O GLOBO
Domínio rubro-negro
COM O TROFÉU no centro, os jogadores do Flamengo se abraçam e comemoram o bicampeonato estadual, as duas vezes derrotando o Botafogo na final: o time mostrou mais espírito de decisão
SEGUIDO POR OBINA, Tardelli festeja o gol da virada: os dois saíram do banco para mudar o jogo
BICAMPEÃO Flamengo é superior na arquibancada, no campo e, agora, na história: venceu o Botafogo por 3 a 1 e conquistou seu 30º título carioca, mesmo número do Flu. É o sexto troféu em dez anos. - 3 a 6 e 10
FESTA RUBRO-NEGRA: Conquista coroa a despedida de Joel, cujas substituições no intervalo mudaram a partida
Fla festeja o bi histórico e seu ídolo improvável
Com dois gols do xodó Obina, rubro-negro derrota Botafogo por 3 a 1 e se iguala ao Flu com 30 títulos cariocas
Legenda da foto: MESMO CERCADO por vários jogadores alvinegros, Obina se agacha para marcar de cabeça o primeiro gol do Flamengo, dando início à virada que confirmou o 30º título carioca do rubro-negro, mesmo número do Fluminense
Fellipe Awi
A idolatria de Obina no Flamengo sempre beirou o irracional, mas ai de quem ousa questionar os eleitos de uma torcida - no caso, o eleito de uma nação. Com seus 90kg mal distribuídos (sempre variando para cima), jeitão desengonçado, ele já tinha invertido a ordem natural do futebol ao virar ídolo antes de decidir um campeonato. Desde ontem, quando saiu do vestiário direto para o campo, no intervalo, o atacante da camisa 18 ganhou, enfim, currículo para justificar tanta paixão. Uma semana depois de fazer o gol da vitória no primeiro jogo da decisão do Estadual, Obina marcou mais dois nos 3 a 1 sobre o Botafogo, no Maracanã, e foi o maior entre tantos heróis do bi rubro-negro.
Nem precisava, mas Obina foi também o herói do histórico 30º título carioca do clube, que tira do Fluminense a hegemonia absoluta no Rio. No desempate, o torcedor rubro-negro pode alegar que os tricolores começaram a contagem antes: foram cinco títulos antes do nascimento do futebol na Gávea, em 1912. A recuperação veio nos últimos dez anos, quando o Flamengo ganhou seis títulos.
A coroação de Obina na história do Flamengo - no imaginário do torcedor ele já era rei há muito tempo - tem a participação especialíssima do técnico Joel Santana, ironicamente quem ousou botá-lo na reserva. Igualmente ídolo, o treinador trilhou caminho bem mais ardiloso: já foi enxotado da Gávea outras vezes, mas deixa o clube daqui a três dias no auge da popularidade (quem duvida que ele seria eleito hoje para qualquer cargo político no Rio?). Deixará na cabeça do rubro-negro a imagem das duas substituições que mudaram a história da partida - e do campeonato e da disputa título a título com o Fluminense. Obina e Diego Tardelli entraram no lugar de Ibson e Cristian para fazer os três gols do Flamengo. Sorte ou competência? Ontem, Obina e Joel não merecem a pecha de sortudos que sempre os acompanha. Nem o Flamengo.
Foi com competência e, principalmente, disposição que o rubro-negro derrotou o Botafogo pela segunda vez numa semana. O time mais bem ajustado de Cuca caiu novamente diante de outro que derramou espírito de decisão pelo campo. Toró e Jaílton, tão criticados pela falta de intimidade com a bola, compensaram com entrega empolgante. Mesmo em lampejos, Leo Moura e Juan fizeram lembrar os tempos de um Flamengo mais técnico. Marcinho e Souza foram bons coadjuvantes. E teve Obina, Tardelli e, é claro, a torcida, que tomou conta de três quartos do Maracanã e só não cantou por uns dois minutos, na comemoração do gol do Botafogo.
Aos alvinegros, resta lamentar ter deixado escapar o momento de vencer. Num jogo que começou truncado no meio, cheio de faltas, o Botafogo ganhou um gol aos 22 minutos, pouco depois de Ibson furar a bola num gol feito. Lúcio Flávio cobrou falta na área, a bola quicou e Bruno levou seu maior frango no Estadual. Em vantagem, o alvinegro poderia ter imposto o futebol ousado do resto do Estadual, mas ficou esperando atrás o Flamengo, que, com Ibson mal, pouco criou.
A reação começou no segundo tempo, logo aos quatro minutos. Juan cobrou falta na área e Obina se agachou para desviar de cabeça. O empate já bastava mas, empurrado pela torcida, o Flamengo foi atrás do gol como se precisasse golear. Marcinho, aos nove, Tardelli, aos 18, e Marcinho de novo, aos 21, com um chute na trave, quase anteciparam a festa. Aos 31, Renato Silva facilitou as coisas ao ser expulso. Aos 37, Juan fez bela jogada pela esquerda e cruzou para Tardelli desempatar. O grito de bicampeão já saía da garganta do torcedor quando Obina fez o terceiro, aos 46. Ele merecia os holofotes no final do jogo. Depois de ontem, alguém ousa dizer que Obina não é melhor que o Eto'o?
Botafogo: Renan, Alessandro, Renato Silva, André Luis e Leandro Guerreiro; Túlio (Edson), Diguinho (Adriano Felício), Zé Carlos (Fábio) e Lúcio Flávio; Jorge Henrique e Wellington Paulista. Flamengo: Bruno, Leonardo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan; Jaílton, Cristian (Tardelli), Ibson (Obina) e Toró; Marcinho (Kleberson) e Souza. Juiz: Luís Antônio Silva Santos. Cartões amarelos: Fábio Luciano, Renato Silva, Túlio, Jorge Henrique, Ronaldo Angelim, Toró e André Luís. Cartão vermelho: Renato Silva. Renda: R$1.715.135,00. Público: 78.716 pagantes.
FLAMENGO
BRUNO: Em seu jogo de número 100 pelo Fla, poderia ter saído como vilão. Levou um frangaço mas, no segundo tempo, tirou a camisa comemorativa e fez uma defesa importante num chute de Jorge Henrique. 5,5.
LEONARDO MOURA: Não foi brilhante como na vitória sobre o América do México, mas fez algumas boas jogadas pela direita. 6,5.
FÁBIO LUCIANO: Mais uma vez, não pensou duas vezes antes de dar chutão e se impor como xerife da zaga. 7.
RONALDO ANGELIM: Foi preciso em lances por baixo, antecipando-se bem às tentativas de jogada com Wellington Paulista e Jorge Henrique. 8.
JUAN: Fez um primeiro tempo discreto, mas cresceu com o time no segundo. Fez uma jogada impecável no lance do segundo gol. 8.
JAÍLTON: Se não tivesse abusado das faltas certas vezes, teria uma atuação ainda mais elogiável. Marcou os alvinegros com disciplina admirável. 8,5.
CRISTIAN: Fazia o seu papel de formiguinha, desarmando e tentando sair para o jogo. Saiu no intervalo. 6,5. TARDELLI entrou em seu lugar e foi mais uma vez decisivo numa final contra o Botafogo. Fez um gol, deu passe para outro e azucrinou a zaga alvinegra. 9.
IBSON: Num dia de festa, foi o único vaiado por parte da torcida rubro-negra. Perdeu gol incrível e jogou mesmo mal. Pelo menos mostrou vontade. 4. OBINA o substituiu no intervalo e, com dois gols, entrou para a galeria de heróis rubro-negros. Agora, com justiça. 10.
TORÓ: Um gigante no desarme sem precisar de violência, como fez outras vezes. Não deixou os alvinegros jogarem. 9.
MARCINHO: Movimentou-se com inteligência, aparecendo sempre como boa opção de ataque. Chutou uma bola na trave. 8. KLEBERSON entrou no segundo tempo apenas para recompor o meio-campo. 6.
SOUZA: Foi, novamente, um coadjuvante importante, buscando jogo fora da área. Não foi decisivo, é claro, mas mostrou espírito coletivo. 7.
JOEL SANTANA: Ousou ao entrar com quatro atacantes no segundo tempo, entre eles Obina e Tardelli, que decidiram o jogo. Ficou provado, mais uma vez, que tem o grupo todo nas mãos. Vai deixar saudades no torcedor. 10.
TÉCNICO
Joel Santana tem a cara do Flamengo. Pelo rubro-negro, acumulou êxitos. Com a conquista de seu segundo título estadual pelo clube, ele despede-se em alto estilo para assumir a seleção da África do Sul.
BRUNO
Goleiro, 23 anos
80kg e 1,90m
LEONARDO MOURA
Lat.-direito, 29 anos
65kg e 1,76m
FÁBIO LUCIANO
Zagueiro, 33 anos
80kg e 1,90m
RONALDO ANGELIM
Zagueiro, 32 anos
70kg e 1,77m
JUAN
Lat.-esquerdo, 26 anos
66kg e 1,67m
JAÍLTON
Volante, 26 anos
73kg e 1,78m
CRISTIAN
Volante, 24 anos
83kg e 1,83m
IBSON
Meia, 24 anos
74kg e 1,77m
TORÓ
Meia, 22 anos
72kg e 1,69m
KLEBERSON
Volante, 28 anos
74kg e 1,77m
RENATO AUGUSTO
Meia, 20 anos
85kg e 1,85m
MARCINHO
Atacante, 23 anos
71kg e 1,72m
SOUZA
Atacante, 26 anos
87kg e 1,88m
OBINA
Atacante, 25 anos
86kg e 1,83m
DIEGO TARDELLI
Atacante, 24 anos
72kg e 1,79m
THIAGO SALES
Zagueiro, 21 anos
80kg e 1,90m
JÔNATAS
Volante, 25 anos
74kg e 1,81m
MAXI
Atacante, 24 anos
64kg e 1,64m
Também participaram: Luisinho, Rodrigo, Rodrigo Arroz e Léo Medeiros
FESTA RUBRO-NEGRA: Diretoria cria 'Jogo do Papai Joel', quarta-feira, contra o América, pela Copa Libertadores
Joel afirma ter novo encontro marcado com Fla
Emocionado na despedida, técnico diz que deu um 'até logo' ao clube, que tenta acertar com Caio Júnior hoje
Legenda da foto: JOEL SANTANA abre os braços e aponta para a arquibancada: o técnico agradeceu pelos bons momentos vividos na Gávea e dedicou o título aos jogadores e à torcida do Flamengo
Carlos Eduardo Mansur
Os jogadores do Flamengo já festejavam o título no gramado. Joel Santana permanecia perto do banco de reservas e já ouvia todo o Maracanã gritar seu nome e pedir que ficasse na Gávea. Pôs a mão na altura do peito e, em seguida, apontou para a multidão. Fez uma reverência em tom de agradecimento, no que parecia um último ato. Na verdade, foi o início da série de homenagens que o treinador campeão estadual vai receber até quarta-feira, dia de sua despedida oficial.
Joel comandará o time contra o América, do México. Até lá, a diretoria agirá em duas frentes. Irá programar uma série de homenagens ao treinador. A partida já foi apelidada de "Jogo do Papai Joel". Ao mesmo tempo, o clube pode ter ainda hoje seu novo treinador. Caio Júnior é o mais cotado. Ele já conversou com a diretoria rubro-negra. O vice de futebol, Kleber Leite, já negocia o salário, e o atual técnico do Goiás mostra-se disposto a vir. A diretoria espera anunciá-lo hoje como novo técnico. Caso não haja acerto financeiro, o clube partirá para outros nomes, como Geninho, do Atlético-MG.
Joel explica as mudanças: 'Me deu um negócio'
Joel viveu ontem uma apoteose no Maracanã. Ainda na concentração, sua preleção foi carregada de emoção. Em seguida, os jogadores, sozinhos, se reuniram antes sair para o Maracanã e fizeram um pacto de conquistar o título.
- Foi tudo muito emocionante. Você receber um reconhecimento da arquibancada ao presidente, é difícil de ver no futebol. Estou dando um pulo ali perto, mas no futuro a gente se encontra de novo - prometeu Joel. - Aqui no Flamengo, todo mundo já sabe minhas manias e o pessoal, principalmente o jogador, confia no taco do treinador. Quero agradecer por tudo o que o Flamengo e sua torcida fizeram por mim.
Assim como nas duas últimas vitórias, sobre Botafogo e América, do México, Joel voltou a mostrar estrela. No intervalo, lançou Obina, que acabou fazendo dois gols, e Diego Tardelli, que também marcou.
- No intervalo, me deu um negócio, algo me dizendo que era preciso ter coragem para vencer. Mas isso é muito bonito quando você vence. Ainda bem que o Obina entrou com aquela fúria toda. Tudo o que aconteceu hoje foi graça à obediência deste grupo e à torcida. O título é dos jogadores e do nosso torcedor - disse.
Na véspera da final, o acerto para ficar mais um jogo
Emocionado em campo, o Joel que se apresentou para a entrevista coletiva após o jogo era muito mais sereno. Não elevou o tom de voz e procurou medir palavras o tempo todo. Até quando provocado a falar sobre o seu sucessor.
- Quem vier, vai ter um grupo tranqüilo nas mãos. Isto aqui é uma família, não tem panela nem cochicho. E, além de tudo, a nossa torcida já sabe o que esperar nas horas decisivas. É um time que não precisa provar mais nada, sabe como se comportar nestes momentos. E são jogadores obedientes - disse Joel.
Na véspera da decisão, por volta de meia-noite, Joel conversou com Carlos Alberto Parreira, o ex-técnico da África do Sul e que o indicou para o cargo. Ele obteve a garantia de que poderia dirigir o Flamengo na quarta-feira, pela Libertadores.
- É uma chance única de fazer uma grande homenagem ao Joel, uma festa digna do que ele merece - disse Kleber.
Foi tudo muito emocionante. Você receber um reconhecimento da arquibancada ao presidente, é difícil de ver no futebol. Estou dando um pulo ali perto, mas no futuro a gente se encontra de novo
No intervalo, me deu um negócio, algo me dizendo que era preciso ter coragem para vencer. Mas isso é muito bonito quando você vence. Ainda bem que o Obina entrou com aquela fúria toda
Quem vier, vai ter um grupo tranqüilo nas mãos. Isto aqui é uma família, não tem panela nem cochicho
Joel Santana
Fla vive novo mal-estar com patrocinador
Nike lança camisa do bi antecipadamente
Antes da decisão, um episódio gerou novo mal-estar no relacionamento entre o Flamengo e a Nike, fornecedora de material esportivo do clube. A razão foi uma camisa comemorativa do bicampeonato estadual, colocada à venda nas lojas ainda no sábado.
A camisa, com a inscrição "Campeão Carioca de 2008" e com todas as 30 conquistas do clube, estava sendo vendida em lojas de shoppings do Rio e de São Paulo por R$53. Na manhã de ontem, a vice-presidência de marketing do Flamengo divulgou uma nota oficial esclarecendo que nada tinha a ver com o lançamento da camisa. Segundo a nota, a responsabilidade pela distribuição da camisa para as lojas era exclusiva da Nike, lembrando que o Flamengo jamais "usou deste expediente para comemorar títulos ainda não conquistados". Até mesmo dirigentes do Botafogo foram procurados pelos rubro-negros para explicar o episódio.
Por falar em camisa, o goleiro Bruno, que entrou em campo com uma camisa com o número 001, em referência a seu centésimo jogo pelo Flamengo, trocou de uniforme no intervalo. Após a falha no primeiro tempo, ele voltou para a segunda etapa com uma camisa que tinha somente o número 1.
Para o jogo de quarta-feira, contra o América, do México, a diretoria chegou a cogitar uma promoção de ingressos. No entanto, como a venda antecipada já começou desde a última sexta-feira, a redução dos preços tornou-se inviável. A carga total para o jogo é de 68.130 ingressos. As vendas prosseguem hoje, das 11h às 17h, nos seguintes pontos: Gávea, bilheteria 8 do Maracanã, Engenhão, Caio Martins e General Severiano.
FESTA RUBRO-NEGRA: Jogadores provocam Botafogo repetindo o gesto do "chororô" e cantando "Mamãe eu quero"
A consagração do 'reserva mais feliz do Brasil'
Obina, que entrou e foi decisivo, diz ter lugar na história do Fla. Tardelli festeja segundo gol em duas finais
Legenda da foto: JOGADORES DO FLAMENGO festejam perto do pódio: alegria pelo bicampeonato dividida com a torcida
Legenda da foto: SOUZA, ABRAÇADO por Diego Tardelli, repete o gesto do "chororô"
Carlos Eduardo Mansur
Enrolado numa toalha, Obina sequer conseguia chegar ao chuveiro no vestiário do Flamengo. Abraçado, assediado, era personagem de uma cena que não lhe é estranha: ser tratado como herói após uma decisão. Não abandonou a simplicidade habitual, mas não hesitou em admitir que já se considera parte da história do Flamengo.
- Acho que já tenho um lugar na história do Flamengo. Mas não quero parar por aí. Um jogador é reconhecido assim: sendo decisivo em finais. Acredito que sou iluminado e talvez eu seja o reserva mais feliz do Brasil neste momento. Talvez eu seja um reserva de luxo aqui - disse Obina - Tenho alguma competência também. Não sou apenas sortudo.
Bruno assume falha mas reclama do gramado
Autor de dois gols no segundo tempo da decisão, o atacante revelou ter superado a decepção de 2007:
- Naquela época, fiz uma cirurgia e não pude jogar a final. Foi triste, embora o time tenha vencido. Agora me vêm à cabeça todos os momentos difíceis que passei no Flamengo. Tinha confiança. Na concentração, disse ao Cristian que, se entrasse, eu iria decidir o jogo.
Outro personagem do jogo, o goleiro Bruno, que falhou no primeiro gol do Botafogo, conservava um traço que lhe é marcante: a personalidade. Poderia falar só do título, mas não evitou comentar a falha.
- Em primeiro lugar, tenho que chamar para mim a responsabilidade pela falha. Na hora, passou pela minha cabeça que eu confiava no time. E o time confiou em mim. Não ficou com medo, não passou a entrar na pequena área nas bolas paradas para evitar que ela chegasse a mim. A torcida e o time me botaram para cima - disse Bruno. - Isso acontece. E ainda tem a irregularidade do campo do Maracanã, que está precário.
E por falar em personalidade, o goleiro garantiu: vai à próxima Copa do Mundo.
- Vou chegar à Copa. O que é do homem o bicho não come - afirmou Bruno.
Pelo terceiro jogo seguido, Diego Tardelli saiu do banco para ter papel decisivo. A de ontem, foi a segunda final seguida contra o Botafogo em que ele entrou no time para marcar um gol.
- Quando cheguei ao Flamengo, acreditava que iria marcar meu nome na história. Mas era difícil pensar em fazer gol em duas finais seguidas. Aconteceu na Taça Guanabara e hoje (ontem) de novo. Só me resta agradecer a Deus e a esta torcida. Não tenho palavras para descrevê-la - disse Tardelli.
A festa rubro-negra teve espaço, ainda, para a provocação. No campo, enquanto a torcida gritava "chora de novo", os jogadores repetiam o gesto do "chororô", feito pela primeira vez por Souza na vitória sobre o Cienciano, pela Libertadores, após a polêmica final da Taça Guanabara. Na entrada do vestiário, o próprio Souza gritava "chora de novo". No campo, ele e outros jogadores fizeram, ainda, um gesto simulando uma chupeta, enquanto acompanhavam a torcida cantando a música "Mamão eu quero".
FESTA RUBRO-NEGRA: Cerca de 200 pessoas reclamam de ingressos falsos, mas número de bilhete pode ter sido 2 mil
Torcedores são os derrotados do domingo
Confusão na entrada, tiros, barrados e festa dos cambistas marcam a desorganização na final do Estadual
Legenda da foto: TORCEDORES SÃO espremidos entre um alambrado e as grades do Maracanã numa tentativa de fila montada pela Polícia Militar
Legenda da foto: BALEADO NA PERNA, o rubro-negro Rogério Firmino é amparado
Legenda da foto: TORCEDORES DE BELÉM assistem jogo em bar em frente à 9ª DP
André Freitas, Carlos Eduardo Mansur, Fred Soares e\ Letícia Vieira\
Apesar do título rubro-negro, o torcedor, dos dois lados do estádio, foi o grande perdedor ontem. A nada tranqüila chegada aos arredores do Maracanã era apenas o prelúdio de uma tarde de problemas, que teve confusão na entrada, tiro, livre trânsito de cambistas e até ingressos falsos.
Na entrada em frente à Estátua do Bellini, por onde chegavam os rubro-negros, a Polícia Militar tentou organizar uma fila indiana com uma fita plástica. O "funil" montado logo gerou acidentes. O servidor público Gláucio Cavalcante ficou momentaneamente cego e espremido entre a roleta de entrada, a fila e a reação da PM:
- A roleta travou e as pessoas começaram a avançar. A polícia, então, reagiu com gás de pimenta. Não vale à pena passar por isso para ver um jogo.
A 20 minutos do início da partida, a PM ainda tentava organizar uma fila com mais violência. Policiais a cavalo avançavam sobre torcedores, que nesse momento já pulavam as roletas sem que fosse preciso entregar os ingressos.
Pela rampa da Uerj, a concentração bem menor de torcedores dava menos trabalho aos policiais. Isso, até a PM decidir pressionar, à cacetadas, os alvinegros a entrarem logo no estádio.
A confusão deixou, pelo menos, dois feridos. Rogério Firmino de Paiva, de 51 anos, e o filho dele Natan Rampini de Paiva, de 11 anos, foram atingidos por tiros quando subiam uma das rampas do Maracanã. Houve violência longe do estádio também. Na Glória, Mário Alex, de 27 anos, e Lair Marques, de 25, que estavam num ponto de ônibus, foram atingidos por disparos feitos por dois torcedores do Botafogo numa moto.
Já o torcedor lesado por comprar ingresso falso teve problemas. As vítimas que tentaram registrar queixa na delegacia do estádio foram aconselhadas a ir até a 18ª DP (Praça da Bandeira). Ao chegar, eram avisadas de que teriam de voltar ao Maracanã para prestar queixa. Muitos desistiram.
- É um desrespeito. Para piorar, um cara com um colete da Suderj falou que me colocava para dentro se pagasse R$70. Não aceitei - afirmou Wagner Paixão, do Espírito Santo.
Segundo delegado André Ferreira, do posto da 18ª DP no estádio, até a hora do jogo, cerca de 200 torcedores já haviam se queixado. O delegado informou que os ingressos falsos serão encaminhados para perícia. Estima-se que 2 mil entradas falsas circularam antes da final.
Turistas de Belém compraram ingressos que seriam entregues pela agência de turismo RJ Sightseeing & Housing. No Maracanã, o negócio não foi concretizado. Segundo a advogada Erika Silva, o Hotel Novo Mundo ofereceu bilhetes, os torcedores receberam um voucher e pagaram antecipadamente R$110. A advogada registrou queixa na 9ª DP (Catete) contra o hotel, que, por sua vez, acionará a agência na Justiça. Os turistas assistiram à final num bar em frente à delegacia.
() Do Extra
Basquete
Pelo Campeonato Nacional, em Uberlândia (MG), o Flamengo, vice-campeão da Liga Sul-Americana de Basquete, perdeu para o UTC/Uberlândia por 85 a 81, ontem, em Uberlândia (42 a 42 no primeiro tempo). A equipe rubro-negra poupou Marcelinho e Amiel. O cestinha do Flamengo foi Duda, com 22 pontos, e o do Uberlândia, Jaz, com 21.
Com o primeiro lugar na fase classificatória já assegurado, o time rubro-negro voltará à quadra amanhã, às 20h, contra o Ulbra/Rio Claro/Bandeirantes, em Rio Claro (SP).
Ancelmo Gois
Mengooooo!!!
Acredite. Ontem, mal terminou Flamengo 3 x 1 Botafogo, que deu o título ao rubro-negro, carros faziam buzinaço, aos gritos de "Mengooo", na... Av. Paralel, no centro de Barcelona!!!
Fernando Calazans
Um Fla, outro Fla
Depois de um nervosismo nos últimos minutos do jogo que nem se justificava, o técnico Joel Santana fez uma lúcida e sincera análise do seu Flamengo bicampeão: "O time jogou muito mal no primeiro tempo". É claro que jogou mal no primeiro tempo, Joel. Pois nem era o Flamengo. Não tinha nada a ver com o Flamengo. Foi um time que entrou para se defender, para marcar e fazer faltas.
Só isso. E o que isso tem a ver com uma coisa chamada Flamengo? Nada. Nada a ver, Joel.
No segundo tempo, só mesmo depois de estar em desvantagem no marcador, porque o Botafogo saíra para o intervalo vencendo merecidamente por 1 a 0 - só então Joel botou em campo um time do Flamengo. Fez substituições providenciais, tirando dois de seus excessivos volantes para lançar dois jogadores de frente, de ataque, de futebol, de vitória, de campeão: Obina e Tardelli.
E Tardelli e Obina - sobretudo o primeiro - acabaram com o jogo e com o campeonato. Dois gols de Obina, um de Tardelli.
O Flamengo do segundo tempo voltou a ser o Flamengo - o que se pode chamar de Flamengo, pois que o Verdadeiro Flamengo. Time que joga pra frente, com coragem, com bravura. Time sem medo. Sem covardia, como tinha sido o Flamengo do primeiro tempo. A história do segundo tempo - essa, sim, é a História do Flamengo. Resultado: Verdadeiro Flamengo 3 x 1 Botafogo.
Em prosseguimento à sua análise sincera e lúcida, Joel disse que não foi nesse jogo de ontem que o Flamengo conquistou o seu 30º título estadual, mas durante todo o processo de trabalho que ele e os jogadores desenvolveram desde o ano passado. Está certíssimo: o trabalho que começou em 2007, como ele repetiu na entrevista coletiva. Tanto que foram dois reservas (mas será que podem ser reservas mesmo?) que entraram e mudaram a feição do Flamengo e do jogo.
Os que raciocinam exclusivamente com números já elegeram Obina o herói da vitória. Porque fez dois gols. Mas não foi, não. Mais do que Obina - um dos heróis, sim - o maior foi Diego Tardelli, o melhor em campo, quando foi o Verdadeiro Flamengo que esteve em campo. Mas quem mais ajudou Obina e Tardelli, durante o tempo todo? Uma linha de zagueiros impecáveis: Leonardo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan.
E que jogada do Juan! Que jogada no gol de Tardelli, Juan driblando na linha de fundo, driblando como se fosse um ponta, um antigo e grande ponta, em dribles de curto espaço, até dar o passe para trás que Tardelli completou.
Quem mais ajudou? Toró. Que cada vez joga menos na criação e cada vez joga mais na marcação. Nem precisa fazer tantas faltas. Num time que tiver um bom armador (não é o caso do Flamengo), Toró terá seu lugar na marcação.
Quem mais ajudou? Marcinho. No Flamengo do primeiro tempo, que não era o Flamengo, Marcinho foi a exceção, foi a salvação. Na única mudança, feita por Joel, que escapou do meu entendimento, Kleberson entrou em grande forma, mas por que substituiu Marcinho e não o inoperante Souza?
Todos esses foram heróis - junto com Joel Santana - no bicampeonato do Verdadeiro Flamengo, aquele do segundo tempo, o Flamengo do ataque, da ausência de medo, o Flamengo da raça e da camisa.
E Joel continuou acertando nos seus sinceros cumprimentos ao Botafogo, ao time, ao esquema de Cuca. "O Botafogo também está de parabéns", disse Joel. Está mesmo.
JORNAL DOS SPORTS
Predestinado, Obina desabafa após título
Obina comemora o gol da virada rubro-negra em cima do Botafogo, neste domingo
Gols em decisão é com ele mesmo. Obina saiu do banco no intervalo e precisou de quatro minutos em campo para balançar mais uma vez a rede em uma final, desta vez, contra o rival Botafogo. O Anjo-Negro ainda fez o terceiro gol do Flamengo sobre os alvinegros e mostrou porque é tão querido pela torcida do Fla.
Os companheiros têm até sonhado que o “Iluminado de Deus” entraria na decisão e faria o gol do título. O capitão Fabio Luciano comentou com Obina que havia tido este sonho e que contava com o atacante para decidir o jogo.
“Realmente sou um iluminado. O Fabio Luciano me disse antes da partida que tinha sonhado que eu entraria no segundo tempo e faria o gol do título e felizmente ele estava certo. Ultimamente as pessoas têm sonhado que eu entro e faço gols, hoje eu entrei e fiz dois. Espero que eles continuem sonhando e eu fazendo gols”, disse Obina.
Obina aproveitou também para cutucar aqueles que mesmo quando faz gols, o critica por ser um jogador sem tanta habilidade. O jogador confia no seu potencial e lembra que Joel conhece muito bem suas características, um dos principais motivos para o sucesso nas últimas partidas.
“O Joel pediu para eu entrar e jogar dentro da área. Ele me disse que é onde atuo melhor e acabei fazendo os gols. As pessoas falam que eu tenho muita sorte e que não tenho qualidade, mas tenho mostrado que pelo menos um pouquinho de talento eu tenho”, desabafou o Anjo-Negro.
O Flamengo venceu o Botafogo por 3 a 1 na decisão do Campeonato Carioca, neste domingo, no Maracanã. Este foi op 30º título Estadual do Rubro-Negro, que é o maior vencedor da competição, ao lado do Fluminense.
Dupla com destinos iguais
A euforia tomou conta dos jogadores do Flamengo ainda no gramado. A emoção de quem teve papel decisivo era clara, afinal, ser campeão carioca pelo clube e se igualar ao Fluminense com a marca de 30 títulos cariocas é a prova final de que essa equipe tem tudo para entrar para a história.
E nesta decisão, uma dupla acabou tendo participação decisiva: os atacantes Obina e Diego Tardelli, mais uma vez, saíram do banco de reservas para se consagrar e se tornar os heróis da vitória, assim como no último domingo.
"Graças a Deus, consegui entrar bem e marcar dois gols. Falei durante a semana que tínhamos de manter a humildade e trabalhar. O Botafogo é um time de qualidade. Eu me considero um iluminado. Pude entrar e, mais uma vez, ser decisivo em um jogo", afirmou Obina, que mesmo com três gols decisivos nos dois jogos finais não pleitea a posição de titular do Flamengo.
"Não será porque fiz gols na decisão que vou virar titular de uma hora para outra. Tenho de continuar trabalhando. Só assim posso me tornar titular", ressaltou.
Serei titular
Diferentemente de seu companheiro, Tardelli garante que veio para o Flamengo para ser titular e fará de tudo para conseguir a posição.
"Sou feliz aqui no Flamengo, mais uma vez pude entrar e ajudar. Sou iluminado assim como o Obina. Entramos com muita determinação e conseguimos fazer os gols. Desde que cheguei aqui, meu objetivo era esse, independentemente de quem seja o próximo treinador, continuarei tentando ser titular.” (B. P.)
Caio Júnior deve ser o novo técnico
Kleber Leite anuncia hoje o nome do substituto de Joel Santana no comando do Flamengo
bernardo peirão,bruno batista e nathan de lima
Wallace Teixeira
Leonardo Moura, um dos destaques da conquista do bicampeonato, passeou com a taça de 2008
Com gosto de dever cumprido, o técnico Joel Santana deixa o comando do Flamengo após a partida da próxima quarta-feira contra o América, pela Copa Libertadores (o preparador físico Ronaldo Torres, entretanto, fica até junho). O nome do seu substituto ainda é mantido em segredo na Gávea, mas Caio Júnior, que ontem perdeu o título goiano para o Itumbiara por 3 a 0, ganha muita força. É praticamente certo que hoje mesmo o vice-presidente de Futebol, Kleber Leite anuncie o novo treinador.
"Por ser um jogo importante nesta quarta, conversamos com o Joel e ele fica conosco até o final da partida com o América. Não vou confirmar nenhum nome, porque ainda não há ninguém contratado. Estamos fazendo algumas negociações e o Caio Júnior é um deles. Se tudo der certo, amanhã (hoje) vamos anunciar o novo treinador", avisou o dirigente, que promete que haverá uma interação entre o novo contratado e Joel.
"Já foi assim na transição do Ney Franco para o Joel. Eles vão conversar bastante para que o próximo técnico já saiba o grupo maravilhoso que vai encontrar aqui", completou Kleber Leite.
O técnico Joel Santana não conseguia esconder o sorriso no vestiário rubro-negro após a vitória de ontem sobre o Botafogo por 3 a 1.
Torcida
O treinador chegou ao clube no ano passado e graças ao seu trabalho conseguiu tirar o Flamengo da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro e deixá-lo em terceiro lugar. Sem falar no título Carioca conquistado ontem.
"O que as pessoas tem de entender é que nosso título não foi conquistado só por mim ou por esse grupo de jogadores maravilhosos que nós temos. Esse título é da nossa torcida e da nossa Comissão Técnica também. Fizemos um planejamento que começou lá em Teresópolis e terminou aqui hoje. Claro que só uma parte né? Agora vou dar um pulinho logo ali e já volto", brincou Joel.
Sobre o novo treinador, Joel Santana avisou que seja quem for seu substituto, vai encontrar na Gávea um grupo maravilhoso.
"Deixo para o próximo treinador um time pronto e seguro. Ele só vai ter de ter inteligência e tranqüilidade para trabalhar com nossos atletas. Nós temos aqui uma família praticamente", completou Joel.
Sem ninguém mais à frente
Fla derrota o Botafogo, conquista seu 30º estadual e se iguala ao Fluminense em conquistas
THIAGO BOKEL E JORGE LOURENÇO
Nina Lima
Toró voa sobre o lateral alvinegro Alessandro: o Flamengo sobrou em campo na decisão
Teve requintes de crueldade, não só com o Botafogo, que chegou a sair na frente do placar, mas também com o Fluminense, que por 45 minutos achou que se manteria isolado como o maior vencedor de Campeonatos Carioca da história. Mas Flamengo é Flamengo, e não tem para ninguém no Rio. 30 títulos estaduais na bagagem. Hegemonia mais do que justa.
A festa das torcida fazia jus a uma grande final. O Maracanã estava completamente lotado, na maioria, como de costume, por rubro-negros. Das arquibancadas o som ecoava de uma forma mágica. Contagiados por esse ambiente, os jogadores entraram em campo com os nervos à flor da pele, e em apenas 22 minutos já haviam sido distribuídos cinco cartões amarelos pelo árbitro Luiz Antonio da Silva Santos.
O primeiro grande susto foi do Botafogo. Após um contra-ataque arrasador, Marcinho deixou Ibson na cara do gol. Inexplicavelmente, o volante, livre de marcação, furou a bola de forma vergonhosa e perdeu uma chance incrível. Pouco tempo depois outra falha chegou a assustar. Conhecido por tramar as jogadas ensaiadas do Botafogo, Lucio Flavio dessa vez optou pelo simples, apenas levantando a bola na área. No meio da confusão, ninguém conseguiu ao menos resvalar na pelota, que ao quicar surpreendeu o goleiro Bruno que protagonizou um frangaço.
Com o jogo estudado, as equipes pouco conseguiam criar. Tamanho equilíbrio fez o técnico Joel Santana voltar do intervalo com Obina e Diego Tardelli nos lugares de Cristian e Ibson. E foram justamente os dois atacantes que sacramentaram o bicampeonato carioca.\ Com apenas três minutos, Juan levantou a bola na área e o xodó da torcida rubro-negra deu um leve toque de cabeça, porém, suficiente para tirar completamente as chances de Renan efetuar a defesa. O show estava começando. O Botafogo se lançava ao ataque e deixava, assim, sua defesa exposta. E foi nesses contra-ataques que o Flamengo matou qualquer possibilidade de reação.\ Sem contar que pelas chances desperdiçadas por Diego Tardelli e Marcinho, o placar ainda poderia ser maior. Quando o zagueiro Renato Silva foi expulso, a chegada de mais um título estava próxima. Mas no momento que Juan invadiu a área, fazendo uma bela jogada e rolando para Diego Tardelli finalizar de primeira, era a hora de comemorar. Nesse momento o 12º jogador, a torcida, já deixava sensação de que as arquibancadas do Maracanã eram mínimas para tamanha euforia.\
Mas o campeonato não poderia acabar sem um gol dele. Outra vez em um contra-ataque, Diego Tardelli arrancou e achou Obina sozinho. A festa e as brincadeiras com o chororô continuarão por mais um ano.
Fla repudia camisa comemorativa em nota oficial
O Departamento de Marketing do Flamengo emitiu, neste domingo, uma nota oficial a respeito da camisa que celebra o trigésimo título estadual do clube. A nota repudia o acontecimento e exime o Flamengo de culpa no ocorrido. A camisa, segundo o Marketing rubro-negro, foi feita à revelia do clube.
Flamengo perde em Minas
Muito desfalcado, Rubro-Negro não resiste ao Uberlândia e sai derrotado por 85 a 81
Eduardo Vieira
Divulgação
O ala Fernando Mineiro marcou 14 pontos na derrota de ontem
Apesar de classificado em primeiro lugar na primeira fase, o Flamengo sofreu a sua segunda derrota no Nacional Masculino de Basquete. Ontem, no Triângulo Mineiro, a equipe rubro-negra foi superada por 85 a 81 (43 a 39) pelo Uberlândia. Amanhã, o adversário será o Rio Claro, em São Paulo.
Com o resultado, o clube carioca segue na liderança isolada com 90% de aproveitamento em 20 jogos (18 vitórias e duas derrotas), enquanto a equipe mineira permanece em sexto lugar com 58.1% em 22 partidas (13 vitórias e nove derrotas).
Desfalques
Independente da derrota, o Flamengo terá pela frente o Vila Velha nas quartas-de-final. Antes, na quinta-feira, recebe o Universo/Brasília, no ginásio da Gávea.
Como antecipou o JORNAL DOS SPORTS, o Flamengo atuou sem Marcelinho Machado, Amiel e Fred. O que, com certeza, dificultou o trabalho do técnico Paulo Chupeta. Mas o ala Duda, com 22 pontos, estava muito inspirado e realizou uma grande partida. Porém, o Uberlândia aproveitou o desgaste físico do rubro-negro e imprimiu um ritmo veloz. O técnico Paulo Chupeta não tinha peças de reposição no banco de reservas.
Assim, nos minutos finais, a equipe mineira assumiu a liderança do placar e soube finalizar o resultado. Por ironia do destino, um dos destaques do Uberlândia foi o ex-rubro-negro Olivinha.
Alívio
“Foi uma vitória importante para aumentar o moral da equipe rumo aos playoffs. Independente do adversário nas quartas-de-final, precisamos continuar fazendo nosso jogo, concentrados os 40 minutos e com muita confiança. Quero aproveitar para agradecer o apoio da torcida de Uberlândia que sempre apoiou a equipe e será muito importante na próxima fase”, disse Olivinha.
Marcelinho e Amil devem retornar apenas na quinta-feira na partida contra o Universo, que é um velho rival porque representou o Vasco no último Estadual.
Uberlândia: Fluellen (14), Ricardo (5), Adriano (2), Olivinha (17) e Raul. Entraram: Alexandre (8), Jaz (23), Ralfi (2), Rodrigo (2) e Salgueiro (12). Técnico: Carlos Romano.
Flamengo: Hélio (15), Fernando (14), Duda (22), Coloneze (13) e Alírio (11). Entraram: Wagner (2), Maicon (1) e Marcellus (3). Técnico: Paulo Chupeta.
José Antonio Gerheim
Passe Livre
CASAMENTO PERFEITO
José Antônio Gerheim gerheim@jsports.com.br
Antes do jogo, o telão do Maracanã reviveu os títulos cariocas do Flamengo (29) e os do Botafogo (18). Desses títulos, o técnico Joel Santana era o responsável por cinco (dois pelo Vasco, um pelo Flamengo, um pelo seu rival na histórica de final de ontem, o Botafogo, de Cuca). E sua estrela, sua capacidade de ganhar decisões, de preparar seus times com conpetência, amizade, respeito à torcida e ao adversário, brilharam mais uma vez e Joel deixa o Flamengo com a faixa de bicampeão carioca, um time que está no caminho de outro bi , o da Libertadores e quem sabe, o bi mundial de clubes.
É a consagração definitiva de Joel como o técnico que merece o título de rei do Maracanã e que parte agora para disputar sua primeira Copa do Mundo, dirigindo a seleção da África do Sul, a organizadora da maior competição do futebol mundial de 2010.
Se havia ainda duvida sobre o casamento perfeito entre ele e o Flamengo, ela se dissipou como uma nuvem. O Flamengo do primeiro tempo foi dominado, mais por seus defeitos do que por virtudes do Botafogo, que também não jogou bem. Tanto que desceu para o intervalo perdendo por 1 a 0, numa falha incrível do excelente Bruno, além dos erros seguidos de Ibson,e Jailton. Mesmo sabendo que o resultado ainda garantia a seu time no mínimo uma decisão por pênaltis e que só não podia era levar o segundo gol, Joel não teve medo em mandar a campo seus dois trunfos, que nas outras decisões contra o mesmo Botafogo mudaram a sorte do jogo: Obina e Diego Tardelli.
A torcida chegou junto fez o Botafogo recuar para seu campo, procurando apenas um contra-ataque, que nunca veio. Veio sim o gol de Obina. Cuca ainda tentou mudar o destino do jogo, colocando mais um atacante, Fábio no lugar de Zé Carlos. Em vão e pior ainda ficou com a expulsão de Renato Silva.
Usando a arma preferida do adveresário batido, o contra-ataque, o Flamengo fez mais dois gols e mais do que nunca mereceu não só a vitória, mas o título de bicampeão carioca e de melhor time do futebol do Rio de Janeiro. E sua feliz torcida, agora que Papai Joel e Obina lhe deram o presente de se igualar ao Fluminense, em número te títulos (30), possa seguir sua trajetória de títulos e glórias.
O DIA
Fla vence o Botafogo e é bicampeão carioca
Nilo Junior
Rio - Pode soltar o grito torcedor rubro-negro, o Flamengo é bicampeão carioca! Com dois gols de Obina e um de Diego Tardelli, o Fla venceu o Botafogo por 3 a 1, neste domingo e chegou ao 30º título estadual, igualando o recorde do Fluminense. O Botafogo foi melhor no primeiro tempo e contou com uma falha do goleiro Bruno para abrir o placar. Na segunda etapa, porém, brilhou mais uma vez a estrela do técnico Joel Santana, que ganhou o jogo nas acertadas substituições.
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O Botafogo teve uma falta a seu favor logo no primeiro minuto de jogo. Na cobrança, Bruno saiu muito bem do gol e, no rebote, Diguinho arriscou de longe, para fora. Depois disso, os ânimos se inflamaram e o árbitro teve que distribuir cartões amarelos para segurar o ímpeto dos jogadores. Aos seis minutos, Lúcio Flávio cobrou falta no cantinho e o goleiro rubro-negro foi buscar. Na lance seguinte, o zagueiro André Luis cabeceou com perigo, à direita do gol. (leia também: Obina dedica gols à família)
Aos 12, o Fla criou a melhor chance do jogo. Marcinho ganhou na corrida pela direita e cruzou para Ibson. O meia, absolutamente sozinho, errou a bola e perdeu a oportunidade de abrir o placar. Depois disso, o Botafogo melhorou no jogo e passou a pressionar o Fla. O gol alvinegro saiu da principal jogada do time: a bola parada. Lúcio Flávio cobrou falta e contou com a ajuda de Bruno que falhou feio e engoliu um frangaço. (Kléber Leite convoca torcida para "jogo da gratidão")
Aos 26, o rubro-negro quase empatou. Após cruzamento na área, Christian chutou de esquerda e Renan fez ótima defesa. Aos 32, o Fla puxou bom contra-ataque, mas Juan finalizou mal. A partir daí o Fla começou a pressionar, mas de forma desordenada. O Botafogo recuou e conseguiu virar o primeiro tempo na frente. Na saída para o intervalo, o técnico Joel Santana reclamou da arbitragem e disse que os jogadores alvinegros "se jogam e pedem falta".
Parecendo insatisfeito com o time, Joel voltou com duas alterações na segunda etapa e colocou o time para frente. Obina e Diego Tardelli entraram nos lugares de Cristian e Ibson, respectivamente.
A mudança de Joel teve efeito logo aos 4 minutos. Juan cobrou falta e Obina, de cabeça, empatou a partida. A partida ficou corrida e o Fla passou a dominar. As chances de gol só voltaram a aparecer aos 16 e 17 minutos. No primeiro lance, Jorge Henrique pegou um rebote de primeira e Bruno fez grande defesa. No contra-ataque Tardelli fez linda jogada, driblou dois jogadores e tentou encobrir Renan, mas o goleiro alvinegro deu um toque sutil e jogou para escanteio.
Aos 21 o rubro-negro quase marcou. Obina deu bom passe para Marcinho, que invadiu a área e chutou travado por Leandro Guerreiro. Renan ainda tocou na bola, que explodiu na trave. Aos 24, Lúcio Flávio arriscou de longe e Bruno fez uma linda ponte. Mesmo com a falha no gol do Botafogo, a torcida gritou o nome do camisa 1. Com o Flamengo bem fechado atrás, o Bota tentava chutes da entrada da área. Aos 27, foi a vez de Alessandro tentar, mas a bola subiu muito.
Aos 30 minutos Renato Silva fez falta em Juan e foi expulso. O jogo, que já estava melhor para o Fla, ficou mais fácil com um homem a mais em campo. Aos 32, a defesa alvinegra saiu jogando errado e Obina quase ampliou. O segundo gol parecia questão de tempo e ele veio aos 36. Juan fez linda jogada e cruzou para Tardelli. O atacante, que na Taça Guanabara fez o gol do título sobre o rival, colocou o Fla em vantagem e garantiu o 30º título estadual do clube. A torcida, em ritmo de festa, soltou o grito de bicampeão e deixou o Maracanã cantando a marchinha de carnaval "Mamãe eu quero", numa alusão ao choro alvinegro na final do primeiro turno.
Ainda havia tempo e fôlego para o terceiro gol. Tardelli arrancou pela esquerda e cruzou na medida para Obina, o "iluminado", fazer 3 a 1 e fechar de vez o caixão alvinegro.
Título rubro-negro termina com hegemonia do Flu
Raoni Alves
Rio - Desde 1905, ano do primeiro Campeonato Estadual do Rio de Janeiro, um único clube foi líder absoluto no número de títulos conquistados. Em 1911, sete torneios já haviam sido disputados e e esse mesmo time levou seis taças para casa, o que o deixou com folga à frente do segundo clube com mais campeonatos. Esse clube era o Fluminense e quando os Rubro-Negros levantaram o primeiro caneco, em 1914, poucos poderiam acreditar que essa liderança tricolor só seria igualada em 2008, 103 anos depois. Depois de 111 campeonatos, uma hegemonia terminou. O Flamengo e igualoo o número de títulos do Tricolor e ambos têm 30 troféus.
O Flamengo chegou ao campeonato desse ano com 29 taças conquistadas e a equipe de Joel Santana sabia que poderia fazer história em 2008. Leonardo Moura, Toró, Obina e cia acreditaram que poderiam repetir o feito de 2007, quando venceram o torneio. A torcida, como sempre, não deixou de apoiar em nenhum momento. A diretoria montou um elenco para disputar e conquistar o trigésimo título e, de uma vez por todas, igualar o número de vitórias do Fluminense, que sempre se gabou por liderar essa estatística.
Para apimentar ainda mais a discussão, parte da torcida do Flamengo não aceita como título a conquista de 2002, famoso caixão, torneio desprestigiado pelos quatro grandes que disputavam, ao mesmo tempo, o torneio Rio-São Paulo. Em meio a um clima conturbado e depois de uma final cheia de polêmica, o Fluminense sagrou-se campeão. Querendo ou não, a torcida do Fla teve que aceitar e engolir a decisão oficial e adiou um pouco mais o final da hegemonia tricolor.
Chegou 2008 e os tricolores não resistiram ao Botafogo na semifinal da Taça Rio, deixando o caminho livre para o Flamengo igualar o número de conquistas. Na final, o Botafogo não conseguiu fazer frente aos históricos flamenguistas, que chegaram aos 30 títulos estaduais. Os Rubro-Negros não deixarão barato em 2009, eles querem iniciar uma nova era e querem escrever de vermelho e preto os novos capítulos dessa história, rumo ao 31º troféu do Carioca.
Obina dedica os gols marcados para a família
Rio - Um dos heróis do trigésimo título rubro-negro e autor de dois gols na final contra o Botafogo, Obina comemorou muito a vitória e dedicou os dois gols marcados para a família, que sempre o apoiou:
"(Nessa hora) a gente pensa na família, na minha mãe que sofreu uma cirurgia há pouco tempo e eu não pude estar perto dela, mas eu sei que ela estava abençoando. Todo mundo passa por momentos de dificuldades, mas eu tenho humildade e, graças a Deus, minha família está feliz", comemorou.
Sobre brigar por uma vaga na equipe titular, o xodó rubro-negro diz que não desistiu de conquistar a posição.
"Sempre procuro fazer por onde para ser titular e continuo mantendo os pés no chão".
O artilheiro da decisão revelou ainda que, em conversa com Diego Tardelli, se imaginou decidindo o título:
" Eu estava conversando com o Tardelli e brincando, antes de entrar no jogo, falamos que decidiriamos o jogo. E isso acabou acontecendo", declarou.
Jogadores dedicam título a Joel Santana
Rio - Papai Joel esta deixando seus filhos na próxima quarta-feira para assumir um compromisso muito grande, o de dirigir a seleção sede do próximo mundial de clubes em 2010. Os jogadores sabem que essa é uma oportunidade única na vida do treinador e fizeram questão de dedicar a vitória e o título dessa tarde para Joel.
Ronaldo Angelim lembrou do técnico mesmo na hora da festa e fez questão de parabenizar preparadores e comissão técnica.
"Quero dedicar esse título ao Joel, o elenco é bom e ficou provado que nosso time é forte. Agora, vamos descansar porque quarta tem mais. Temos que parabenizar também nosso preparador físico, Ronaldo Torres, e os fisiologistas. Eles são campeões"
Toró, ou Torozinho, como Joel Santana gosta de chamar o meia, não foi diferente e comentou a tristeza por ver Joel deixando o clube.
"O professor me poupou durante a semana. Ele sabia que hoje seria sufoco. Estou triste que nosso pai esta indo embora, mas os filhos vão ficar e fechamos com chave de ouro essa homenagem".
Joel: 'Saio feliz e com o dever cumprido'
Rio - Feliz pelo título e ao mesmo tempo triste por deixar um grupo que viu crescer, o treinador Joel Santana não escondeu suas emoções ao responder as perguntas dos jornalistas durante a entrevista coletiva, após a grande final do Campeonato Carioca, onde o Flamengo conquistou seu título de número 30, se igualando ao recordista Fluminense.
Durante seus comentários Joel fez questão de reconhecer o trabalho do Botafogo e a dificuldade da partida final.
"Temos que parabenizar o Botafogo. É um time que joga inteligente, um time que joga diferente. Foi um grande jogo, sem violência. Acho que foi um grande espetáculo. Tanto nos vencemos, como poderia ter sido o Botafogo. Mas vencemos porque fizemos um trabalho muito bem feito, que começou em Teresópolis e acabou no Maracanã"
O treinador que vai dirigir o time no jogo de quarta-feira, contra o América, do México, pelas oitavas-de-final da Taça Libertadores, comentou sobre o reconhecimento que vem recebendo tanto dos torcedores como da diretoria.
"A gente já está a muito tempo nessa vida e fica muito feliz com o reconhecimento de todos. Eles (a diretoria) me conhecem a mais de 12 anos e sabem a minha maneira de trabalhar. Os vitoriosos foram os torcedor que são o maior patrimônio, junto com os jogadores que foram campeões. Eles jogaram na quarta, foram direto para a concentração e compraram a idéia"
Joel também comentou a ousadia em lançar Obina e Tardelli juntos para o segundo tempo.
"No segundo tempo eu não podia mostra para o torcedor que não queria vencer. Deu certo. As vezes não dá, mais deu certo"
Questionado sobre a possibilidade de adiar sua chegada à África do Sul, o treinador acabou com as esperanças do torcedor, disse que sai com o dever cumprido, mas deixando um bom trabalho para seu sucessor.
"Eu já conversei com ele (Kleber Leite) varias vezes e eu acho que ele já deve ter o treinador guardado. A preocupação dele era para quarta-feira. Eu conversei com o Parreira e com o pessoal de lá e o Parreira me deixou tranquilo. Eu falei com o Kleber que ficava até quarta. Eu já estou compromissado, não adianta ficar prolongando uma coisa já definida. Eu vou ali e já volto e o treinador que chegar vai ter um grupo muito bom. Está tudo no seu devido lugar e sem desespero. O difícil é quando o time está lá em baixo, com problemas. Eu saio legal, saio feliz e com o prazer de dever cumprido".
Bruno está morrendo de amor
Goleiro diz estar cada vez mais apaixonado pela ‘nação’
Janir Júnior
Rio - Bruno completou ontem 100 jogos com a camisa do Flamengo. E, mesmo depois do frangaço que engoliu, ele foi exaltado pela torcida como o melhor goleiro do Brasil. “Estou cada vez mais apaixonado pela torcida do Flamengo. A paixão que os torcedores têm por mim é a mesma que tenho por eles “, disse o jogador, que dispensou a camisa 100, mas atuou com um 001 no primeiro tempo.
O goleiro, que lutou para se tornar ídolo na vaga de Júlio César, destacou o trabalho que faz a cada dia na Gávea. “É muito difícil atuar 100 jogos pelo Flamengo sempre tentando manter um bom nível. Trabalhei muito para virar ídolo de uma torcida dessas, mas trabalho para isso. Sempre sou o primeiro a chegar e o último a sair. Procuro fazer o melhor para que as falhas não ocorram. Falhar é chato, é feio, mas acontece. Não baixei a cabeça, tive a confiança dos companheiros e pude dar a volta por cima em campo”, disse o goleiro.
Depois da conquista, todos os jogadores dedicaram o título para Joel Santana, que na quarta-feira deixará o clube para dirigir a seleção da África do Sul.
“Ele é um pai para todos nós. Além de um grande técnico, o Joel é uma excelente pessoa, um conselheiro. Ficamos de coração partido, mas torcemos pelo sucesso dele”, declarou Juan.
Toró endossou as palavras do lateral-esquerdo. “Vamos sentir falta do Joel, que é um grande treinador e uma pessoa maravilhosa. Mas vamos seguir trabalhando”, disse o jogador.
A próxima meta do time é conquistar a Copa Libertadores. “Esse título dá mais moral para a Libertadores. Vamos comemorar, mas já pensando no jogo de volta contra o América do México”, lembrou o atacante Marcinho.
Chora, de novo, Fogão
Souza aproveita para tirar outro sarro com os botafoguenses
Rio - Com o dedo na boca, como se fosse um bebê, Souza gritava: “Chora de novo!”. O atacante, que criou polêmica ao comemorar um gol fazendo o gesto do chororô, saiu de campo ironizando de novo os alvinegros e lembrando a choradeira que ocorreu na final da Taça Guanabra: “Estava certo. Chegou a hora de chorarem de novo”.
Leonardo Moura foi outro que ironizou os alvinegros. “Fiz a camisa com a foto da minha filha antes do jogo, pois sabia que seríamos campeões”, vibrou o lateral.
Apesar das vaias, Íbson vibrou muito no vestiário. “Eu me preocupo sempre em fazer o melhor para o time. Torcida é isso, paixão, amor; faz parte do futebol. Não tenho do que reclamar”, afirmou o jogador rubro-negro.
No festivo vestiário do time da Gávea, todos os jogadores exaltaram a força da torcida. “Não tem como perder com essa força que vem lá da arquibancada”, afirmou Marcinho.
Agora, o comando passa a Caio Júnior
Rio - Caio Júnior, do Goiás, será o novo técnico do Flamengo. A preferência da diretoria era por Geninho, do Atlético-MG, mas a opção por um nome que pode crescer junto com o time ganhou força.
O vice de futebol Kléber Leite anunciará hoje o nome do novo treinador, que já comandará a equipe quarta-feira, contra o América, embora Joel Santana também compareça ao estádio. “O novo técnico vai se enquadrar na filosofia do Flamengo. Sentimos muito pela saída do Joel, mas é uma situação irreversível, declarou Kléber.
Caio Júnior deverá ser apresentado hoje, na Gávea, já que o time se reapresenta à tarde. Segundo o dirigente, o preparador físico Ronaldo Torres ficará no clube até o fim da Libertadores. Depois, ele seguirá para a África do Sul, com Joel Santana.
O atual técnico ficará na Gávea até o confronto com o América. A intenção dos dirigentes é que Caio Júnior comece a conhecer o elenco recebendo dicas de Joel. “Até o Zico deixou o Flamengo. O trabalho segue. Vamos em busca do título da Libertadores”, completou Kléber Leite, que promete reforços para o Campeonato Brasileiro.
Em homenagem a Joel, Kleber Leite convoca torcida para jogo da gratidão
Rio - Que Joel Santana tem muita moral com a diretoria e com a torcida rubro-negra, não resta dúvida, mas nem mesmo o "papai Joel", como é chamado pelos jogadores, esperava uma homenagem tão grande como a que o vice-presidente de futebol do Flamengo, Kleber Leite, planeja fazer na quarta-feira, no Maracanã, no jogo das oitavas-de-final da Libertadores da América, contra o América, do México.
Kleber Leite disse à Radio Globo, que a partida de quarta-feira será o jogo de despedida de Joel Santana e várias homenagens serão programadas para a festa. O dirigente definiu o confronto como "O Jogo da Gratidão" e convocou a nação rubro-negra para estar presente no estádio.
"Quarta-feira que vem teremos um compromisso com o Papai Joel. Vamos fazer do jogo da Libertadores, o jogo de despedida para o Joel. Ele merece isso. Não tem ninguém aqui que tenha uma relação melhor com ele do que eu. Então, eu convoco a nação Rubro negra para participar da homenagem é o jogo da gratidão"
Mesmo empolgado com a conquista do estadual e com a homenagem de quarta-feira, Kleber fez questão de manter os pés no chão sobre o confronto contra o América.
"Esse (homenagem à Joel) será um motivo a mais. Primeiro temos que jogar. A torcida tem que comparecer e vamos fazer desse um jogo da despedida do Joel"
Sobre o substituto do treinador, Kleber Leite preferiu não antecipar nenhum detalhe.
"Pretendo anunciar isso amanhã. Existe um problema ético. Conversei com alguns nomes, mas é necessário ter paciência. Temos que esperar um pouco, porque se não, não é justo com o outro clube envolvido. O Flamengo não faz isso. Amanhã vamos ter um treinador" disse confiante o dirigente.
PELENET
Obina brilha, Fla bate Botafogo e conquista Estadual pela 30ª vez
Do UOL Esporte\ No Rio de Janeiro\
Mais uma vez a dupla Obina-Diego Tardelli entrou em ação para salvar o Flamengo. Com gols de ambos os atacantes, o time bateu, de virada, o Botafogo por 3 a 1, neste domingo, no Maracanã, e conquistou o bicampeonato estadual. Lúcio Flávio anotou para o time de General Severiano. Esta foi a 30ª vez que o Rubro-Negro "faturou" o torneio regional, se igualando ao Fluminense.
ASSISTA AOS GOLS DA VITÓRIA DO FLA
Na primeira partida, vitória do time da Gávea por 1 a 0, os heróis desta tarde já haviam sido peças fundamentais. Tardelli foi autor do passe que originou o gol solitário do embate, anotado pelo xodó Obina.
As equipes voltam a campo em datas distintas. O Botafogo encara o Atlético-MG, na quinta, às 20h30, no Mineirão, pela rodada de ida das quartas-de-final da Copa do Brasil. Já o Flamengo enfrenta o América -MEX, quarta, às 21h45, no Maracanã, no jogo de volta das oitavas da Copa Libertadores.
Como toda decisão que se preza, o jogo começou muito disputado no meio-campo e com número excessivo de faltas. Tudo fruto dos nervos à flor da pele de ambas as equipes. O botafogo, precisando da vitória, tinha mais posse de bola.
Se aproveitando da vantagem, o Flamengo adotou a tática do contra-ataque, que por pouco não surtiu efeito aos 12 minutos. Marcinho recebeu, invadiu a área e rolou na medida para Ibson. Mas o apoiador, livre de marcação, conseguiu "furar" a bola, desperdiçando "gol feito".
Com o susto, o Botafogo acordou e passou a dominar as ações. Após algumas tentativas frustradas, o alvinegro contou com uma "forcinha" do goleiro Bruno. Aos 22, Lúcio Flávio cobrou falta e a bola quicou na frente do arqueiro rubro-negro, que de forma inacreditável "aceitou".
Quatro minutos mais tarde, Cristian aproveitou sobra da zaga e bateu forte, mas Renan salvou, espalmando pela linha de fundo. Foi o suficiente para acender a até então discreta torcida rubro-negra. Mas do outro lado da arquibancadas, os alvinegros não deixavam por menos.
Aos poucos o duelo foi ganhando em equilíbrio e os lances de perigo ficando mais escassos. A posse de bola era igualmente dividida. E foi desta forma que o confronto seguiu até o intervalo.
"Assim fica difícil. Os caras (Botafogo) já vêm para a bola caindo. Se for pênalti ou falta tem de marcar mesmo, mas ele (árbitro) está marcando tudo. Os caras se jogam toda hora", esbravejou o técnico Joel Santana na saída de campo.
Pelo lado alvinegro, satisfação. "Estamos bem. É só continuar assim. Temos de manter a postura, volta atentos e seguir buscando o gol", avaliou Lúcio Flávio, que ainda comentou sobre seu gol. "Temos de contar com isso também, com o erro do adversário", frisou.
Insatisfeito com o time, Joel resolveu fazer mudanças. Sacou Cristian e Ibson, promovendo as entradas de Obina e Diego Tardelli. Prova de que para o treinador não interessava uma possível disputa de pênaltis.
E a estrela do comandante rubro-negro brilhou logo aos 4 minutos. Juan levantou na área e Obina, de cabeça, escorou com estilo, fazendo a bola morrer caprichosamente no canto esquerdo de Renan.
Com um forte poderio ofensivo, o Flamengo não se conteve e continuou buscando o gol. Com isso, o jogo ficou aberto. Aos 15, Jorge Henrique emendou um lindo sem pulo da entrada da área, obrigando Bruno a realizar complicada intervenção.
No minuto seguinte, Diego Tardelli fez jogada de craque e tocou por cima de Renan, que com leve toque salvou a pele alvinegra. Aos 20, Marcinho recebeu de Obina e bateu, a bola desviou na zaga e carimbou o travessão adversário. E dá-lhe pressão rubro-negra.
E as coisas ainda ficariam piores para o Botafogo. Aos 30, após levar um drible desconcertante de Juan, Renato Silva fez falta e acabou recebendo o segundo cartão amarelo, conseqüentemente o vermelho. Com a vantagem numérica, os rubro-negros seguiram mandando no pedaço. Nas arquibancadas, o cenário se repetia. Desanimada a torcida do Botafogo se calou e foi "abafada" pelos rivais.
E o que já vinha se desenhando foi confirmado aos 36 minutos. Juan fez um "carnaval" pela esquerda e cruzou. A bola ainda bateu em Souza antes de sobrar para Diego Tardelli, de perna esquerda, acertar o canto direito do gol alvinegro.
Aos 47, Tardelli fez linda jogada e rolou para Obina decretar a vitória: 3 a 1. Daí em diante foi apenas acompanhar o regressivo cronômetro de Luís Antônio da Silva. Com boa parte da torcida do Botafogo já fora do Maracanã, a festa e a provocação foram rubro-negras.
Obina admite ser um jogador predestinado
Do UOL Esporte\ No Rio de Janeiro\
Obina jogou apenas 45 minutos, mas foi o suficiente para fazer dois gols e ajudar o Flamengo a conquistar o trigésimo título estadual de sua história, após a vitória do time por 3 a 1 sobre o Botafogo, neste domingo, no Maracanã. O baiano mostrou ter potencial para dar muitas alegrias à torcida rubro-negra.
"Sou um predestinado. Deus me dá a luz. Quando o Flamengo precisa, eu entro e faço os gols. A felicidade é muito grande. Mais uma vez ajudei a vencer e conquistar o título", contou.
Com esse carisma e "luz", o atacante deixou o Maracanã com o seu nome cantado. "A torcida tem um carinho especial por mim. Hoje, ela (torcida) vai para casa feliz e gritar nas ruas", disse Obina, que já era enaltecido antes de entrar.
Quando o placar eletrônico do Maracanã mostrou a substituição, Obina por Ibson, no intervalo, a torcida vibrou como se fosse um gol. "Isso me dá uma auto-estima muito grande. Joel falou para eu jogar dentro da área, que lá que é o meu negócio. Para eu não sair de lá.", afirmou.
Tardelli agradece por "empréstimo de estrela do artilheiro"
Assim como Obina, Diego Tardelli deixou a sua marca na vitória por 3 a 1 do Flamengo por 3 a 1 sobre o Botafogo, neste domingo, no Maracanã, pela final do Campeonato Estadual.
Na mesma posição do xodó, como suplente da equipe rubro-negra, o atacante celebrou ter partilhado da glória com Obina: "Ele (Obina) deu um pouco da estrela dele para mim e a gente pôde decidir o jogo para o Flamengo", afirmou.
Bruno ergue a cabeça e diz que vai disputar uma Copa do Mundo
Do UOL Esporte\ No Rio de Janeiro\
Aos 22 minutos do primeiro tempo, Bruno protagonizou uma cena incomum para ele. Acostumado a grandes defesas pelo Flamengo, o goleiro falhou gravemente e permitiu que Lúcio Flávio abrisse o placar para o Botafogo.
Contudo, para o alívio do camisa 1, que realizava seu centésimo jogo pelo clube da Gávea, a equipe voltou para o segundo tempo disposta a vencer. E conseguiu. Com gols de Obina (dois) e Diego Tardelli, o Rubro-Negro bateu por 3 a 1 e assegurou o título estadual.
De cabeça fria, Bruno admitiu a falha e, olhando confiante para o futuro, já pensa em seleção brasileira. Além disso, afirmou que um dia irá defender sua pátria em uma Copa do Mundo.
"Os companheiros me ajudaram e eu passei tranqüilidade para eles também. Eu admito que falhei e a bola ainda bateu em uma irregularidade do gramado, o que me atrapalhou ainda mais. Mas isso acontece, é raro. É como um jogador acertar um voleio ou uma bicicleta", explicou o arqueiro, complementando.
"Eu penso sim em seleção brasileira. A minha hora vai chegar. Confio muito em mim. O que é do homem o bicho não come. Meu momento vai chegar e eu vou disputar uma Copa do Mundo, sim", projetou o camisa 1.
Segundo Joel Santana, pré-temporada foi a chave do sucesso do Fla
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O Flamengo conquistou o título estadual, mas perdeu o treinador, que irá trocar a Gávea pelo comando da seleção da África do Sul. Desde que assumiu o comando técnico do Rubro-Negro, há quase dez meses, Joel Santana colecionou vitórias, que segundo ele, apareceram a partir de um planejamento correto.
"Tudo que estamos conquistando foi fruto do trabalho. Fizemos uma excelente pré-temporada, além de amistosos e, trouxemos bons jogadores para o elenco. Prevaleceu quem trabalhou mais correto", disse Joel Santana.
Assim como na vitória do time sobre o América-MEX, pela Copa Libertadores, o coração de Joel Santana quase pifou diante do Botafogo. Entretanto, com a melhora da equipe na etapa complementar, ele respirou aliviado.
"O coração está legal. Antes não estava. Jogamos mal o primeiro tempo, mas depois foi com inteligência. Aí fiquei mais calmo", contou Joel, que reclamou muito dos jogadores do Botafogo que iam ao chão sem motivos.
O treinador comentou também o fato de ter uma mistura de competência e sorte nas substituições que fez ao longo do confronto, uma vez que Obina (dois) e Diego Tardelli (um) foram os autores dos gols do clube da Gávea.
"Eu tinha de mostrar para a torcida que eu queria vencer o jogo. Às vezes dá errado, mas felizmente, desta vez, deram certo as substituições", encerrou.
Fla faz do Bota o "novo vice", e se iguala ao Flu na história
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O Botafogo "roubou" o reinado do Vasco e agora é o "novo vice" do Flamengo. Assim como aconteceu em 2007, o Rubro-