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Flamengo leva exposição itinerante à Tasso da Silveira

Mostra que comemora os 30 anos do título Mundial foi exibida na escola onde ocorreu o massacre de Realengo

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Há pouco mais de um mês, a tragédia da escola Tasso da Silveira, em Realengo, chamava atenção do Brasil inteiro. Mas, além das lembranças tristes, a realidade na instituição de ensino é de tentar seguir adiante. Justamente para tentar diminuir a dor causada pelas recordações daquele fatídico 7 de abril, o Flamengo levou até os estudantes e professores a exposição itinerante do Museu Flamengo, que comemora os 30 anos da conquista do Mundial de 1981.

A delegação rubro-negra, chefiada pela presidente Patricia Amorim e reforçada pelos atletas Marcelinho e Teichmann, do basquete, os ginastas Diego Hypólito, Sérgio Sasaki e Vitor Rosa, além dos campeões da Copa São Paulo de juniores Marlon, César, Rafinha e Paulo Henrique, chegou de surpresa na Tasso da Silveira, causando um grande alvoroço.

Assim que avistaram o ônibus do Flamengo, alunos e professores pararam suas atividades para dar as boas vindas aos rubro-negros. Primeiro, Patricia Amorim fez questão de chamar o diretor da escola, Luiz Marduque Vieira, e alguns professores para agradecer a oportunidade de continuar levando alegria aos alunos da Tasso da Silveira.

"Gostaria de agradecer a todos os envolvidos, a todos que compareceram e, principalmente, aos alunos e professores que nos acolheram tão bem. Essa exposição está rodando todo o Brasil e onde o Flamengo chega é só alegria. Sempre que pudermos aproximar nossos torcedores de nossa história, faremos", afirmou a presidente do Flamengo, que entregou uma camisa de Ronaldinho Gaúcho para o diretor da escola e ainda cedeu outras três para serem sorteadas entre os estudantes, que foram o grande motivo do evento desta segunda.

"Estamos sempre preocupados com a boa formação das crianças. Exatamente por isso, fizemos questão de trazer até aqui alguns de nossos atletas das divisões de base. Além disso, queremos passar a mensagem de que é possível, sim, ser um campeão na vida. Represento aqui mais de 40 milhões de corações que abraçam essa escola", disse, emocionada, Patricia Amorim.

Um dos responsáveis pelo evento, o diretor da Tasso da Silveira, rubro-negro de coração, ressaltou a oportunidade de ter a exposição do Mundial dentro dos muros da escola, que virou sinônimo de tragédia. Justamente por isso, ele acredita que ações como esta fazem a vida de todos que trabalham e estudam ali seguir adiante melhor.

"Preferimos manter em segredo esse evento para não ter um tumulto ainda maior. Nós que vivemos de perto toda a tragédia, não temos a real dimensão de tudo o que aconteceu. Vivemos momentos terríveis e estamos tentando caminhar adiante da melhor maneira possível. Temos 1.100 alunos e estamos tentando seguir nossa rotina, devolvendo o prazer de vir à escola a essas crianças. Agradeço muito ao Flamengo por ajudar nesse processo", explicou Luiz.

Um dos sobreviventes da tragédia, Douglas Lima Farias, 14 anos, estava numa das salas atacadas pelo maníaco. Pouco mais de um mês, ele também ressaltou a oportunidade de ter dias alegres no lugar, até então, marcado por notícias tristes. Além disso, revelou que virou rubro-negro.

"Um evento como esse ajuda a tirar o foco da tragédia. Ainda se fala muito disso por aqui e ficamos muito triste em lembrar de tudo. Eu não era Flamengo, mas virei rubro-negro a partir de hoje", disse Douglas.

Astros, acostumados com o carinho dos torcedores por onde passam, os atletas do Flamengo também mostraram-se bastante emocionados com o encontro desta segunda.

"É muito importante essas crianças se sentirem abraçadas. É muito bacana essa iniciativa do Flamengo. É mais bacana ainda para nós, que podemos trazer sorrisos para elas. Sempre acho muito importante estar perto das crianças. Vale muito tentar fazê-las entenderem que coisas boas também podem acontecer em suas vidas", afirmou Marcelinho, seguido de Diego Hypolito.

"Gostei muito de levar um pouco de felicidade para essas crianças. É bem legal mostrar um pouco de nossa história vitoriosa, fazendo eles sonharem com um futuro melhor", disse o ginasta.

Representando os atletas das divisões de base, o goleiro Cesar não fugiu do discurso dos companheiros de clube.

"Esses sorrisos não têm preço. É muito bom chegar aqui e ter esse carinho todo", encerrou.

Estiveram presentes ainda no evento, além da presidente do Flamengo e dos atletas já citados os dirigentes: Maurício Gomes de Mattos, presidente do conselho de administração, Henrique Brandão, vice-presidente de marketing, Mauro Chaves, diretor do Museu Flamengo, Renata Pacheco, diretora social, Carlos Noval, diretor das divisões de base do futebol, Walter Oaquim, grande benemérito, Marcos Duboc, diretor de esportes olímpicos, Alexandre Furtado, diretor de Patrimônio, Carlos Eduardo Melo, vice-presidente da assembléia geral, e André Guimarães, supervisor do basquete.