Glauco Araújo do G1, em São Paulo
Espécie tem o corpo na cor preta, com barriga e patas vermelhas.\ Conhecido como flamenguinho, ele só existe no Parque Nacional de Itatiaia, no Rio.\
Sapo flamenguinho tem as patas e a parte inferior avermelhadas (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)\ O sapo flamenguinho (Melanophryniscus moreirae) será o símbolo do Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro, que completa 70 anos no dia 14 junho. O animal só existe nessa região. A área do parque abrange a parte mais elevada da Serra da Mantiqueira, entre os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.\
Segundo a bióloga Pilar Guido de Castro, 36 anos, a escolha foi feita porque o animal só existe nessa região. "O símbolo do parque, até então, era um esquilo também típico de lá, mas que não existe somente na região. Diferente do sapo, que só existe nesse parque." A bióloga defendeu uma tese de mestrado sobre o sapo flamenguinho na Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ).
Pilar afirmou que o sapo flamenguinho foi descoberto por Miranda Ribeiro, em 1920. "O cientista Werner Bokermann publicou um trabalho sobre o animal em 1967. Depois disso, o sapo não foi estudado e ninguém mais se interessou por ele."
Segundo ela, o sapo recebeu o apelido por causa das cores predominantes de seu corpo. "A parte ventral e as patas do sapo são vermelhas. O dorso é preto, com possibilidade de ter pequenas manchas marrons", afirmou Pilar. O macho atinge cerca de 2,4 cm de comprimento. A fêmea é maior e pode alcançar pouco mais de 3 cm."
Arquivo Pessoal\ Parque fica fechado no período de reprodução do flamenguinho (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)\ Preservação\ A bióloga afirmou que o animal é endêmico da Serra da Mantiqueira. "Ele vive nos campos rupestres. É nativo da região, ou seja, não foi introduzido lá. O flamenguinho só é visto em altitude superior a 2.400 metros", disse.\
Segundo Pilar, o sapo flamenguinho é um animal raro, que precisa ser preservado. "Ele vive num parque extremamente importante para o país. Antigamente, os carros que circulavam pelo parque esmagavam os sapinhos. Hoje, no período de reprodução, no verão, parte do parque fica fechada para evitar a sua destruição. Como só vive nesta região, se não for preservado, ele pode ser extinto em pouco tempo."