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Influência da mãe e melhor temporada da carreira: Dany Helena fala sobre futebol e Flamengo

Ao site oficial, artilheira de 2018 comentou sobre a passagem pelo Mais Querido, os prêmios e a expectativa para mais um ano

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O Flamengo/Marinha voltou aos treinamentos na última semana e inicia a preparação para o início da temporada 2019, visando as disputas do Campeonato Brasileiro, Estadual e Jogos Mundiais Militares. Após receber proposta para integrar o futebol da China, a meio-campista Dany Helena ficou no Mais Querido do Mundo e agora só pensa em uma coisa: vencer, vencer, vencer. Ao site oficial, a camisa 27 falou com exclusividade sobre sua trajetória no futebol, o prêmio de artilheira do país e o próximo ano.

"Passei por diversas equipes e todas me ensinaram um pouco. Fui muito feliz em todas e tenho prazer por ter passado em cada uma. O Cresspom-DF era em Brasília, meu estado, mas era um time que eu não conseguia ser profissional. Trabalhava durante o dia e só conseguia treinar à noite duas ou três vezes por semana. Por isso decidi sair de lá. Todos têm sonhos de ganhar títulos, eu tinha esse desejo de jogar em times maiores. Tive oportunidade de passar pelo Kindermann por seis meses e cresci muito. Depois joguei a Libertadores Feminina pelo Foz Cataratas, fazendo minha primeira competição internacional. Em seguida acabei no Iranduba, mas não tive um desempenho muito bom. Acabei chegando aqui ao Flamengo e fazendo o melhor ano da minha carreira, marcando mais gols e conseguindo me preparar melhor. A estrutura e os profissionais são muito bons, o nome do clube me deu muita visibilidade, a Marinha me dá tudo, não tenho do que reclamar. Aqui temos tudo que precisamos para sermos atletas de alto nível. O que conta não é só o meu desempenho, mas sim como me prepararam para que eu chegasse neste ponto. A Marinha, o Flamengo, os profissionais, as jogadoras. Foi uma contribuição de todos para que eu pudesse ter destaque ano passado", explicou Dany.

Aos 26 anos, Danyelle Helena da Silva Lima é uma das poucas da modalidade que pode dizer que viu em sua própria casa uma influência para seguir carreira no futebol feminino. Natural de Brasília, ela acompanhava os passos de sua mãe Márcia, que também foi atleta por muito tempo.

"Minha mãe foi atleta e talvez por isso sempre tenha me apoiado. Quanto a isso não tenho do que reclamar. Meus pais e minha família sempre demonstraram muito apoio, me levaram aos treinos. É muito gratificante ter isso, pois muita gente não tem o suporte pelo machismo, por acharem que menina não pode jogar futebol. Fico muito feliz por tê-los comigo sempre mesmo de longe. Eles viriam para cá esse mês, mas vão esperar o início do Brasileiro. É um privilégio que poucas pessoas do futebol feminino têm, mas eu consegui ter”, afirmou a jogadora, que é formada em Educação Física e só pôde investir no esporte de fato depois da graduação.

Na última temporada, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) realizou a primeira edição do Prêmio do Brasileirão Feminino. Em cerimônia junto aos principais nomes do esporte masculino, as melhores jogadoras do ano receberam o reconhecimento merecido. Artilheira do Flamengo e do país, Dany Helena recebeu a chuteira de ouro, além do troféu de melhor atacante de 2018. "Foi um ano mágico para mim. Fiquei muito feliz pois era algo que nunca tinha vivido. Agradeço muito a Deus por tudo, por ter essa oportunidade. Tive todas as condições durante o ano para chegar onde cheguei. Ganhar esses prêmios pelo Flamengo, um dos maiores times do Brasil, é uma honra muito grande. Muitas pessoas ficaram sabendo, recebi milhares de mensagens. Foi muito legal. Foi um ano maravilhoso e espero poder me dedicar ainda mais para fazer um ano ainda melhor, conseguindo coisas ainda maiores com o Manto", celebrou a meio-campo.

Junto a Lucas Paquetá, Renê e Everton Ribeiro, Dany representou o Rubro-Negro na noite importante para a modalidade nacional. "Somos fãs deles, acompanhamos muito o futebol masculino. Ver que você está sendo premiada junto de grandes craques do Brasil e do mundo é uma honra. Meu pai foi comigo e ficou muito feliz por estar ali. É um ambiente muito legal. Ser premiada ao lado de pessoas assim é motivo de orgulho ainda maior. Espero estar lá novamente nesta temporada, ajudando o Flamengo e conquistando o título do Campeonato Brasileiro", disse.

Para o futebol feminino, a presença da Rainha Marta no Prêmio do Brasileirão foi um marco significativo. Poucos meses depois, outro fato ajuda ainda mais a enriquecer a modalidade no Brasil: a volta da atacante Cristiane ao país, desta vez jogando pelo São Paulo. "É muito bom, ainda mais para o futebol feminino. Normalmente essas atletas atuam fora do Brasil, então somos fãs, conseguimos ver jogos pela Seleção, mas não temos um contato tão próximo. Espero que possamos ir bem contra elencos de nome. A Marta é uma inspiração totalmente, foi uma honra conhecê-la. A Cristiane é uma inspiração pela posição ser parecida com a minha. Então é muito positivo para a modalidade. A regra de todos os times da Série A precisarem de uma equipe feminina para jogar a Libertadores ajuda mais, pois dá oportunidade para muitas jogadoras que não teriam espaço. Tenho a honra de estar em um time grande com ótima estrutura", analisou Dany Helena.

Pensando em 2019, a temporada já começa forte logo em março. "Será um ano muito difícil e de muito trabalho, mas essa equipe vem mostrando sempre que isso não falta aqui. Não faltará dedicação, disciplina, vontade. Ano passado ficou faltando um título, mas brigamos e lutamos muito. Espero que esse ano consigamos levar o Brasileiro, o Carioca e os Jogos Militares, conquistando a tríplice coroa", garantiu a camisa 27.

A equipe de futebol feminino do Clube de Regatas do Flamengo conta com recursos de seus patrocinadores – Caixa e Avon – via Lei de Incentivo Federal/Ministério do Esporte (IR) e Lei de Incentivo Estadual/Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude (Seelje) do Rio de Janeiro.