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Nota do vice de Esportes Olímpicos

Há 113 anos o Flamengo forma atletas e cidadãos.

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A matéria publicada hoje no jornal O Globo (título abaixo) passa, mais uma vez, uma imagem negativa do Flamengo, prejudicando o nosso esforço de resgatar o esporte olímpico no clube e trabalhar por um movimento no Estado do Rio de Janeiro em prol dos atletas, técnicos e das crianças e adolescentes do nosso estado, principalmente aquelas em situação de risco.

FLA NÃO PODE RECEBER VERBA PÚBLICA\ Claúdio Nogueira - O Globo - 8 de fevereiro de 2009\ Entrevista com o Superitendente do COB - Marcus Vinicius Freire\

Há 113 anos o Flamengo forma atletas e cidadãos. Inúmeros títulos e ídolos do Fla Olímpico ajudaram o clube a construir sua marca. Uma marca que, junto com seus atletas e técnicos, atrai crianças e adolescentes de todas as faixas etárias, classes sociais, independente de raça, credo ou sexo.\ É fato que o clube, a exemplo do setor, tem dívidas e encontra-se na onda de uma crise que assola o mundo. Para complicar, está em um estado que vem se esvaziando ao longo das décadas nos campos político, social, econômico, cultural e desportivo. \

Reconhecemos que o setor esportivo não evoluiu e acompanhou a profissionalização dentro das quadras e dos campos. A gestão operacional não pode ser mais conduzida por dirigentes voluntários abnegados, tão importantes na construção destas grandes marcas do esporte brasileiro. Um novo modelo de gestão é imperioso, onde o papel do dirigente voluntário pode ser dignificado e valorizado, compondo conselhos gestores que definirão o planejamento estratégico, estabelecendo a missão, visão, objetivos de curto, médio e longo prazo das entidades esportivas. Dirigentes profissionais terão a responsabilidade de tornar realidade este planejamento estratégico conduzindo as ações do dia-a-dia.

Esta semana pude acompanhar cerca de 60 crianças, a maioria de baixo poder aquisitivo, treinando no Ginásio Cláudio Coutinho do Flamengo, sob a orientação dos nossos técnicos e atletas. O Diego Hipólito orientava um grupo de crianças que olhavam prá ele, num misto de admiração e atenção. Levei os colaboradores que estão me ajudando no Fla Olimpico, cuja vice presidência assumi há uma semana, para mostrar e pedir-lhes que, nos projetos que estamos criando, teríamos que retratar aquela cena. Comentei que há alguns meses, ali perto, na esquina da Bartolomeu Mitre com a Lagoa Barra, ao lado do batalhão do Leblon, minha filha foi atacada por meninos parecidos com aqueles que ali estavam.

Não vamos fazer milagres. Muito trabalho é o que prometemos. Somos cerca de oito pessoas na equipe, que estão doando, pelo menos, 90 dias de trabalho integral ao Flamengo.

Já estamos preparando uma campanha para o estado, com a ajuda de outros clubes e federações com quem vimos conversando, que é o Movimento Olímpico do Estado do Rio de Janeiro. Já o Fla-Olímpico, sob o tema Formando Atletas e Cidadãos, se engajará nesta campanha de conscientização da importância dos clubes no desenvolvimento esportivo do estado. Afinal, o clube, como célula-máter, foi o modelo escolhido há mais de 100 anos pela sociedade brasileira para o desenvolvimento esportivo do nosso país.

Ao invés de rebater um artigo que fere a história deste gigante chamado Flamengo, construído pela sociedade e que passa por uma situação delicada, quero apelar aos dirigentes esportivos do Flamengo e de outras entidades, autoridades e aos jornalistas esportivos, que assumamos uma outra postura, baseada no positivismo, na construção e na esperança.

O esporte pode combater a violência, as drogas, a ajudar a educar, socializar, integrar. É hora de refletir e pensar no futuro de atletas, técnicos, profissionais do esporte, clubes e, principalmente, das crianças do nosso estado.

Joao Henrique Areias\ VP de Esportes Olímpicos do Flamengo\ Formando Atletas e Cidadãos\ Movimento Olímpico do Estado do Rio de Janeiro\