Notícias

Técnico o Flamengo também faz em casa

Andrade não é o primeiro ex-jogador formado no clube a fazer história como treinador

Por - em

Ser jogador de sucesso em um clube como o Flamengo não é para qualquer um. Agora, além de jogador, ser também um grande treinador é para apenas um grupo seletíssimo, para o qual Andrade entrou no final deste ano de 2009. Antes dele, porém, o clube já teve grandes treinadores formados em casa, conforme disse o presidente Marcio Braga em seu discurso na Câmara dos Vereadores, minutos antes da condecoração de Andrade com o conjunto de medalhas Pedro Ernesto na última terça-feira: "Quero dizer que craque e técnico, o Flamengo faz em casa".

\

Por isso, a equipe do site oficial do Flamengo preparou este especial relembrando outros técnicos que foram criados no clube e marcaram seus nomes na história do clube. Alguns deles com grandes feitos, como Carpegiani, responsável pelos títulos da Libertadores e do Mundial de 1981, e outros com grandes decepções, como João Carlos Costa, responsável pelos resultados ruins do Mengão na Libertadores de 2002. Além disso, o especial aponta nomes que podem seguir esta trajetória, como o ex-zagueiro Rogério Lourenço, provando que, ao contrário do que diz o dito popular, santo de casa pode sim fazer milagres.

\

Os bem sucedidos - Não há como falar de técnicos do Flamengo sem lembrar de nomes como Paulo Cesar Carpegiani e Carlinhos. O gaúcho foi formado no Intermacional. Saiu de Porto Alegre com um bicampeonato (75/76). No Flamengo, integrou o time que ganhou um tri estadual e o primeiro Brasileiro do clube (1980). Mal acabara de guardar as chuteiras, penduradas num amistoso com o Boca Juniors, no dia 15 de setembro de 1981, vencido por 2 a 0, e Carpegiani logo assumiria o cargo de técnico do clube. Comandante daqueles que até pouco tempo atrás eram companheiros de concentração, o gaúcho conduziu o Flamengo a algumas de suas maiores conquistas: Libertadores e Mundial, ambas em 1981, e o Brasileiro de 1982.

\

Curiosamente, o início de outro bem-sucedido técnico da casa foi justamente para ocupar, ainda que por um breve tempo, o lugar de Carpegiani. Carlinhos, conhecido como Violino quando vestia o Manto Sagrado, assumiu a equipe interinamente em 1983. Ficou pouco tempo. Em outra ocasião, em 1987, com sua tranquilidade coordenou uma equipe que mesclava estrelas como Zico e Edinho a novatos como Aílton e Leonardo. O resultado, todos conhecem. O mesmo Carlinhos seria o técnico da campanha do penta, em 1992, e de outros triunfos memoráveis, como a Mercosul 1999 e alguns campeonatos estaduais em que o favoritismo no início da competição era dos adversários (1991/1999/2000).

\

Zagallo é outro nome que pode entrar nesta lista. Apesar de ter começado sua carreira como técnico longe do Flamengo, ele é cria da Gávea como jogador e, posteriormente, retornou ao clube para fazer história também do lado de fora das quatro linhas. O Velho Lobo treinou o Rubro-Negro em cinco oportunidades, mas, sem dúvidas, a mais memorável delas foi a mais recente. Em 1972 e 1973, ele até conquistou o Campeonato Carioca, mas nenhum deles foi tão emocionante como o de 2001. O eterno gol de falta de Petkovic na conquista do quatro tricampeonato estadual da história do Flamengo teve o comando de Zagallo, que ainda faturou a Copa dos Campeões pouco depois, levando o Flamengo de volta a Libertadores dez anos depois.

\

O outro lado - Logicamente que o simples fato de ter origem no clube não é sinônimo de bons resultados. Em 1998, Toninho Barroso - conhecido por seu trabalho nas categorias de base, onde revelou talentos como Djalminha, Athirson e o zagueiro Juan - teve o desafio de assumir uma equipe estrelada por Romário. Em seis partidas, Barroso conseguiu uma só vitória. João Carlos Costa é outro. Ele começou sua carreira no Flamengo ainda no final da década de 70. Teve algumas oportunidades como interino e como auxiliar, mas nunca emplacou.

\

Até que em 2002, já com 46 anos de idade, foi chamado para assumir substituir Carlos Alberto Torres, que vinha do fracasso na final da Copa Mercosul (derrota para o San Lorenzo). Seu desafio era comandar o time na Libertadores, competição que o clube volta a disputar depois de quase 10 anos de ausência. E os resultados não corresponderam. Em sua estreia, um resultado até certo ponto normal: derrota para o Once Caldas fora de casa. No entanto, João Carlos só conseguiria sua primeira vitória contra o próprio Once, depois de oito jogos (três empates e cinco derrotas - duas delas na Libertadores).

\

A nova safra – A formação de treinadores no Flamengo não para. Um bom exemplo disso é Rogério Lourenço. Zagueiro de muito vigor no início dos anos 90, ele ficou conhecido como Capitão Furacão na campanha do pentacampeonato brasileiro em 1992, tendo feito um gol inesquecível, de falta, contra o São Paulo, que foi fundamental na arrancada rubro-negra rumo àquela conquista. Agora, Rogério trabalha com as categorias de base não só do clube como da Seleção Brasileira. Treinador vitorioso no juvenil do Flamengo, recentemente assumiu o time de juniores, que era comandado por outro grande ídolo da história do Rubro-Negro, Adílio, e segue à frente da Seleção Sub-20. É mais uma promessa de grande técnico criado na Gávea.

\

O próprio Adílio pode ser considerado um treinador muito vitorioso em seu trabalho nas categorias de base do Flamengo. De 2005 a 2008, o ex-jogador e integrante do maior meio-de-campo da história do clube, ao lado de Andrade e Zico, comandou o time de juniores do Rubro-Negro e conquistou resultados expressivos. Em quatro anos nos juniores, ele foi tricampeão carioca, bicampeão do Torneio OPG, campeão do Rio-São Paulo e da Taça BH, além de terceiro colocado no Mundial da Malásia. Faturou ainda a Copa Record, a Copa Cultura. Além disso ajudou a formar jogadores do quilate de Renato Augusto, Erick Flores, Thiago Sales e o volante Rômulo. Atualmente, no entanto, Adílio parece ter pendurado a prancheta e não vem treinando nenhuma outra equipe.