nathan de lima\ Jornal dos Sports\
Há 26 anos, o Flamengo conquistava o título mais importante de sua história e o JORNAL DOS SPORTS acompanhou, passo a passo, os ídolos rubro-negros, que atravessaram o mundo para vencer o Liverpool por 3 a 0, no Estádio Olímpico de Tóquio, e que consagraram-se campeões do mundo.
O time liderado pelo galinho Zico chegou à capital japonesa desacreditado e sofrendo muito com o fuso horário, mas conforme publicou na edição do dia 12 de dezembro de 1981, do “Cor-de-rosa”, o Fla queria vencer os ingleses para, além de conquistar a marca histórica que até então só o Santos de Pelé tinha conseguido, dedicar o título ao treinador Cláudio Coutinho, que morrera dias antes.
“Somos mais habilidosos, temos um poder de ataque muito grande e teremos que tocar a bola, colocando o time inglês na roda”. As palavras de Zico no dia anterior à partida resumiram com uma exatidão profética o que aconteceu durante os 90 minutos do jogo.
O Flamengo aproveitou a superioridade do futebol brasileiro contra o estilo robotizado, que sempre foi a marca dos ingleses, para liqüidar a partida no primeiro tempo. O time da terra dos Beatles, que tinha o escocês Daglish como seu principal jogador, não conseguiu se mover e foi completamente dominado pela magia dos craques cariocas.
Aos 14 minutos do primeiro tempo, Zico deu um passe perfeito para Nunes, que, com classe, tocou por baixo do goleiro Grobelaar e abriu o placar para o Fla. Após o gol, o Liverpool tentou marcar por pressão, mas Tita mostrou novamente porque os brasileiros sempre levaram vantagem sobre os ingleses. Ele penetrou driblando pelo meio e a zaga do Liverpool desesperada (e desacostumada com tal habilidade) fez falta. Zico cobrou, o goleiro falhou e Adílio ampliou o marcador. Minutos depois, Zico acertou outro passe brilhante para
Nunes, que entrou livre, chutou cruzado, e o goleiro aceitou.
Com a vitória garantida no primeiro tempo, o Flamengo só deixou o tempo passar no segundo para conquistar o título. Logo após o apito final, uma multidão rubro-negra ignorou a chuva que caía e fez um verdadeiro carnaval na cidade do Rio. (Colaborou Pedro Sá, do JS On-line)