#M3NGO: De Joãozinho a João Gomes, volante realiza o sonho de muitos meninos rubro-negros
Garoto do Ninho e torcedor de coração, o jovem talento foi da arquibancada, em 2021, ao campo, em 2022, para se consagrar com o tri da América
Por Isabela Abirached - emAos oito anos de idade, um pequeno rubro-negro de Ramos, subúrbio do Rio de Janeiro, foi fazer um teste no Flamengo. Incentivado por seu avô, Marinho, e sua mãe, Monique, Joãozinho enfrentou muitos apertos cortando a cidade a bordo do transporte público carioca, antes de escrever seu nome na história do clube de coração. Neste sábado (29), João Gomes passou a fazer parte de um seleto grupo: dos que foram campeões da América vestindo o Manto Sagrado.
Do primeiro jogo no time profissional, uma vitória por 3 a 1 sobre o Junior Barranquilla, na fase de grupos da Libertadores 2020, passou-se apenas cerca de um ano para que o atleta virasse xodó da Nação, participando das conquistas do Brasileirão (2020), da Supercopa do Brasil (2021) e do Carioca (2021). Em 2022, João foi um dos atletas com mais minutos em campo do time campeão da Copa do Brasil e da CONMEBOL Libertadores, representando muito bem os Garotos do Ninho em meio a um elenco de grandes estrelas do futebol nacional e internacional - nosso “pitbull de raça”, como cunharam os flamenguistas.
Depois de treinar no futsal, na Gávea, o garoto foi morar em Vargem Grande, onde fica o Centro de Treinamento George Helal, o Ninho do Urubu. Em um ano mágico para o time profissional do futebol rubro-negro, João, ainda no Sub-20, também brilhou entre os juniores, conquistando o Campeonato Brasileiro, o Campeonato Carioca e a Supercopa do Brasil, em 2019.
Se, em 2021, João assistiu da arquibancada à decisão da Libertadores e voltou para casa como torcedor frustrado, neste ano, o enredo teve final feliz. Do campo, o volante suou o Manto não torcendo, mas jogando. E, depois da última volta do ponteiro do cronômetro, ergueu a taça mais cobiçada do continente, desta vez no papel de atleta realizado, trocando o cimento dos degraus do Centenário de Montevidéu pelo verde do gramado do Monumental de Guayaquil.
A forte ligação de João Gomes com o Flamengo e a família estão gravadas para sempre em sua pele: no braço, o rubro-negro registrou, em forma de tatuagem, uma imagem que mostra um jovem rapaz, de mãos dadas com seu avô, carregando uma bola de futebol, em direção ao estádio do Maracanã; na composição do desenho, ainda há espaço para a placa do ponto de parada do ônibus que os levava, todos os dias, carregando uma marmita nas mãos e um sonho nos pés. Hoje, este sonho não poderia ser mais real.