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Digo Gama: o filho que fez o Maestro voltar à Gávea

Hoje jogador de beach soccer do Flamengo, filho de Junior conta como é ser o primogênito de um dos maiores ídolos do Mais Querido

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Quem é pai sabe como é difícil negar o pedido de um filho. Com o Maestro Junior não foi diferente. Quando Rodrigo pediu seu retorno à Gávea, época em que jogava na Itália, o antigo lateral-esquerdo do título mundial de 1981 não só veio para o Rubro-Negro como assumiu uma nova posição na equipe. Como meio-campista, já sem o "capacete", ganhou mais liberdade tanto para se movimentar em campo quanto para bater faltas e exercer o papel de capitão.

"Essa história ele que conta, mas me lembro que realmente via a fita com ele jogando pelo Flamengo de Zico, marcando gols ao lado dele, a maioria das vezes no Maracanã. Como sempre fui muito ligado ao meu pai e ao futebol, sempre estava com ele nos treinos, assistia aos jogos do banco, foi uma coisa natural pedir a ele para jogar pelo Flamengo. Não lembro muito bem da história como foi, era muito novo, mas ainda bem que pedi (risos)", conta.

Junior tinha 35 anos quando voltou ao Rubro-Negro. O Vovô Garoto, como ficou conhecido na segunda fase em que esteve no Mais Querido, viveu muitas glórias no clube, marcando 74 gols e comandando a equipe rubro-negra nas conquistas da Copa do Brasil em 1990, do Campeonato Estadual em 1991. Em 1992, o ápice: o Maestro levou o Flamengo ao pentacampeonato brasileiro, com 38 anos. Tantos feitos com o Manto Sagrado, desde e década de 1980, fizeram de Junior um dos maiores nomes da história do Clube.

"Ser filho de um dos maiores ídolos do Flamengo, um clube que aprendi a amar, que acompanho os jogos até hoje, que vou ao estádio... Tudo por causa dele, é um orgulho imenso. Ver que toda aquela história está pertinho de mim, que posso pegar toda a experiência e os exemplos é o que é mais importante e o que tento fazer todas as manhãs para levar para minha vida", disse Rodrigo.

Adulto, Rodrigo ficou conhecido como Digo Gama e joga como fixo do time de beach soccer do Flamengo. Este é mais um traço herdado do pai, que foi o grande desenvolvedor da modalidade no país, mas Digo garante que o Maestro é um exemplo para ele também fora de campo.

"A importância para minha vida como atleta foram os valores que ele me ensinou, não só como jogador, mas também como homem, como pessoa. Meu pai é o exemplo de um cara correto, leal, de muita integridade, que sempre ajudou aos outros, a quem precisasse. Sempre esteve junto a mim e me dando força. A personalidade também refletia em campo, ele tinha aquela liderança natural, que a gente pega como exemplo, principalmente na vida fora dos gramados. Muita gente não conhece esse lado dele, mas tive o privilégio de viver isso e aprender muito com ele", concluiu.