No dia 31 de maio de 2019, Mariana Fernandes assinou contrato com o Flamengo e iniciou sua trajetória no clube. Ali começava uma história que possui momentos bons e uma identificação com o Manto Sagrado que transcende as quatro linhas. Hoje, três anos após a chegada, Marianinha virou MF7, adquiriu respeito, virou líder, ganhou a braçadeira de capitã e foi convocada para a Seleção Brasileira.

Mariana vivenciou todo processo de transformação do Mais Querido na modalidade. Fez parte do time de base pioneiro, esteve presente na primeira competição e viu tudo acontecer diante dos seus próprios olhos com o decorrer do tempo. Não tinha cenário melhor para construir uma relação tão intensa.

- De 2019 pra cá existe uma grande evolução dentro do clube. As categorias de base se transformaram repetidas vezes e hoje temos um grupo excelente. Além disso, vale lembrar, que o Flamengo apostou cada vez mais em nós durante esse período e, consequentemente, nos oferece, atualmente, a melhor estrutura. Isso permite que a gente se desenvolva cada vez mais - avaliou.

A mudança interna também aconteceu de forma natural. A garota de 14 anos cresceu e, agora, com 17, amadureceu. A maturação, parte fundamental na carreira de qualquer jogadora, é algo que chama bastante atenção e a atacante segue em nítida evolução.  

- Quando eu comparo com a Mariana de 2019, eu vejo uma grande transformação. Cheguei nova e pequena, e isso fez com que algumas pessoas de fora subestimassem meu potencial. O Flamengo me ofereceu experiências que me fizeram ganhar muita maturidade dentro e fora de campo. Minhas características se afloraram, me firmei no elenco e ganhei representatividade. Hoje, posso dizer, que construí uma Mariana que representa o Flamengo - disse, em tom seguro e confiante.

Os desafios começaram bem cedo, principalmente, em relação a torneios. Logo de cara, um Campeonato Brasileiro Sub-18. Apesar da pouca idade, Mari se destacou pois adaptou seu estilo, que a acompanha até os dias atuais por conta da mentalidade e do desenvolvimento.

- Foi bem desafiador jogar o Sub-18 com apenas quatorze anos. Existia uma diferença física que me deixava em desvantagem, mas que me obrigava a procurar soluções que me permitissem render bem. Essas soluções se aprimoraram e hoje eu tenho como característica um jogo veloz, com pensamentos e ações rápidas. As divididas também me trouxeram confiança para jogar, já que eu tive que acreditar mais em mim que qualquer um - comentou.

Indagada sobre um jogo inesquecível, a Menina da Gávea não titubeou e escolheu a grande vitória sobre o Corinthians, na estreia da segunda fase do Brasileirão Feminino Sub-20, na última semana.

- Foi um clássico nacional que superamos o adversário por 3 a 0. Foi marcante pra mim desde o clima no vestiário até os lances do campo. Eu lembro de cada detalhe. Nossa equipe jogou com a cara do Flamengo e conquistou um grande resultado com muita união. Esse duelo me deixou orgulhosa e consciente que estamos fazendo um grande trabalho - ressaltou.

Na conclusão do bate-papo que durou cerca de vinte minutos, MF7 abriu o coração e, visivelmente emocionada, se declarou ao Rubro-Negro.

- O Flamengo é a realização de um sonho diário. Eu amo o clube desde a barriga da minha mãe e esse amor aumenta cada vez mais. Vejo o Flamengo como a porta de entrada para os meus objetivos e sou muito feliz representando o Manto Sagrado. Minha principal meta agora é conquistar um título, escrever meu nome na história e chegar no profissional - finalizou.