BuzzFla: Hat-tricks no Maracanã
Sabe aquele dia que um craque meteu três gols num mesmo jogo no Maraca? Lembramos alguns abaixo neste especial
Por Lucas Dantas - emBrilhar no Maracanã já é algo para poucos. Mas imagina entrar no gramado mais famoso do mundo e marcar três gols num mesmo jogo? E pelo Flamengo? Isso é para bem poucos mesmo. Alguns jogadores já atingiram essa marca atuando com o Manto Sagrado e deixaram seus nomes na memória dos torcedores rubro-negros. Tita, Jean, Zico (claro), Adriano, Sávio, Adriano, Romário e muitos outros já foram às redes três vezes em uma partida (ou em mais), seja num clássico ou num jogo de tabela, e até em finais.
Separamos abaixo uma lista de "hat-tricks" no Maracanã que vai dar uma boa dose de saudade para vocês. Curtam aí.
1. T de Tita, T de três
Vamos começar voltando a 1980, no ano do primeiro título do Brasileiro. Naquela tarde de 04 de maio, Tita estava endiabrado contra o Bangu e decidiu a partida com três gols, todos no segundo tempo. Não pensem que enfrentar o Bangu era fácil. Nos anos 1980, o alvirrubro montava equipes fortes e competitivas que sempre complicavam para os chamados "grandes". Mas naquele dia, Tita resolveu.
No primeiro, ele pegou rebote de Nunes e chutou sem chances para o goleiro Arerê. E o goleiro deu mole. Aos 36, ele sontou bola fácil fácil nos pés de Tita, que não perdoou. E vestindo a 10, Tita cobrou falta com perfeição aos 42 e fechou a conta para o Flamengo. Confiram os gols aí embaixo.
2. Jean 3 x 1 Vasco
Era final do Estadual de 2004. Flamengo e Vasco decidiam o título mais uma vez, sendo que os rivais não conquistavam uma taça para cima do Mais Querido há 15 anos, desde 1989. No primeiro jogo, vitória do Mengão por 2 a 1. O segundo, em 18 de abril, teve mais de 60 mil pessoas no Maracanã e um show do atacante Jean.
Criado na base rubro-negra, o camisa 9 chamou para si a responsabilidade no segundo tempo da partida. Valdir havia feito 1 a 0 para o Vasco no início do jogo, igualando o placar no saldo de gols. Os 45 minutos finais, porém, reservaram um capítulo especial no jogo.
Jean começou a festa com um toque singelo que matou o goleiro Fábio e empatou a partida, logo aos quatro. Aos 28, Felipe, o craque do time, furou. A bola sobrou para Zinho que serviu Jean, para fazer o segundo. Um minuto depois, Roger achou Jean, que deu um drible daqueles em Rodrigo Souto e fechou a vitória. Três gols numa final entre Flamengo e Vasco? Pouquíssimos podem dizer que fizeram isso. Jean pode.
3. O Anjo Loiro endiabrado
Em 1994, Sávio ainda era uma promessa buscando seu espaço no Flamengo. Já vinha de ótimas atuações e gols, ganhando a cada partida mais ainda o amor da Nação.
Naquele 26 de setembro de 2004, Sávio estava demais. Contra o Sport, pelo Brasileiro, o então camisa 11 não teve pena. Depois de um primeiro tempo muito complicado, Sávio resolveu logo aos 11 da eatapa final, com chute colocado de fora da área. O resultado acalmou a equipe, que soube usar o fator campo para dominar o jogo e chegar ao segundo. Aos 32, Magno cruzou na medida para Sávio marcar de cabeça. Não satisfeito, o jovem craque marcou mais um aos 35, seu oitavo naquela edição do Campeonato. Placar final, Sávio 3 x 0 Sport, fora o baile.
4. O Rei do Rio
Romário sempre teve no Botafogo uma de suas vítimas preferidas. Atuando pelo Flamengo, foram 12 gols contra o rival, com um jogo especial, em 1995. Na final da Taça Guanabara, o Baixinho era dúvida devido à uma operação no cotovelo, mas foi para o jogo. Túlio, seu "rival" no Botafogo, afirmou que "cada gol que Romário fizer, eu farei dois". Pois bem...
Aos sete, o Baixinho sofreu e bateu o pênalti que abriu o marcador. Aos 22, ele subiu mais que a zaga botafoguense e ampliou. O Botafogo reagiu - sem Túlio, que havia sido expulso - e empatou a partida. Embora tivesse a vantagem do empate, o Flamengo não quis saber e foi para cima. E aos 37, Marcio Teodoro deu um presente para Romário, que agradeceu e marcou o terceiro, o do título da Taça Guanabara. Túlio? Bom, ele tinha a missão de fazer seis gols...
5. Bonita foi a festa do Hexa com o Imperador
Adriano foi o cara do Brasileiro de 2009. Isso todo mundo sabe e não tem contestação. Artilheiro, craque, decisivo. Mas Adriano não foi só gols em vários jogos. Foram muitos gols e contra o Internacional, que acabou sendo o principal rival na última rodada, o Imperador guardou logo três, naquele 4x1 em 21 de junho.
O primeiro foi com o talento. Recebeu lançamento de Íbson e tocou por cima de Lauro, com a calma dos craques. O segundo foi com precisão. A falta não era tão perto, mas o Imperador não quis saber. Mandou direto e fez o terceiro do Flamengo no jogo. E o último, matador. Pênalti para fechar a conta. Adriano ainda vestia a 90 e deu números finais à partida.
6. Zicovardia
Em 1976, Zico fez quatro gols no Fluminense e os jornais estamparam esta manchete no dia seguinte: "Zicovardia". Mas esta lista é de três gols "apenas", então vamos pegar emprestada a manchete para lembrar daquele 16/02/1986. Também era Fla-Flu, a torcida do lado de lá chegou no Maracanã gritando "bichado" pro Maior de Todos e em poucos minutos percebeu que não deveria ter feito isso.
O massacre começou aos 10. Zico recebeu cruzamento perfeito de Adílio e fez o primeiro, de peixinho. Os gritos silenciaram imediatamente, como se todos as 85 mil pessoas presentes ao Maracanã naquele dia soubessem que o jogo tinha um dono.
O Fluminense empatou, com Leomir, de pênalti, e os jogadores foram comemorar provocando a torcida do Flamengo. Pra que? O Tricolor mal conseguia jogar, enquanto o Rubro-Negro criava todas as chances. Era questão de tempo para a vitória se confirmar.
Ela veio, na etapa final, com requintes de crueldade e altas doses de habilidade, talento e "zicovardia". Aos 27, Andrade sofreu falta na entrada da área. Quase pênalti, mas dali nem precisava ser pênalti. Zico pegou a bola, estudou o vento, verificou o ângulo, a posição do goleiro e mandou o chute na gaveta. Paulo Victor só olhou. O Fluminense foi para as cordas e Bebeto ampliou dois minutos depois.
Não restava mais nada do rival, mas ainda havia tempo para mais um, e Zico correspondeu. Foram provocar? Então toma mais um. De pênalti, o Galinho fechou a contae foi comemorar com a mesma torcida que Leomir havia provocado. Depois foi só tocar a bola e esperar o tempo passar.