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Léo quer escrever final de novela no Fla com Libertadores e Mundial

Lateral se coloca em seleto grupo de jogadores que estão na história do clube

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Sentado no calçadão da Barra da Tijuca, sunga branca, dois celulares e óculos. Nada mais. No olhar encoberto pelas lentes escuras, o horizonte é claro e prevê um capítulo final da relação com o Flamengo ambicioso e acompanhado da célebre frase "e foram felizes para sempre". Há cinco temporadas no clube e com duas por cumprir, Léo Moura tem o script para a despedida. Em dezembro de 2010, abraçado à taça do Mundial Interclubes em Abu Dhabi.

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Enquanto prepara-se para o novo desafio, aproveita o título brasileiro. Ele confessa que está surpreso com a euforia pós-conquista. No campo pessoal, revela que teve problemas com a superexposição do namoro com a cantora Perlla.

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Sossegado ao lado da namorada Camila e das filhas Isabella e Maria Eduarda, o lateral não abandona a vaidade. Recentemente, afirmou ao jornal Extra que não era bonito "só por causa do futebol".

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A marra de galã é interrompida por três meninas. Uma delas, de longe, pede para tirar foto. Ao se aproximar, olha para o rosto do jogador e emenda:

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- Você é muito gatinho, hein?

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Léo Moura sorri vencedor. Comprovou a tese rapidamente. No Flamengo, a vitória pessoal também veio sem sustos. Desde 2005, apossou-se da lateral direita e tornou-se referência. O primeiro título no clube – e na carreira – foi a Copa do Brasil de 2006. Depois, um tricampeonato estadual e, por fim o Campeonato Brasileiro.

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- Recentemente alguém falou, não lembro se foi o Andrade, que eu ficaria no banco do Leandro. Aquele time de 81 tem uma história incomparável, mas eu não estou longe. Estou no grupo seleto dos jogadores que fizeram história no Flamengo – disse.

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Confira a entrevista completa:
GLOBOESPORTE.COM: Uma Copa do Brasil, três Estaduais e um Campeonato Brasileiro. Ainda falta alguma coisa?
Léo Moura:
A Libertadores. Mas desde que cheguei, tive cinco temporadas positivas. De repente não foi para o clube, mas para mim todas foram. E alguns anos foram de felicidade dupla.

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No seu primeiro ano, em 2005, as coisas não foram tão simples. O Flamengo lutou para não cair no Brasileiro. Foi o momento mais difícil?
A fase estava ruim, minha mãe teve até um problema no coração por causa do nervosismo. Foi uma lição de vida. Vim de Portugal, não tinha noção do que era Flamengo. Dali passei a conhecer verdadeiramente. Aqui a cobrança é muito maior. Tudo que você faz toma uma dimensão enorme. Tem que tomar cuidado. Só que as alegrias também são redobradas. Estou vendo isso nas férias.

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Por causa do título brasileiro?
Claro, fiz um cruzeiro na semana passada e fiquei mais dentro da cabine do que qualquer coisa. Achei que chegaria lá e teria só casal, pessoas que não curtem tanto futebol. Mas quando fui fazer o check-in já veio uma multidão. Pensei: "Estou em alto-mar e nem assim vou conseguir descansar". Pior que não tinha para onde correr (risos). A proporção do título ficou fora do normal.

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Acima do que esperava?
Sabia que iriam comemorar, mas está coisa de outro mundo. Até na água juntava gente em busca de autógrafo, foto. A torcida esperava há 17 anos. Muita gente nem tinha visto o Flamengo campeão. Entrou para a história.

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E você acha que também tem vaga entre os principais jogadores do Flamengo?
Recentemente, alguém falou, não lembro se foi o Andrade, que eu ficaria no banco do Leandro. Aquele time de 81 tem uma história incomparável, mas eu não estou longe. Estou no grupo seleto dos jogadores que fizeram história no Flamengo.

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Em 2010 você disputa sua terceira Libertadores no Flamengo. É a última chance de ser campeão?
De repente esse título vem para finalizar meus anos de contrato com o Flamengo. Para começar a escrever o fim do meu livro aqui. Sabe aquele último capítulo de novela que todo mundo quer? Então... Depois eu veria o que fazer. Pegar essa família e dar uma volta ao mundo. E o título é possível, pelo grupo que temos. Se acreditarmos como fizemos na reta final do Brasileiro é bem possível.

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Qual é o segredo?
Mantendo a base dá para brigar pelo título. A gente se conhece, sabe o posicionamento de cada um em campo. Às vezes algo que o treinador pede e não dá certo, os próprios jogadores se corrigem porque têm esse feeling. Com a espinha dorsal que temos desde 2006 o Flamengo larga na frente.

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E a importância do Andrade neste grupo?
O diferencial dele é a humildade para ouvir os jogadores e aceitar opiniões. Com ele não tem sacanagem. Joga quem é o melhor. Isso é o fator principal do nosso grupo. Quem estava no banco torcia muito, vibrava com os demais. Andrade conseguiu construir essa família. Acompanhei a renovação e queria que ele ficasse. Deu certo.

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Bem antes do título, você se envolveu em uma polêmica ao ofender a torcida após fazer um gol no jogo contra o Náutico. Nesses cinco anos, em algum momento, achou que seu ciclo no clube estivesse encerrado?
Nunca pensei em sair. Aquele episódio acontece na carreira de qualquer um. As vaias foram passageiras, sabia seriam. Até porque na rua eu ouvia muita coisa de incentivo. Era só ter tranquilidade que passaria. É como um casal que tem brigas, mas depois resolve. Torcida sempre esteve junto comigo. Jogador que não é cobrado fica na mesmice.

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Você está com 31 anos. Já pensa em aposentadoria?
Não queria nem parar, mas quero jogar mais cinco. Uns três deles na lateral. Mas isso é relativo. Sou um cara que me cuido. Não bebo, dificilmente perco noite de sono. Agora estou mais com a família. Vou ficando velho e aprendendo mais. Cinco anos para guardar e dar o futuro que minha família precisa e merece. Tudo pesa.

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Você namorou a cantora Perlla e passou a frequentar as colunas de fofoca. De que forma isso o afetou?
Eu não sabia, na verdade, a proporção que isso tomaria. Mas aconteceu de namorar alguém que também está sempre na mídia. E há pessoas que não respeitam a privacidade e isso é um pouco ruim para mim, ainda mais porque jogo em time grande. Essa história serve de lição para a vida, para não me expor tanto.