Notícias

Um encontro para a eternidade no Museu Flamengo

Ídolos do clube, Zico, Evaristo de Macedo, Nélio e Sávio se reuniram para uma gravação de camisas dez na Gávea

Por - em

O relógio apontava para às 11h quando Evaristo de Macedo e Nélio se encontraram no Museu Flamengo. O reencontro - para uma gravação com o Museu da Pelada - foi cercado de abraços, carinho e reconhecimento. Entre eles, algo em comum: o orgulho por terem vestido e feito história com o Manto Sagrado. A nossa segunda pele.


Assim que viu Nélio, Evaristo não perdeu a oportunidade de brincar: "cadê a camisa dez?", disse, arrancando boas risadas. Nélio respondeu de forma carinhosa e ali era o começo de uma grande e excelente resenha. Logo depois, surgiu Sávio. Com toda maestria que lembra ainda os tempos do jogador, o Anjo Loiro da Gávea, se sentindo em casa, entrou na conversa, cumprimentou seus amigos e rasgou elogios ao lendário Evaristo.

- Essas gerações e toda história que o Flamengo tem é algo que transcende o esporte. O Evaristo foi um dos grandes. Não só daqui, mas do Barcelona e do Real Madrid também. Depois vieram outros grandes, teve o Zico, e quando eu subi e olhei pra geração do Nélio, fiquei pensando onde eu iria jogar, mas abriram espaço pra mim e eu consegui entrar - comentou.

Como um pai olha pro seu filho, Evaristo não escondeu a felicidade e Nélio citou a responsabilidade de vestir a camisa dez do Flamengo. E por falar em camisa dez...

Exatamente dez minutos depois, Zico apareceu. Era a cereja do bolo. Com a simpatia de sempre e todo respeito, olhou para Evaristo e abriu um largo sorriso: "como é bom te ver, grande mestre", afirmou. O abraço entre a dupla simboliza a palavra maestria no sentido literal. Foi de arrepiar.

A sequência de toda essa história é a representação da aura rubro-negra. Aquela que acompanha a nossa gente nos estádios do Brasil e do mundo. A Nação.

Segurando o Manto, o Galinho de Quintino falou sobre o legado deixado por Evaristo. Consequentemente, Nélio e Sávio enalteceram Zico. Sorte de quem foi visitar o Museu naquele momento e viu de perto tudo. Um privilégio para poucos que, claro, estavam em êxtase. Podia ser tudo, menos um dia normal.

A matéria, que vai ao ar no próximo domingo (16), às 9h, no canal do Museu da Pelada no Youtube, foi uma imersão dentro da nossa cultura, com direito a detalhes espetaculares e declarações emocionantes, como a do nosso maior ídolo.

- Vestir essa camisa foi o maior presente de Deus que eu recebi. Quando eu estava no América, ainda garoto, na época do Evaristo, o Zizinho virou pra mim e disse: "garoto, aquela camisa lá é diferente. Não basta só saber jogar futebol, tem que chegar junto, correr, brigar e lutar. Se tá ruim, vai lá e dá um carrinho". Aí você imagina o Zizinho, ídolo do meu pai e maior jogador da história, falando isso pra mim? Eu tinha quinze anos e estava começando na escolinha do Flamengo. Eu guardei isso e só passei pras outras gerações - comentou, com um olhar que só quem é rubro-negro pode compreender.

Diante de visitantes, familiares, apresentadores e produtores, o quarteto seguiu conversando como se o amanhã não existisse. O tom geracional e nostálgico foi a tônica de um bate-papo descontraído, leve e de muito aprendizado. Crianças presentes, que não tiveram a oportunidade de vê-los em ação, saíram com uma memória afetiva. E, sem sombra de dúvidas, mais torcedores do que nunca. E é isso que nos move.

Antes do término da gravação, Evaristo de Macedo, Nélio, Sávio e Zico posaram juntos para uma foto. Em comum, novamente, ela. A camisa dez. Cada um com a sua. O registro, agora eternizado, comprova o quanto todos são grandes e têm o Flamengo no seu DNA. Na sua essência.

Paula Reis / CRF