as lembranças da breve porém marcante passagem do pai pela Gávea.

Como Albert vestiu rubro-negro
A convite do vice-presidente rubro-negro sueco Gunnar Goransson e pelo presidente Luiz Roberto Veiga Brito, Flórián passou duas semanas no Rio de Janeiro. O craque promoveu a disputa da Taça Rivadávia Correia Meyer, um torneio de pré-temporada com dois jogos entre Flamengo e Vasco. Na primeira partida, no solo sagrado da Gávea, Albert atuou os 90 minutos e, mesmo sem balançar a rede, viu o Mais Querido vencer por 2 a 0. Mas no jogo de volta em General Severiano, o Vasco deu o troco pelo mesmo placar e levou o troféu, já que o regulamento previa entrega do prêmio ao clube convidado no caso de dois resultados inversos.

Curiosamente, Flórián voltou à sua terra natal sem saber o resultado da partida: pensando estar atrasado para o voo da volta, ele correu para o aeroporto antes mesmo do final do duelo - substituído por Fio - e lá descobriu que o avião só sairia em três horas.

O samba da Estácio de Sá de 1995 em homenagem ao centenário do Flamengo diz que "vestiu rubro-negro, não tem pra ninguém". Pois bem. Naquele mesmo ano, o craque foi eleito Bola de Ouro, superando a lenda inglesa Bobby Charlton por 28 votos, sagrando-se o único húngaro ganhador do troféu. É claro que sua qualidade com a bola no pé o levou a este patamar - mas não podemos deixar de lado o sempre pé quente Manto Sagrado.