Gol Zagallo: relembre momentos históricos em que o Mengão balançou as redes
Foi impossível reduzir a lista a só 13 gols...
Por Chico Freire e Pedro Cardoso - emO Flamengo se tornou o clube com mais gols marcados no mundo. No último sábado, Pedro anotou o 13.000º gol da história do Mais Querido e transformou o Rubro-Negro no primeiro time do planeta a atingir a marca. O Gol Zagallo é um marco importantíssimo na história do clube, uma marca que mostra a vocação rubro-negra para a vanguarda e a tradição.
Para comemorar o feito, lembramos de gols marcantes da trajetória rubro-negra!
1- Gustavo de Carvalho - Flamengo 15 x 2 Mangueira - 3/5/1912
O gol que começou tudo! Em maio de 1912, o Flamengo já existia como clube de remo há quase 20 anos, mas ainda dava os primeiros passos no futebol. A estreia rubro-negra nos gramados é, até hoje, a maior goleada da história do clube. Contra o Mangueira, Gustavo de Carvalho precisou de cerca de um minuto para balançar a rede. Era o primeiro tento da história do Mais Querido. Gustavinho, como era conhecido, ainda anotou mais quatro naquela tarde e, anos depois, foi eleito presidente do clube.
2 - Leônidas da Silva - Flamengo 3 x 4 Independiente/ARG - 24/12/1939
O futebol se tornava paixão nacional e um dos maiores ídolos do esporte no país defendia o Manto Sagrado. Leônidas da Silva, o craque e artilheiro da Copa de 1938, executou sua criação mais marcante: o primeiro gol de bicicleta da história. O Mengão não venceu o amistoso, mas a partida ficou eternizada pelo golaço do Diamante Negro.
3 - Valido - Flamengo 1 x 0 Vasco - 29/10/1944
O primeiro tricampeonato estadual veio com emoção e iniciou uma tradição. O título só foi decidido na última rodada. O Vasco liderava e podia até empatar para ficar com a taça. Diante de mais de 20 mil pessoas, que lotaram o Estádio da Gávea, o Flamengo lutou até o fim. O gol, já depois dos 40 minutos do segundo tempo, foi marcado por um herói improvável. O craque argentino Agustín Valido fez história com o Manto Sagrado, mas em 1944 já estava aposentado e comandava uma gráfica. Veio à Gávea para jogar uma pelada e acabou chamando a atenção do técnico Flavio Costa, que sofria com as lesões dos jogadores ofensivos de seu elenco. O treinador fez o convite ao craque para que jogasse nas últimas partidas da disputa. Valido atuou na goleada por 6 a 1 sobre o Fluminense, mas o período de inatividade cobrou seu preço e ele chegou muito debilitado para a decisão contra o Vasco, lutando contra os implacáveis marcadores adversários e uma febre de 39 graus. Nenhum dos adversários, porém, foi capaz de parar o craque, que, de cabeça, fez o gol do título.
4 - Dida - Flamengo 4 x 1 America - 4/4/1956
O ano corrente já era 1956, mas o título em disputa era o de 1955. O ídolo dos ídolos deu um show e confirmou o segundo tricampeonato estadual do Flamengo. Admirado por Pelé, Zico e muitos outros, Dida estava inspirado na tarde daquele 4 de abril. O Rubro-Negro disputava o título com o America. O regulamento da época previa que, independentemente dos placares, se houvesse uma vitória para cada lado nos jogos da final, haveria uma partida de desempate. O Mais Querido venceu o jogo de ida por 1 a 0, com gol de Evaristo no último lance. O America triunfou na segunda partida e ganhou confiança, já que conseguiu superar o Flamengo por 4 a 1. No desempate, porém, o troco veio. O timaço rubro-negro, que tinha ainda Tomires, Pavão, Dequinha, Joel, Zagallo e o artilheiro Paulinho, se sagrou tricampeão com quatro gols de Dida.
5 - Gérson “Canhotinha de Ouro” - Flamengo 5 x 1 Santos - 19/04/1961
Um troco bem dado em um confronto entre dois dos maiores clubes da história! No começo dos anos 60, o Santos vivia momento avassalador, embalado por um esquadrão que tinha tinha Coutinho, Mengálvio e Pepe e era liderado por ninguém menos que Pelé. Na primeira fase do Rio-São Paulo, o Alvinegro Praiano venceu o Mais Querido em pleno Maracanã. Os dois times avançaram na competição e o Rubro-Negro cresceu de produção. Em busca da vaga na final, o Flamengo foi ao Pacaembu na penúltima rodada da fase semifinal. O Santos não teve o Rei do Futebol em campo e se viu amassado. Em pleno Pacaembu, Gérson "Canhotinha de Ouro" e Carlinhos comandaram o meio-campo e o Rubro-Negro amassou desde o começo. As trocas de passes envolveram a defesa santista e o setor ofensivo do Flamengo fizeram a festa: Dida marcou duas vezes e Gerson, três. Aproveitando arrancada em velocidade, foi do Canhotinha o quinto gol, que selou também o triplete do craque.
6 - Fio “Maravilha” - Flamengo 1 x 0 Benfica - 15/01/1972
O gol que virou música! Um dos maiores gênios da história da música se encantou e cantou pelo fenomenal Fio. No amistoso contra o Benfica, no Maracanã, o atacante rubro-negro entrou para a história. A melhor forma de definir o gol é com as palavras de Jorge Ben: o craque tabelou, driblou dois zagueiros, deu um toque, driblou o goleiro e só não entrou com bola e tudo por que teve humildade. Um gol de classe onde ele mostrou malícia e raça. Um gol de anjo, um verdadeiro gol de placa!
7 - Rondinelli - Flamengo 1 x 0 Vasco - 3/12/1978
É até difícil mensurar a importância do feito do “Deus da Raça” Rondinelli. O Flamengo trabalhava um elenco recheado de jogadores criados na Gávea, com DNA rubro-negro. Os resultados na segunda metade dos anos 70, porém, ainda não empolgavam. Naquele 3 de dezembro, o título carioca lavou a alma e deu a confiança para que a Geração de Ouro despontasse. O 0 a 0 dava o título ao Cruzmaltino. O cronômetro já havia passado dos 40 do segundo tempo e o Flamengo apertava em busca do gol do título. Zico não era o batedor de escanteios do time, mas estava mais perto do lance quando a bola saiu pela linha de fundo. Recebeu a pelota do fotógrafo uruguaio Tchê e foi para a cobrança. O capricho do Galinho ajudou, mas a garra de Rondinelli definiu. Correndo de fora da área, o zagueiro superou a marcação e colocou a bola na rede. Foi o primeiro título também do terceiro tricampeonato, que se confirmaria no ano seguinte.
8 - Nunes - Flamengo 3 x 2 Atlético-MG - 1/6/1980
A Geração de Ouro começava a ultrapassar os limites estaduais. O primeiro título do Campeonato Brasileiro veio diante de um Maracanã lotado. Mais de 150 mil pessoas assistiram ao show de Raul, Júnior, Carpegiani, Andrade, Adílio, Zico, Tita e Julio Cesar Uri Geller. O “João Danado” Nunes fez valer do apelido de “Artilheiro das Decisões”. O Mengão precisava reverter uma derrota por 1 a 0 sofrida no jogo de ida, no Mineirão. Nunes abriu o placar logo aos 7 minutos e Zico fez o segundo ainda na primeira etapa, mas o Atlético-MG tinha um timaço encabeçado por Reinaldo e buscou o empate nas duas ocasiões. A igualdade dava o título ao time mineiro, mas, aos 37 da segunda etapa, o camisa nove rubro-negro invadiu a área, driblou para cima do lateral e fuzilou entre o goleiro João Leite e a trave.
9 - Zico - Flamengo 2 x 0 Cobreloa - 23/11/1981
A América se tornava rubro-negra! O Rei Zico já era um ídolo inigualável, um rei em vermelho e preto. A coroação continental só poderia vir dos pés do Camisa 10 da Gávea. E com direito a golaço no melhor estilo Zico: em cobrança espetacular de falta. Flamengo e Cobreloa já tinham feito dois jogos duríssimos. O Mais Querido venceu a primeira partida, no Maracanã, por 2 a 1; mas sofreu com a violência chilena em Santiago e acabou superado por 1 a 0. A derrota injusta acirrou os ânimos dos craques rubro-negros, que entraram inspirados no campo do Estádio Centenário, em Montevidéu. Zico já havia aberto o placar no primeiro tempo e, na reta final da partida, coroou a primeira conquista continental do Rubro-Negro.
10 - Nunes - Flamengo 3 x 0 Liverpool - 13/12/1981
Em dezembro de 81, mais uma vez, o artilheiro brilhou na decisão. Há 42 anos, o João Danado protagonizou um momento mágico para o Flamengo. Com sua precisão implacável, aproveitou o lançamento preciso do Rei Zico e fuzilou a rede do Liverpool. Em meio à euforia da torcida rubro-negra, Nunes eternizou seu nome na história do futebol, demonstrando sua maestria e determinação em um jogo que ficará para sempre na memória dos apaixonados pelo esporte. Três a zero no Liverpool, ficou marcado na história.
11 - Adílio - Flamengo 3 x 0 Santos - 29/05/1983
Um assombro no Templo do Futebol. Um título incontestável, eternizado pela imagem da alegria de um cria rubro-negro correndo de braços abertos, como se abraçasse a Maior Torcida do Mundo. Na final do Brasileirão de 1983, no icônico Maracanã, Adílio mais uma vez apareceu como uma figura lendária. Com sua destreza e visão de jogo, desenhou um momento eterno. De cabeça, o toque de gênio que resultou no terceiro gol rubro-negro, iluminando não apenas o campo, mas também os corações da Nação. Foi mais do que um gol, foi um raio de luz que selou a glória do Flamengo naquela noite histórica, imortalizando Adílio como um dos grandes heróis da história do futebol brasileiro.
12 - Zico - Flamengo 3 x 1 Santa Cruz - 22/11/1987
Simplesmente, Arthur Antunes Coimbra! Como descrever esta partida do Zico? Mágica? Lendária? Histórica? Não há adjetivos suficientes para a atuação do Galinho. Foram três gols que classificaram o Flamengo para a semifinal do Campeonato Brasileiro de 1987, sendo o último gol uma obra de arte. Colocou-se diante da bola, respirou fundo e, com a precisão de um artista, curvou-a no ar, desafiando as leis da física. O estádio inteiro prendeu a respiração, e no instante seguinte, o rugido da multidão ecoou. Todos esperavam uma cobrança no canto aberto, por cima da barreira, mas o Rei não é todo mundo. Nem mesmo o goleiro adversário foi capaz de reagir e a bola estufou o ângulo da rede.
13 - Junior - Flamengo 2 x 2 Botafogo - 19/07/1992
O ano era 1992 e o duelo entre Flamengo e Botafogo prometia ser épico. Em um lance que ficaria gravado na história, Júnior, o Maestro, aproximou-se da bola com a serenidade de um mestre. O estádio pulsava com a expectativa. A bola estava na entrada da área, e foi parar na gaveta. O ar pareceu se curvar diante da trajetória impecável da bola, enquanto o goleiro rival esticava-se em vão. A experiência era de vovô, mas a alegria de um gol marcado pelo time de coração sempre foi de garoto.
14 - Petkovic - Flamengo 3 x 1 Vasco - 27/05/2001
O Gol Impossível! Tudo parecia garantir que o Flamengo deixaria o tricampeonato carioca escapar. Um adversário de altíssima qualidade motivado pela vingança dos dois anos anteriores; uma partida duríssima, com placar adverso para reverter; problemas de vestiário que quase tiraram o craque Petkovic da decisão; a ineficiência em cobranças anteriores. A torcida vascaína já cantava o título estadual, mas, do outro lado do Maracanã, a Maior do Mundo se apegava à fé. No minuto mágico, de muito longe, Petkovic acertou a cobrança sem nenhuma margem de erro e mostrou, mais uma vez, que quem veste o Vermelho-e-Preto não conhece “impossível”.
15 - Ronaldo Angelim - Flamengo 2 x 1 Grêmio - 06/12/2009
Dezessete anos de espera e sonho se encerraram pela cabeça de um rubro-negro nato. Nordestino, aguerrido e acostumado a superar adversidades, Angelim nunca escondeu o amor pelo Flamengo e foi bonita a festa quando ele estufou a rede gremista naquela tarde de dezembro de 2009. O jogo estava empatado com um gol para cada lado. A bola passou pela linha de fundo do campo adversário e o Flamengo ganhou um escanteio. Chamado para ser substituído, Dejan Petkovic ganhou mais um momento em campo para executar a cobrança. Um cruzamento teleguiado. Um cabeceio preciso. Flamengo hexacampeão brasileiro e Ronaldo Angelim eternizado na história do clube.
16 - Arrascaeta - Flamengo 3 x 0 Ceará - 25/08/2019
Não é difícil pensar em momentos inesquecíveis de 2019, o Ano Mágico. Foram muitos! E como falar desse ano sem falar de Giorgian De Arrascaeta? O uruguaio marcou a temporada com sua magia em campo. O grande compositor do time. Disparado no Brasileirão e bem encaminhado para a semifinal da Libertadores, o Flamengo enfrentou o Ceará fora de casa. No final do jogo, Rafinha encontrou um cruzamento onde a bola pareceu flutuar no ar. Arrascaeta projetou seu corpo para uma bicicleta plástica, acertou a bola e, ao mesmo tempo, encobriu o goleiro e acertou o ângulo. Um lance digno de Prêmio Puskas!
17 - Gabriel Barbosa - Flamengo 2 x 1 River Plate - 23/11/2019
São muitos os fatos, sentimentos e momentos simbolizados pela tarde de 23 de novembro de 2019. Gerações de rubro-negros voltaram a acreditar que sim, é possível. O Flamengo voltou ao lugar que lhe é de direito. O gol que coroou esse ano mágico. Na imensidão do Estádio Monumental, em Lima, os corações de milhões pulsavam em uníssono enquanto Flamengo e River Plate travavam uma batalha épica pela Glória Eterna. Não há lance perdido quando falamos do Rubro-Negro da Gávea. Trinta e oito anos passaram diante dos nossos olhos de forma agoniante até que, aos 43 do segundo tempo, Gabigol deixou tudo igual. E quando todos nos abraçávamos aliviados, o lampejo da eternidade. Diego lançou, Pinola vacilou, Gabigol marcou. O gol na final da Libertadores de 2019 foi mais do que um momento esportivo, foi a epifania de um sonho compartilhado, uma explosão de alegria que ecoará para sempre nos corações apaixonados da Nação Rubro-Negra.
18 - Gabriel Barbosa - Flamengo 1 x 0 Athletico - 29/10/22
Tem gente que nasceu para a eternidade - e Gabriel Barbosa Almeida é uma delas. Foi a terceira vez em quatro anos que o Mais Querido chegou na maior das decisões continentais. A tarde de calor equatoriano foi marcada por apenas um gol - é claro, dele. Em um momento decisivo, recebeu cruzamento preciso de Everton Ribeiro e, com sangue frio, finalizou com maestria, estufando a rede. O gol de Gabigol na final da Libertadores de 2022 não apenas garantiu a vitória, como também entrou para a história como um dos momentos mais memoráveis do futebol sul-americano, marcando o Flamengo como tricampeão da Libertadores.