Sandro Teixeira é o novo Gerente de Judô do Flamengo
Com experiência em gestão em diversas instituições, incluindo a CBJ, profissional chega ao clube com desafio de reestruturar a modalidade
Por Raiana Monteiro - emO Clube de Regatas do Flamengo anuncia oficialmente a chegada de Sandro Teixeira para gerir judô rubro-negro. A vinda do profissional para a pasta de Esportes Olímpicos no cargo de Gerente de Judô tem por objetivo promover uma reestruturação técnica e organizacional da modalidade, fazendo com que o dojô da Gávea volte a ser um dos maiores fornecedores de atletas para a seleção brasileira.
“O convite do Flamengo foi uma surpresa muito agradável. A minha história dentro da gestão de esporte é bem horizontalizada. Eu sou advindo de academia, profissional de educação física, especialista em judô, especialista em gestão de esporte, e eu já tinha passado por todos os ambientes que um gestor de esporte tem a oportunidade de passar. Dentro de todo esse processo eu tive a oportunidade de participar de uma Olimpíada como Analista da modalidade e em outra como Gestor de Arena, e o convite do Flamengo veio preencher uma lacuna na minha carreira, que era a gestão em clube”, comenta o novo gerente.
O Site Oficial do Flamengo teve a oportunidade de conversar sobre alguns temas relacionados ao novo desafio de Sandro. Confira abaixo as primeiras declarações do profissional.
CHEGADA E OBJETIVOS NO JUDÔ DO FLAMENGO
“O Flamengo me propôs fazer uma reestruturação e uma revitalização da modalidade. A ideia do clube é que houvesse uma pessoa que fosse do judô, e eu sou professor de judô de formação. Tenho 47 anos de idade e 43 de formação. Nasci numa família de judocas, sou amante do esporte”
“O objetivo principal do clube é essa reestruturação, então o meu objetivo principal é iniciar a formação de base. Preparar uma base sólida da pirâmide esportiva para que a gente possa atingir, junto com o plano estratégico do clube, e aí eu aponto mais pra 2028, um número de atletas suficientes para que a gente possa auxiliar a Confederação Brasileira de Judô e o Comitê Olímpico do Brasil colocando atletas nas seleções”
DIAGNÓSTICO INICIAL
“O principal objetivo nas três primeiras semanas de trabalho foi fazer um diagnóstico externo. O Flamengo estava alijado do processo da estrutura de alto rendimento do país. É um clube que tem uma tradição muito grande no judô, formou muitos atletas ao longo dos anos, mas se fechou. Ele ficou fechado para as ações da Federação local (FJERJ) e da Confederação (CBJ). Então eu fui buscar informações junto às federações, Confederação, fiz um pequeno benchmarking com os clubes do Rio Grande do Sul, de São Paulo, de Minas, do Rio... conversei muito com o Comitê Olímpico do Brasil também e o diagnóstico é o mesmo: o Flamengo precisa abrir novamente suas portas, fazer uma reestruturação técnica saudável, para que os atletas sejam novamente vistos por essas instituições, que são obviamente para onde a gente fornece os atletas”
“Depois disso feito, partimos para um diagnóstico interno, conversando com os técnicos, conversando com as outras áreas que atuam junto com o judô e com os outros gestores das outras modalidades. Entender como funciona o Flamengo para tomar as decisões corretas. Então estamos nessa fase agora de entender a modalidade aqui dentro para ver que passo nós vamos tomar para essas decisões serem assertivas”
A POSIÇÃO DO FLAMENGO NO CENÁRIO NACIONAL
“O que eu vejo hoje no judô do Rio de Janeiro é que temos referência técnica, que é o professor Geraldo Bernardes, o formador da Rafaela Silva, do Flavio Canto, e que está dentro do Instituto Reação. Conversando muito com todas essas partes interessadas, constatamos que existe uma necessidade novamente de equilíbrio no Rio. O Flamengo precisa voltar, na verdade não é nem voltar, precisa construir essa referência. Não adianta ter muita polaridade, é preciso estar mais equilibrado dentro do esporte. E isso não acontece no judô do Rio de Janeiro hoje. Você tem o Instituto Reação e os outros clubes”
“A Federação é sedenta para que o Flamengo volte a atuar de forma positiva, assim como a Confederação Brasileira. Nos dois últimos ciclos olímpicos a orientação destas instituições foi formar atletas e formar técnicos para atender o alto rendimento. Existe uma grande preocupação na renovação, tanto de atletas quanto de técnicos, para o próximo ciclo, de 2024”
“Temos realmente que ser bastante assertivos de como nós vamos montar as equipes, de que forma nós vamos fazer o crescimento da estrutura de base, e a gente depende de, principalmente, um planejamento técnico voltado para isso”
“Então, o que o Flamengo precisa é avaliar tudo isso e abrir suas portas novamente. O clube fez isso durante muitos anos, mas fechou suas portas. O judô é um esporte em que o atleta precisa segurar no quimono de seu adversário para evoluir. Se ele não segura no quimono de seu adversário ele não evolui. O trabalho vai ser todo voltado para isso”
Sandro Teixeira assumiu o cargo no dia 17 de julho de 2019.
As equipes de judô do Clube de Regatas do Flamengo contam com recursos de seus patrocinadores – Estácio, AmBev, Rede D’or – via Lei de Incentivo Federal/Ministério do Esporte (IR) e Lei de Incentivo Estadual/Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude (Seelje) do Rio de Janeiro, além de apoio do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) proveniente da descentralização de recursos oriundos da Lei Pelé.