O maior ídolo da história do Flamengo é um exemplo perfeito da importância do futsal para o desenvolvimento de um jogador profissional. Zico primava pelo controle de bola, passes curtos e dribles precisos. Até hoje, a integração entre o salão e o campo é um dos mecanismos de busca de jovens talentos na Gávea. O coordenador do futsal rubro-negro, Luiz Antônio Torres, conta sobre a parceria entre os departamentos do clube.

"O futsal colabora muito com o envio de atletas para o futebol de campo. Dos onze em campo na última Copinha, quatro começaram no Fraldinha do futsal: Jorge (meia), Daniel (goleiro), Cafú (atacante) e o Ruan Felipe (meia). Eles saíram dos dez para 11 anos, que é geralmente a idade que eles vão para o gramado. Agora mesmo, o sub-15 foi campeão inédito da Copa Brasil, em Votorantim, com grande maioria do time saído do futsal", disse Torres.

Carlos Noval, diretor do futebol de base rubro-negro, explica como se faz a transição dos jovens atletas. "Hoje existe uma integração muito grande. O futsal identifica os atletas que, quando chegam na idade, fazem uma adaptação no campo. Os garotos saem de uma metodologia muito diferente, em relação ao tamanho e peso da bola, tamanho do campo, chuteira diferente. Depois de cerca de um mês, vemos com muita calma quem se adaptou melhor. Sem pressa, porque entendemos que é difícil e os meninos são muito novos. Nessa idade, fazemos trabalhos mais lúdicos, fundamentos, parte técnica", concluiu.

Noval acredita que os primeiros passos no salão fazem toda diferença para o futuro dos jogadores. "O primeiro passo para ser jogador de futebol é passar pelo futsal. Os dribles curtos, o controle da posse de bola. Você identifica quem veio do futsal no gestual do jogador, nos dribles. O menino que passou pelo futsal já vem com uma vantagem maior", concluiu.