Ex-goleiro comparou a vitória sobre o São Paulo deste ano a de 1982
Lance\ Raul com a camisa do clube em que conquistou o Mundial Interclubes (Crédito: Julio César Guimarães)\ Fred Gomes\
Diante do excelente momento vivido pelo Flamengo, Raul Plasmann, goleiro do clube de 1978 a 1983, comparou a vitória por 1 a 0 do Rubro-Negro sobre o São Paulo neste Campeonato Brasileiro à sensacional virada por 3 a 2 conquistada sobre o Tricolor Paulista em 1982, jogo que deu início à série de seis vitórias no ano em que o Fla conquistou seu segundo título no Brasileirão. Além disso, o ex-camisa 1 rubro-negro ainda considera o clube da Gávea predestinado, pois, segundo Raul, o jogo contra o líder do atual campeonato se deu em um momento muito oportuno.
- A situação é idêntica a de 1982, pois se deu em um momento definitivo. A vitória sobre o Náutico - 2 a 1 no retorno do clube ao Maracanã após os Jogos Panamericanos -, representou um ganho de moral. Depois disso e de grandes vitórias, aparece um São Paulo com o título na mão. A melhor coisa do mundo foi aparecer o São Paulo, pois o Fla teve em sua frente o campeão do Brasil e pôde dar uma sapecada. Foi tudo o que o Fla precisava e, com esta vitória, encheu-se de moral e bateu no peito, falando: "Estou vivo e vou chegar!" - entusiasma-se.
Sobre a vitória por 3 a 2 sobre o São Paulo, conquistada na estréia do Flamengo no Brasileirão de 1982, Raul classifica aquele triunfo como um forte indício de que a taça acabaria na Gávea. Na oportunidade, os mais de 85 mil rubro-negros presentes ao Maracanã viram o Fla ir para o intervalo perdendo por 2 a 0, mas o resultado final foi de 3 a 2, em show de Zico, autor de dois golaços.
- Existem vitórias e vitórias. Muitas vezes, ganha-se o jogo, mas não se tem a impressão de que o time pode aguentar até o fim. Em contrapartida, há triunfos em que o torcedor olha e fala: "esse time vai ser campeão". A virada sobre o São Paulo foi o reflexo de que o Flamengo tinha um grande time. Ganhamos em uma situação complicada, contra um bom time e fomos para o vestiário perdendo 2 a 0. Ao final do jogo, vê-se 3 a 2 para o Flamengo e tira-se a conclusão: "vocês podem botar 2 a 0, mas os campeões somos nós" - explica.
De volta à realidade do atual Flamengo, Raul diz que, se estes jogadores não são craques como o de sua geração, fazem com que a torcida tenha orgulho de ser Flamengo.
- Esse time representa uma identificação com o clube, com a camisa. Quando você não tem um time igual aquele de 80, há de se transformar a falta de condição técnica em garra, aliando-a a outros ingredientes. E isto é exatamente o que o Flamengo proporciona aos seus jogadores, pois vendo na arquibancada aquelas bandeiras que homenageiam o time campeão do mundo em 1981, os jogadores recebem com muita energia e aceitam muito bem. Podiam ver nesta homenagem uma ofensa, do tipo: só aqueles caras jogam bola e os atuais não são nada. No entanto, tornou-se uma força extra e este time tem devolvido ao torcedor o orgulho de ser rubro-negro, tirando muita coisa de onde não existe, extraindo forças do próprio Flamengo.
Por fim, o ex-goleiro diz que o Flamengo deve sonhar não só com a classificação para a Libertadores, mas também em conquistar a competição mais importante da América do Sul:
- O Flamengo deve sonhar com Libertadores e em conquistá-la, pois, atualmente, ela é muito mais fácil do que na nossa época.