União para o bem do futebol do Rio de Janeiro
Presidentes de Fla, Vasco, Botafogo e Flu explicaram que Clube dos 13 não negocia mais em nome deles
Por Da equipe do site oficial - em
Os quatro presidentes de Flamengo (Patricia Amorim), Botafogo (Mauricio Assumpção), Fluminense (Peter Siemsen) e Vasco (Roberto Dinamite)concederam entrevista coletiva nesta quinta-feira (24.02), em um hotel, na Barra da Tijuca, e explicaram que não pretendem deixar, em um primeiro momento, o Clube dos 13. Todos os dirigentes ressaltaram a união em prol de um fim comum: negociar o melhor contrato de transmissão para o Campeonato Brasileiro dos próximos anos.
Ao abrir a coletiva de imprensa, um comunicado oficial (confira abaixo) foi lido pelo presidente do Botafogo. Nele, os dirigentes explicam que a ação divulgada nesta quinta não tem cunho político. Os clubes se juntaram após constatarem que tinham as mesmas dúvidas sobre a negociação do contrato de transmissão proposto pelo Clube dos 13. Sendo assim, os quatro grandes do Rio desautorizaram oficialmente a instituição de negociar qualquer contrato representando eles.
Com propriedade para falar sobre qualquer assunto sobre o Flamengo, a presidente Patricia Amorim explicou que o Rubro-negro irá buscar o melhor para si, mesmo negociando em conjunto com os co-irmãos cariocas.
"O Flamengo está muito confortável com esse movimento. O que se perdeu no Clube dos 13 foi a essência. Ele foi criado e existe até hoje para defender os interesses dos clubes. O Rio de Janeiro, mais uma vez na vanguarda, percebeu sua força e, ainda com suas diferenças dentro de campo, se juntou para reivindicar seus direitos no coletivo. Afinal, com quatro cabeças pensando teremos menos chance de erro", afirmou Patricia, explicando o que querem os clubes do Rio.
"Queremos entender melhor, participar mais ativamente desse processo (venda de direitos de transmissão). Para isso, montaremos duas frentes, uma jurídica, que dará toda a base para nossas ações, e outra de marketing, que irá procurar os interessados em transmitir nossos jogos. Temos, sim, interesses diferentes, mas vamos negociar juntos".
Antes de encerrar, o presidente do Fluminense explicou que não existe vaidade se um clube vier a ganhar mais que o outro. Afinal, tudo o que for decidido terá um embasamento científico.
"Não é escolher emissora ou valor líquido. A rodada de negociações ainda vai começar. É importante dizer que hoje existe uma divisão de cotas no Clube dos 13 que não concordamos. Para definir essas cotas, deveriam existir parâmetros científicos, como audiência, compra de pay per views. Queremos isso. A partir de agora, essas equipes técnicas (jurídico e marketing) vão tocar todo o processo. E se o Flamengo vai ganhar mais será porque foi provado que ele merece mais", encerrou.
Confira o comunicado na íntegra:
"Os quatro clubes de maior torcida do Rio de Janeiro se reuniram no último dia 22 de fevereiro e decidiram anunciar a decisão conjunta de assumir uma posição independente ao Clube dos 13, em especial no que se refere às movimentações relativas aos direitos de transmissão das competições de futebol em nosso país.
Gostaríamos de adicionar ainda que, por vezes, questões específicas como essa, criam condições para a ampliação da reflexão relacionada aos aspectos que unem Vasco, Botafogo, Flamengo e Fluminense por via dos seus amplos interesses em comum.
O novo estilo gerencial adotado pelos clubes de futebol, que em sua maioria tem buscado conciliar a pressão por resultados com a racionalidade gerencial e administrativa, o estabelecimento de um calendário permanente pela CBF e a crescente atratividade das competições, vem gerando um inegável e crescente aumento da credibilidade do produto futebol em nosso país.
O aumento das receitas obtidas através da comercialização dos direitos de transmissão, bem como a expressiva valorização de outros ativos, tais como patrocínio nos uniformes, propriedades publicitárias e licenciamento de produtos, inegavelmente rentabilizados pela TV brasileira, vem fortalecendo de modo importante a receita total dos clubes.
No que tange especificamente ao Campeonato Brasileiro de Futebol, após anos de sucessivas experiências mal sucedidas, chegou-se em 2008 a um modelo de exibição que passou a incluir, além da televisão aberta, as transmissões restritas, baseadas no modelo pay-per-view. Valendo observar que este produto vem crescendo, nos últimos quatro anos, a uma taxa de mais de 25% ao ano, gerando importantes receitas adicionais para os clubes. A preservação desse modelo de sucesso e, seu aperfeiçoamento, são de interesse das grandes marcas do futebol carioca.
Observe-se, por outro lado, que o Clube dos 13, de tempos para cá, deixou de desempenhar de modo sistemático o papel que motivou a sua criação, qual seja, o de representar ativamente os seus associados junto a todas as esferas da administração pública brasileira e, notadamente, perante os organismos responsáveis pela gestão do futebol no Brasil e no continente Sul-Americano.
É do conhecimento de todos o complexo cenário financeiro econômico em que se encontram os clubes de futebol e entendemos que um organismo representativo desses grandes clubes do país deveria liderar uma verdadeira cruzada junto ao poder público constituído com vistas a estancar a sangria provocada pelas penhoras trabalhistas, cíveis e fiscais, verdadeira chaga que tendem a inviabilizar nossas organizações. Tudo isso a despeito de ser absolutamente inadiável que assumamos uma inequívoca posição de responsabilidade perante os compromissos financeiros que assumimos em nossos clubes.
É preciso também que uma verdadeira tomada de consciência, que deveria ser provocada por uma liderança atuante e sintonizada com a realidade dos clubes, faça todos entenderem que os clubes desempenham um papel vital na formação de atletas de todas as modalidades, inclusive as olímpicas, praticando responsabilidade social, muito antes dessa nobre atividade ser prevista no planejamento estratégico das empresas.
E o que ganhamos com isso? Desarticulados, vemos nossos atletas serem levados ao fim de sua formação esportiva e cidadã por empresas que tem como único compromisso a exposição de suas marcas e produtos.
Vivemos um momento histórico. A proximidade da realização da Copa do Mundo de Futebol 2014 no Brasil não pode ser desperdiçada por nossas organizações. Os clubes precisam aproveitar esta oportunidade em que estádios por todo o pais, quer os que serão utilizadas pela FIFA, quer os outros que estão sendo modernizados, irão certamente criar condições para elevar a um patamar outrora inimaginável as receitas de bilheteria, de publicidade, de promoções e de eventos.
Todo esse ambiente irá provocar um fenômeno fundamental para os interesses dos clubes. Os valores obtidos com o patrocínio dos uniformes deverão perceber um crescimento expressivo, desde que seja adequadamente exibido pela televisão brasileira. No mesmo sentido, as receitas com a venda dos direitos de transmissão também deverão crescer significativamente.
Entendemos, portanto, que a hora é de fortalecer a lógica que vem vigorando no futebol brasileiro nos últimos anos, em especial no que diz respeito às transmissões dos nossos jogos, nos parece o melhor caminho a seguir. O bom senso há de prevalecer, sob pena de colocarmos em risco todo o avanço conquistado, resultante do esforço conjugado entre os clubes, as federações estaduais, a CBF e os nossos parceiros comerciais".
Ao abrir a coletiva de imprensa, um comunicado oficial (confira abaixo) foi lido pelo presidente do Botafogo. Nele, os dirigentes explicam que a ação divulgada nesta quinta não tem cunho político. Os clubes se juntaram após constatarem que tinham as mesmas dúvidas sobre a negociação do contrato de transmissão proposto pelo Clube dos 13. Sendo assim, os quatro grandes do Rio desautorizaram oficialmente a instituição de negociar qualquer contrato representando eles.
Com propriedade para falar sobre qualquer assunto sobre o Flamengo, a presidente Patricia Amorim explicou que o Rubro-negro irá buscar o melhor para si, mesmo negociando em conjunto com os co-irmãos cariocas.
"O Flamengo está muito confortável com esse movimento. O que se perdeu no Clube dos 13 foi a essência. Ele foi criado e existe até hoje para defender os interesses dos clubes. O Rio de Janeiro, mais uma vez na vanguarda, percebeu sua força e, ainda com suas diferenças dentro de campo, se juntou para reivindicar seus direitos no coletivo. Afinal, com quatro cabeças pensando teremos menos chance de erro", afirmou Patricia, explicando o que querem os clubes do Rio.
"Queremos entender melhor, participar mais ativamente desse processo (venda de direitos de transmissão). Para isso, montaremos duas frentes, uma jurídica, que dará toda a base para nossas ações, e outra de marketing, que irá procurar os interessados em transmitir nossos jogos. Temos, sim, interesses diferentes, mas vamos negociar juntos".
Antes de encerrar, o presidente do Fluminense explicou que não existe vaidade se um clube vier a ganhar mais que o outro. Afinal, tudo o que for decidido terá um embasamento científico.
"Não é escolher emissora ou valor líquido. A rodada de negociações ainda vai começar. É importante dizer que hoje existe uma divisão de cotas no Clube dos 13 que não concordamos. Para definir essas cotas, deveriam existir parâmetros científicos, como audiência, compra de pay per views. Queremos isso. A partir de agora, essas equipes técnicas (jurídico e marketing) vão tocar todo o processo. E se o Flamengo vai ganhar mais será porque foi provado que ele merece mais", encerrou.
Confira o comunicado na íntegra:
"Os quatro clubes de maior torcida do Rio de Janeiro se reuniram no último dia 22 de fevereiro e decidiram anunciar a decisão conjunta de assumir uma posição independente ao Clube dos 13, em especial no que se refere às movimentações relativas aos direitos de transmissão das competições de futebol em nosso país.
Gostaríamos de adicionar ainda que, por vezes, questões específicas como essa, criam condições para a ampliação da reflexão relacionada aos aspectos que unem Vasco, Botafogo, Flamengo e Fluminense por via dos seus amplos interesses em comum.
O novo estilo gerencial adotado pelos clubes de futebol, que em sua maioria tem buscado conciliar a pressão por resultados com a racionalidade gerencial e administrativa, o estabelecimento de um calendário permanente pela CBF e a crescente atratividade das competições, vem gerando um inegável e crescente aumento da credibilidade do produto futebol em nosso país.
O aumento das receitas obtidas através da comercialização dos direitos de transmissão, bem como a expressiva valorização de outros ativos, tais como patrocínio nos uniformes, propriedades publicitárias e licenciamento de produtos, inegavelmente rentabilizados pela TV brasileira, vem fortalecendo de modo importante a receita total dos clubes.
No que tange especificamente ao Campeonato Brasileiro de Futebol, após anos de sucessivas experiências mal sucedidas, chegou-se em 2008 a um modelo de exibição que passou a incluir, além da televisão aberta, as transmissões restritas, baseadas no modelo pay-per-view. Valendo observar que este produto vem crescendo, nos últimos quatro anos, a uma taxa de mais de 25% ao ano, gerando importantes receitas adicionais para os clubes. A preservação desse modelo de sucesso e, seu aperfeiçoamento, são de interesse das grandes marcas do futebol carioca.
Observe-se, por outro lado, que o Clube dos 13, de tempos para cá, deixou de desempenhar de modo sistemático o papel que motivou a sua criação, qual seja, o de representar ativamente os seus associados junto a todas as esferas da administração pública brasileira e, notadamente, perante os organismos responsáveis pela gestão do futebol no Brasil e no continente Sul-Americano.
É do conhecimento de todos o complexo cenário financeiro econômico em que se encontram os clubes de futebol e entendemos que um organismo representativo desses grandes clubes do país deveria liderar uma verdadeira cruzada junto ao poder público constituído com vistas a estancar a sangria provocada pelas penhoras trabalhistas, cíveis e fiscais, verdadeira chaga que tendem a inviabilizar nossas organizações. Tudo isso a despeito de ser absolutamente inadiável que assumamos uma inequívoca posição de responsabilidade perante os compromissos financeiros que assumimos em nossos clubes.
É preciso também que uma verdadeira tomada de consciência, que deveria ser provocada por uma liderança atuante e sintonizada com a realidade dos clubes, faça todos entenderem que os clubes desempenham um papel vital na formação de atletas de todas as modalidades, inclusive as olímpicas, praticando responsabilidade social, muito antes dessa nobre atividade ser prevista no planejamento estratégico das empresas.
E o que ganhamos com isso? Desarticulados, vemos nossos atletas serem levados ao fim de sua formação esportiva e cidadã por empresas que tem como único compromisso a exposição de suas marcas e produtos.
Vivemos um momento histórico. A proximidade da realização da Copa do Mundo de Futebol 2014 no Brasil não pode ser desperdiçada por nossas organizações. Os clubes precisam aproveitar esta oportunidade em que estádios por todo o pais, quer os que serão utilizadas pela FIFA, quer os outros que estão sendo modernizados, irão certamente criar condições para elevar a um patamar outrora inimaginável as receitas de bilheteria, de publicidade, de promoções e de eventos.
Todo esse ambiente irá provocar um fenômeno fundamental para os interesses dos clubes. Os valores obtidos com o patrocínio dos uniformes deverão perceber um crescimento expressivo, desde que seja adequadamente exibido pela televisão brasileira. No mesmo sentido, as receitas com a venda dos direitos de transmissão também deverão crescer significativamente.
Entendemos, portanto, que a hora é de fortalecer a lógica que vem vigorando no futebol brasileiro nos últimos anos, em especial no que diz respeito às transmissões dos nossos jogos, nos parece o melhor caminho a seguir. O bom senso há de prevalecer, sob pena de colocarmos em risco todo o avanço conquistado, resultante do esforço conjugado entre os clubes, as federações estaduais, a CBF e os nossos parceiros comerciais".