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Só existe um Ronaldo

E seu sobrenome é Angelim, o herói do hexacampeonato

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"There's only one Ronaldo". A frase, criada pelo Manchester United para homenagear o melhor jogador do mundo da última temporada, o português Cristiano Ronaldo, causou muita polêmica no Brasil. Os corinthianos criaram versões da camisa ironizando o português e exaltando o atacante conhecido como Fenômeno. Os torcedores do Milan também lembraram de Ronaldinho Gaúcho. Mas, para a Nação Rubro-Negra, o verdadeiro Ronaldo é o "Magro de Aço", Angelim. O zagueiro, um dos jogadores com mais tempo de casa no elenco hexacampeão, foi o autor do gol que deu o título ao Flamengo e comemorou muito após a partida.

Acostumado a dizer que nada lhe deixa mais feliz do que uma vitória do Flamengo, o camisa 4 viveu uma noite inesquecível. Com uma cabeçada certeira, aos 24 minutos do segundo tempo, ele marcou o segundo gol, o da virada, sobre o Grêmio, e fez explodir o Maracanã lotado. Mas, para a esposa do jogador, Ricácia, não foi nenhuma novidade. Na noite anterior, ela havia ligado para o marido e previsto que o jogador faria um gol na decisão. A cena se repetiu, pois, em 2004, ela fez a mesma coisa e Angelim marcou o gol que garantiu o acesso do Fortaleza à Série A do Brasileiro no jogo contra o Avaí.

"Minha mulher parece vidente. Jamais vou esquecer essa história e o título brasileiro. Geralmente em decisão é assim: um jogador aparentemente não tão importante, como é o meu caso, faz o gol da conquista. Ainda não tinha marcado no Brasileiro, pois contra o Palmeiras deram gol olímpico para o Pet quando a bola bateu em mim", divertiu-se Angelim.

Aos 34 anos e com o jeito sereno e a fala mansa de sempre, Angelim foi humilde. Apesar de feliz ao ter marcado o gol do título, o zagueiro elogiou os companheiros e garantiu que o título foi merecido por cada um dos jogadores.

"É o gol mais importante da minha vida. Mas não fui só eu quem ajudou. O grupo todo entrou para a história do Flamengo, pois lutou para caramba", explicou.

Na Gávea desde 2006, Angelim viveu muitas coisas no Flamengo. É tricampeão carioca, campeão da Copa do Brasil, mas também viveu duas eliminações precoces na Taça Libertadores e fez parte de uma campanha que acabou decepcionando ao final do Brasileiro do ano passado. Nada disso, porém, se compara ao momento da noite de domingo, quando marcou o gol do título brasileiro que o Flamengo, enfim, conquistou, 17 anos depois.

"Vim, me adaptei e hoje posso me considerar um vencedor. Estou pensando em minha cidade, em meu povo. Quero dedicar o título aos meus familiares. Estou muito feliz, não dá para descrever", finalizou.