Sou um dos maiores defensores do profissionalismo na gestão do esporte brasileiro. Possivelmente, tenho desagradado alguns dirigentes que, por paixão, tem dedicado precioso tempo de sua vida em benefício do esporte e, por um problema de comunicação meu, possam vir a interpretar mal minhas palavras.\ Devido a complexidade que o esporte tomou nos últimos tempos, com a profissionalização dentro dos campos, das quadras (atletas, treinadores, árbitros) e ao caráter econômico que isto gerou, tenho pregado a necessidade de profissionalização, também, fora dos campos e das quadras (dirigentes).\ Graças aos dirigentes voluntários, grandes marcas do esporte brasileiro foram construídas ao longo dos tempos. A partir dos anos 80, a dimensão econômica do esporte alcançada com a entrada de novos atores, como a televisão e os anunciantes, exigiu uma mudança no seu modelo de gestão, com a presença de profissionais capacitados a discutir com estes novos atores. Nos anos 90, surgiram dois novos atores; os agentes de futebol licenciados, representante dos atletas, e grupos investidores, tornando o mercado ainda mais complexo. \ Com o convite feito pelo presidente Márcio Braga, para assumir os esportes olímpicos do Flamengo e transformá-lo numa unidade de negócios moderna e em consonância com a realidade do mercado, me deparei com várias ofertas de trabalho voluntário, cuja importância na sociedade moderna, em seus diversos setores, não podemos questionar. \ O novo papel do voluntário no esporte\ Temos dois tipos de voluntários; o dirigente e a aquele que quer ajudar dedicando parte de seu tempo a uma causa (não-dirigente).\ O dirigente voluntário, no modelo que vamos propor, sai do nível operacional para o nível estratégico, através de um Grupo ou Conselho Gestor. Este conselho aprovará o Plano Estratégico (missão, prioridades, objetivos de curto, médio e longo prazo) e Operacional (recursos humanos, materiais e financeiros) da Unidade de Negócios. Também será responsável por recrutar, selecionar e contratar o corpo profissional que executará este plano. Periodicamente, o conselho se reúne com o corpo profissional para avaliar os resultados.\ Já a voluntário não-dirigente, pode ser recrutado e selecionado dentro de um Programa de Voluntariado para ajudar em diversos projetos, devidamente coordenados e supervisionados pela estrutura profissional.\ Joao Henrique Areias\