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Fuzileiro norte-americano "representou" o Flamengo no Iraque

Paranense "gringo", Bruno Bonalti foi para a guerra, mas não esqueceu seu manto sagrado

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O ano era 2008, a guerra do Iraque acontecia de vento em popa e, nos Estados Unidos, Bruno Bonaldi, um brasileiro naturalizado norte-americano, se preparava para embarcar para a guerra. Treinamentos e mais treinamentos permearam a rotina do jovem antes de embarcar para o Oriente Médio. Na bagagem, cautela, saudade e... o manto sagrado, que não pode faltar em nenhum momento para esse rubro-negro.

Quase um ano longe de casa, Bruno ostentou a camisa do Flamengo durante os quase 12 meses nos quais permaneceu em missão no Iraque. E revela que, mesmo sem entender muito bem o que os iraquianos diziam, reconheceu que eles sabiam um pouco da história do clube mais popular do Brasil.

"A comunicação com os iraquianos era difícil. Eu sabia só algumas frases como "Oi, qual é o seu nome?", "Pare! Mãos na cabeça" ou então "Você sabe onde tem bomba ou quem faz?". Mas, mesmo assim, deu para perceber que alguns iraquianos, quando viram a camisa, falaram um monte coisas. Eu só entendi Flamengo, Zico, Junior e Maracanã", lembrou o "fuzileiro rubro-negro", que enviou sua imagem ao site oficial do clube.

E Bruno conta que a ideia de levar o manto sagrado para a "guerra" não surgiu de repente. Quando, em maio, embarcou para a Califórnia, para realizar os últimos treinamentos antes de sua missão, tentou comprar uma bandeira. Como não conseguiu, buscou no armário sua "armadura rubro-negra".

"Fui para o Iraque em 2008. Curiosamente, cheguei lá dia 11 de Setembro e fiquei por lá ate meados de abril de 2009. Felizmente vi o Mengão ser campeão pela TV, já em território ‘gringo’. Só que eu não poderia ficar esse tempo lá sem levar nada do flamengo. Estava me preparando para ir pra Califórnia,em maio, onde eu ia realizar treinamentos de guerra já prevendo nossa missão, e tentei encontrar uma bandeira do clube. Como não consegui arranjar uma, não tive dúvidas. Levei meu manto sagrado", detalhou.

Os dias no Iraque foram difíceis, obviamente. No entanto, uma coisa aproximava o fuzileiro do seu país de origem e aplacava o clima tenso: as notícias do Flamengo.

"Acompanhar os jogos e ter notícias era complicado. A internet lá era muito precária e eu não tinha muito tempo. Mas, quando dava, acessava sites de esporte para acompanhar como estava o time. Minha noiva chegou a gravar alguns jogos e mandar para mim. Na época ela era corinthiana, mas hoje somos casados e ela torce para o Maior do mundo", finalizou Bruno, dando mais detalhes do dia em que tirou a foto com a camisa do Flamengo no fronte de batalha.

"Estava me preparando para uma patrulha pelos vilarejos que tinham em Al Ambar e tirei a foto. O manto sagrado ia comigo sempre. Curiosamente, quando cheguei lá, notei que uma molecada, que gostava de futebol, estava jogando futebol com uma garrafa pet. Aquilo lembrou da minha infância no Brasil. Na base em que estávamos lá, no Iraque, tinha uma bola que ninguém usava. Então, não pensei duas vezes, levei ela e entreguei para as crianças, que ficaram felizes da vida".