Aulas de "rubro-negrismo": clube inicia projeto de palestras sobre a história do Flamengo
Primeiro palestrante, Doutor em História Social, Renato Coutinho volta no tempo até a gestão do presidente José Bastos Padilha para explicar popularidade do Mais Querido a sócios e sócios-torcedores
Por Isabela Abirached - em
O Departamento de Patrimônio Histórico do Flamengo começa no dia 29 de
agosto um projeto de palestras que promete resgatar as raízes do clube
mais amado do país. Sendo um dos objetivos culturais da pasta, o
movimento leva Renato Soares Coutinho, Doutor em História Social, à sede
da Gávea para estrear como primeiro palestrante, no tradicional
auditório Rogério Steinberg, às 19h. Os associados do clube e
sócios-torcedores interessados devem confirmar presença até as 15h do
dia 28 de agosto pelo e-mail rsvp@flamengo.com.br.
"O projeto 'Palestras' está dentro do planejamento do Patrimônio Histórico há muito tempo. Desde a criação desta Vice-Presidência, em 2013, passando pela alteração do Estatuto, em 2014, quando a cultura passou a ser também um objetivo do clube, estamos trabalhando em muitas frentes. Agora chegou o momento de a Nação conhecer com mais profundidade a nossa história de quase 122 anos. Renato Coutinho é um grande e valoroso rubro-negro e, como estudioso que é, achamos esse encontro uma rara oportunidade para difundir grandes momentos da construção do clube. Teremos também a presença ilustre da filha do presidente Bastos Padilha, Adriana. Será uma noite rica em cultura rubro-negra", comemora o responsável pelo Departamento de Patrimônio Histórico do Flamengo, Daniel Rosenblatt, que promete mais eventos como esse. "A palestra é o piloto de muitas que virão. Todas as gerações estão convidadas. Caso a demanda desta primeira experiência supere nossas expectativas, a ideia é repetimos em setembro o mesmo tema", disse.
Doutor em História Social pela UFF e professor de História do Brasil da Universidade Castelo Branco, Coutinho é autor do livro "Um Flamengo grande, um Brasil maior: Clube de Regatas do Flamengo e o imaginário político nacionalista popular", que estará à venda no dia da palestra por R$50 (pagamento somente em dinheiro). A publicação nasceu da tese de doutorado apresentada em 2013. Analisando o período entre 1933 e 1955, o autor busca explicar o mistério da paixão rubro-negra: como o clube se tornou o mais popular do Brasil, passando as fronteiras do Rio de Janeiro. Um dos caminhos, o profissionalismo implantado no Flamengo na década de 1930, foi uma empreitada do então presidente José Bastos Padilha.
"Cheguei ao tema Flamengo preocupado em entender a popularidade do Governo Vargas e meu ponto de partida foi compreender como instituições se popularizaram articuladas ao Governo Vargas, como o nacionalismo foi um elemento central para o discurso nacional-popular dele. E o clube foi uma das instituições que se articularam com isso. Na época, de 1933 a 1937, o presidente do Flamengo era o José Bastos Padilha e a família dele me ajudou muito na pesquisa", revela Coutinho, que já foi a fundo no tema, com outras publicações sobre o Mais Querido, mas sem jamais perder a imparcialidade.
De toda forma, para Coutinho, a emoção de expor seu trabalho é ainda mais especial por estar no seu clube de coração.
"A primeira sensação é de recompensa. Foram anos estudando, trabalhando muito, fiz doutorado sem bolsa. Produzi, pesquisei, fiquei muito tempo em arquivo. Agora sinto uma enorme satisfação em poder fazer essa articulação do ambiente acadêmico com o clube pela primeira vez. E além disso, dá ânimo perceber que o campo de história dos clubes de futebol está se abrindo. O Flamengo ainda tem muito material a ser estudado para construir uma cultura de memória do clube. Tomara que este seja um estímulo para atração de outros pesquisadores. Não podemos viver só da memória do apaixonado, mas também de pesquisas e estudos do Flamengo, que é a instituição mais popular do Brasil no Século XX", finalizou.
Palestra | Gestão de José Bastos Padilha - 1933 a 1937
Dia 29 agosto, às 19h
Auditório Rogério Steinberg
Clube de Regatas do Flamengo - 2º andar
Av. Borges de Medeiros, 997 – Lagoa
Local sujeito a lotação. Vagas limitadíssimas.
Sobre o palestrante
Renato Soares Coutinho é graduado em História com bacharelado e licenciatura plena pela Universidade Federal Fluminense. Concluiu em março de 2008 o mestrado em Ciência Política pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em março de 2013, concluiu o doutorado em História Social pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal Fluminense.
Atualmente, ministra os cursos de História do Brasil Colonial e História do Brasil Republicano na Universidade Castelo Branco. Em sua produção bibliográfica, tem artigos publicados sobre o clássico Fla-Flu, construção da Nação Rubro-Negra, futebol atrelado à identidade nacional e à cultura política, e outros.
"O projeto 'Palestras' está dentro do planejamento do Patrimônio Histórico há muito tempo. Desde a criação desta Vice-Presidência, em 2013, passando pela alteração do Estatuto, em 2014, quando a cultura passou a ser também um objetivo do clube, estamos trabalhando em muitas frentes. Agora chegou o momento de a Nação conhecer com mais profundidade a nossa história de quase 122 anos. Renato Coutinho é um grande e valoroso rubro-negro e, como estudioso que é, achamos esse encontro uma rara oportunidade para difundir grandes momentos da construção do clube. Teremos também a presença ilustre da filha do presidente Bastos Padilha, Adriana. Será uma noite rica em cultura rubro-negra", comemora o responsável pelo Departamento de Patrimônio Histórico do Flamengo, Daniel Rosenblatt, que promete mais eventos como esse. "A palestra é o piloto de muitas que virão. Todas as gerações estão convidadas. Caso a demanda desta primeira experiência supere nossas expectativas, a ideia é repetimos em setembro o mesmo tema", disse.
Doutor em História Social pela UFF e professor de História do Brasil da Universidade Castelo Branco, Coutinho é autor do livro "Um Flamengo grande, um Brasil maior: Clube de Regatas do Flamengo e o imaginário político nacionalista popular", que estará à venda no dia da palestra por R$50 (pagamento somente em dinheiro). A publicação nasceu da tese de doutorado apresentada em 2013. Analisando o período entre 1933 e 1955, o autor busca explicar o mistério da paixão rubro-negra: como o clube se tornou o mais popular do Brasil, passando as fronteiras do Rio de Janeiro. Um dos caminhos, o profissionalismo implantado no Flamengo na década de 1930, foi uma empreitada do então presidente José Bastos Padilha.
"Cheguei ao tema Flamengo preocupado em entender a popularidade do Governo Vargas e meu ponto de partida foi compreender como instituições se popularizaram articuladas ao Governo Vargas, como o nacionalismo foi um elemento central para o discurso nacional-popular dele. E o clube foi uma das instituições que se articularam com isso. Na época, de 1933 a 1937, o presidente do Flamengo era o José Bastos Padilha e a família dele me ajudou muito na pesquisa", revela Coutinho, que já foi a fundo no tema, com outras publicações sobre o Mais Querido, mas sem jamais perder a imparcialidade.
De toda forma, para Coutinho, a emoção de expor seu trabalho é ainda mais especial por estar no seu clube de coração.
"A primeira sensação é de recompensa. Foram anos estudando, trabalhando muito, fiz doutorado sem bolsa. Produzi, pesquisei, fiquei muito tempo em arquivo. Agora sinto uma enorme satisfação em poder fazer essa articulação do ambiente acadêmico com o clube pela primeira vez. E além disso, dá ânimo perceber que o campo de história dos clubes de futebol está se abrindo. O Flamengo ainda tem muito material a ser estudado para construir uma cultura de memória do clube. Tomara que este seja um estímulo para atração de outros pesquisadores. Não podemos viver só da memória do apaixonado, mas também de pesquisas e estudos do Flamengo, que é a instituição mais popular do Brasil no Século XX", finalizou.
Palestra | Gestão de José Bastos Padilha - 1933 a 1937
Dia 29 agosto, às 19h
Auditório Rogério Steinberg
Clube de Regatas do Flamengo - 2º andar
Av. Borges de Medeiros, 997 – Lagoa
Local sujeito a lotação. Vagas limitadíssimas.
Sobre o palestrante
Renato Soares Coutinho é graduado em História com bacharelado e licenciatura plena pela Universidade Federal Fluminense. Concluiu em março de 2008 o mestrado em Ciência Política pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em março de 2013, concluiu o doutorado em História Social pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal Fluminense.
Atualmente, ministra os cursos de História do Brasil Colonial e História do Brasil Republicano na Universidade Castelo Branco. Em sua produção bibliográfica, tem artigos publicados sobre o clássico Fla-Flu, construção da Nação Rubro-Negra, futebol atrelado à identidade nacional e à cultura política, e outros.