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Mengão nas alturas

Conheça a história da montanhista que chegou ao topo do Aconcágua vestida com o Manto Sagrado

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Esta é uma história de garra e perseverança. De alguém que combinou planejamento, preparação e muita vontade para chegar ao topo. "Esta foto é minha pequena contribuição para incentivar ainda mais o Flamengo rumo ao topo do Brasileirão", antecipa Rosiane de Freitas, que no ano passado realizou um sonho: chegou ao cume do Monte Aconcágua, na Cordilheira dos Andes, ainda na Argentina. É o ponto culminante das Américas, com 6.962 metros. A maior montanha do hemisfério sul. A maior do ocidente.

"Estava começando a nevar, ventando bastante e o frio aumentava, mas deu para tirar as camadas de roupa – jogadas no chão – por um instante para registrar toda a minha paixão pelo Mengão. E colocá-lo no topo do Aconcágua, tal como queremos vê-lo sempre", afirma a montanhista, que tem doutorado em Engenharia de Sistemas em Computação.

Para chegar ao topo, exatamente no Natal do ano passado, a rubro-negra fez a chamada rota normal dos pioneiros, na qual o ataque ao cume acontece pela face Noroeste. Ao lado de um amigo, foram 11 dias para chegar até o cume – 13, no total da excursão. Foram cinco acampamentos, cerca de 4000m de desnível direto subidos e mais de 1000m no dia do cume. "Enfrentamos condições de tempo favoráveis, mas mesmo assim, o clima é extremo – muito frio e seco no geral, com noites congelantes, ventanias e atmosfera rarefeita, bem como dias de sol com forte calor no início da jornada. E o terreno heterogêneo e irregular, com solo arenoso com sedimentos e cascalhos diversos, além de longos trechos de neve compacta ou fofa", descreve a experiência.

A família da montanhista torce pelo Flamengo. "Meu pai é mineiro e logo que chegou aqui no Rio, isto nos idos dos anos cinqüenta, quis assistir um jogo de futebol no Maraca, indo parar na torcida do Mengão... aí já viu, virou mais um rubro-negro e influenciou sua prole toda", explica.

Ela cresceu no meio de quatro irmãos rubro-negros. "Acho que aprendi a torcer pelo Fla antes mesmo de aprender a falar. E para completar, minha infância foi regada de comemorações das muitas vitórias da geração do Zico, Júnior e companhia. Íamos com camisa e bandeira para a rua se juntar a multidão de torcedores, ver e participar do desfile de carros e cantar até perder a voz", relembra.

Hoje, ela garante ser quem torce com mais intensidade pelo Mengão em sua família. "Assisto tudo, gosto de saber as regras em detalhes, de assistir os programas de debates, vivo indo ao Maraca, é claro, e viro comentarista amadora durante os jogos. Importante: não caio na pilha dos antiflamenguistas, pois tenho mais o que fazer... e torcer", comenta, enquanto admite ser uma verdadeira perna-de-pau, apesar da aptidão para as práticas esportivas – ela freqüenta o Centro Excursionista Brasileiro, no Rio de Janeiro, com ênfase em alta montanha, escalada em rocha e caminhadas de longa duração e logística complexas.

Rosiane, que leciona em universidades, já levou as cores do Flamengo para o Pico da Neblina, no Amazonas. "E para várias outras aventuras e perrengues da minha vida", completa. A foto no cume do Aconcágua foi tirada no dia 25 de dezembro do ano passado. "Busquei com muita garra e motivação este verdadeiro presentão de Natal, tal como espero que seja com o Mengão nessa reta final do Campeonato Brasileiro".