Notícias

Clipp 18/fevereiro

Noticiário do Flamengo na midiaFla classificado para a final da TG

Por - em

O GLOBO

OITO VEZES

FREGUÊS A vitória de ontem por 2 a 1 foi a oitava consecutiva do Flamengo sobre o Vasco em jogos decisivos. O rubro-negro superou o rival em outras três semifinais da Taça GB (2001, 2004 e 2006) e venceu ainda nas decisões da Copa do Brasil (2006) e de três Estaduais (2000, 2001 e 2004) - 2 a 5

O mesmo final para o Vasco e para Edmundo

Como no Mundial de 2000, craque perde pênalti e confronto para Fábio Luciano na derrota para o Fla: 2 a 1

Legenda da foto: COM A DANÇA do créu, Obina (à esquerda), Jaílton, Cristian, Ibson e Souza comemoram a classificação rubro-negra depois de Alan Kardec celebrar o gol da Vasco da mesma forma

Pedro Motta Gueiros

Nos últimos anos, a torcida do Vasco passou a hesitar em comparecer a jogos decisivos contra o Flamengo. Ontem, as esperanças foram renovadas por um velho ídolo. Com Edmundo, voltaram também seus fãs. Num dia cívico, desde cedo, vascaínos dos quatro cantos marchavam em coro ao Maracanã. Antes de os rubro-negros tomarem sua parte, a arquibancada verde já estava lotada do lado oposto. Em campo, o que se viu foi a síntese de um craque de extremos. No primeiro tempo, Edmundo jogou como um maestro e iniciou a jogada para Alan Kardec abrir o placar. No segundo, com o jogo empatado, teve diante de si um reencontro com o passado. Como no Mundial de Clubes de 2000, perdeu um pênalti e viu o Vasco cair, dessa vez para o Flamengo, por 2 a 1, ontem, na semifinal da Taça Guanabara.

Há oito anos, seu chute voou pelos ares junto com as esperanças do título inédito. Ontem, a cobrança rasteira e fraca foi defendida por Bruno. Em comum entre as duas partidas, o triunfo do zagueiro Fábio Luciano. Campeão mundial pelo Corinthians, chegou à Gávea disposto a levar o Flamengo ao mesmo caminho. Foi dele o gol que empatou o jogo quando o Vasco vencia e tinha chances de aumentar. Para completar a supremacia da defesa rubro-negra, o gol da vitória foi marcado pelo zagueiro Ronaldo Angelim.

Tira-teima após cinco empates com Botafogo

No primeiro tempo, o Vasco começou a surpreender por divulgar uma escalação e entrar em campo com outra, o que nas regras da Fifa implica em punição. Quem tentou aplicar o castigo foi o Flamengo. Aos 22 minutos, Tardelli cruzou com perfeição para Souza cabecear na trave. Pressionado, o Vasco reviveu com Alan Kardec, que ganhou disputa com Fábio Luciano antes de Calisto chutar cruzado com perigo, aos 24. Logo depois, o zagueiro rubro-negro caiu numa disputa de bola e levou um chute no braço de Edmundo.

- Prefiro acreditar que foi sem querer - disse Fábio.

Na hora de acertar a bola, o vascaíno não teve a mesma precisão após cobrança de córner em que Bruno saiu mal, a bola bateu em Edmundo e Ronaldo Angelim afastou o perigo. Ao recuar para buscar jogo, o craque encontrou Amaral, que deu passe para Alan Kardec driblar Angelim e chutar com categoria para fazer 1 a 0, aos 31. Apesar dos três meses de inatividade, Edmundo transmitia a sensação de que sua relação com o clássico é atemporal. Com ele, voltava também a confiança que fez Alex Teixeira driblar Fábio Luciano e bater rasteiro para boa defesa de Bruno. Depois, o ídolo fez tabela com Morais, que chutou fraco.

Com o braço e o orgulho feridos, o zagueiro rubro-negro foi à frente. Na primeira tentativa, dominou no peito mas foi desarmado. Aos 42, Juan cobrou falta da direita e Fábio Luciano subiu sozinho para empatar de cabeça.

O gol não conteve o Vasco. Aos quatro do segundo tempo, Edmundo bateu falta para Morais, que entrou na área e foi derrubado por Ibson. Cobrador de pênaltis, o goleiro Tiago nem ousou sair de sua área para contrariar a torcida que pedia pelo ídolo. Capaz de superar a inatividade de três meses e de jogar até então como se o tempo não tivesse passado, Edmundo também mostrou que não mudou emocionalmente. No mesmo gol em que jogou fora o título mundial, dessa vez ele bateu no outro canto, mas igualmente mal, aos 7. A repetição do drama teve efeito dominó. Com o abatimento do ídolo, a torcida e o Vasco minguaram.

Já o Flamengo deu voz a sua megalomania, a começar pelos gritos da torcida para saudar Bruno, como o melhor goleiro do Brasil. O bombardeio começou com chute forte Ibson, que Tiago espalmou. Aos 31, Juan chutou rente à trave. Após falta cobrada por Cristian de muito longe, Tiago se complicou e cedeu escanteio. Aos 34, após cobrança rápida, Leonardo Moura cruzou, Angelim cabeceou na trave esquerda do goleiro, que ao tentar dar um tapa na bola acabou pondo-a para dentro.

No fim, Cristian perdeu a chance de aumentar, mas não havia mais dúvidas quanto à vitória. O tira-teima será domingo contra o Botafogo, contra quem o Flamengo conquistou o último Estadual nos pênaltis. Em cinco confrontos no ano passado, todos foram empate. Em duas decisões da Taça Guanabara, o Botafogo venceu por 4 a 1 em 1968 e perdeu por 3 a 2, em 1995. Contra o Vasco, as estatísticas e Edmundo são fatores de desequilíbrio. Diante do Flamengo, de Fábio Luciano e de mais um pênalti decisivo, até os vascaínos já imaginam o final. Desde 2000, nos últimos oito jogos decisivos o Flamengo ganhou todos. Ironicamente, o número deitado representa o infinito, mas no futebol tudo se transforma rápido, a ponto de o craque do jogo terminá-lo como o pior em campo.

Vasco: Tiago, Rodrigo Antônio, Jorge Luiz, Vílson e Calisto; Jonílson, Amaral, (Andrade), Morais, Alex Teixeira, (Xavier), Edmundo, Alan Kardec (Abuda). Flamengo: Bruno, Leonardo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan; Jaílton, Ibson, Jônatas (Cristian) e Kleberson (Obina); Diego Tardelli (Marcinho) e Souza. Juiz: Gutemberg de Paula. Cartões amarelos: Morais, Edmundo, Rodrigo Antônio e Souza e Jônatas. Renda: R$1.141.995,50. Público: 56.806 pagantes (61.309 presentes).

VASCO

TIAGO: Não teve culpa no primeiro gol mas deu o córner que originou o segundo gol ao se complicar em falta cobrada por Cristian. Na seqüência do lance, mandou a bola para as redes, surpreendido pela rebatida na trave. 5.

RODRIGO ANTÔNIO: Mostrou personalidade mas faltou precisão no primeiro tempo. No segundo, sofreu com a pressão do rival em seu setor. 4,5.

JORGE LUIZ: Começou bem mas acabou envolvido. Os dois gols de cabeça revelam a fragilidade de toda a defesa. 4.

VÍLSON: Um desarme providencial, vários chutões e impotência para conter a virada rubro-negra. 4.

CALISTO: Tentou se lançar ao ataque, e deu um chute cruzado com muito perigo. Depois, sumiu do jogo. 4,5.

JONÍLSON: Muito ímpeto para o desarme e nenhuma qualidade na armação de jogadas. 4.

AMARAL: Soube conduzir a bola antes de dar bom passe para Kardec marcar. Foi recuando junto com o time até sair quando o jogo estava 1 a 1. 5,5. Foi substituído por ANDRADE que entrou por chutar bem diante da possibilidade de decisão por pênaltis, mas só pôde cobrar uma falta, que Bruno defendeu em dois tempos. 4,5.

MORAIS: Cobrou a maioria dos escanteios, esteve sempre presente nas arrancadas pelo meio, mas o que fez de melhor foi ter sofrido o pênalti. 6.

EDMUNDO: Começou em grande estilo e terminou de forma melancólica após perder pênalti. Chutou o braço de Fábio Luciano e deu entrada desleal em que merecia a expulsão. 5.

ALEX TEIXEIRA: Teve uma chance em cada tempo. No primeiro, fez o certo e chutou forte. No segundo, bateu fraco quando Edmundo esperava o passe. 5. Deu lugar a XAVIER que tentou segurar o empate, sem sucesso. 4.

ALAN KARDEC: Fez um lindo gol ao driblar Jaílton e chutar com classe. Deu trabalho à defesa apenas no primeiro tempo. 6,5. Foi substituído por ABUDA que ficou isolado. Sem nota.

ALFREDO SAMPAIO: Seu time teve bons momentos no primeiro tempo, mas foi castigado com a derrota quando optou apenas em jogar pelo empate. 4.

FLAMENGO

BRUNO: Defendeu o pênalti que, além de impedir uma eventual derrota, serviu para nocautear o Vasco emocionalmente. Sem culpa no primeiro gol. 8.

LEONARDO MOURA: Teve dificuldades para superar a boa marcação armada para contê-lo, mas não se omitiu. 6.

FÁBIO LUCIANO: Subiu com estilo para tirar o time do sufoco. Na defesa, se impôs com seriedade. Só pecou ao ser driblado por Alex Teixeira e por reclamar muito do juiz. 8.

RONALDO ANGELIM: Ao marcar o gol da vitória, recuperou-se do drible que sofreu no gol do Vasco.Com o Flamengo em desvantagem, foi um dos primeiros a levar o time à frente. 7,5.

JUAN: Cobrou falta para o gol de empate e foi opção constante no apoio. Mesmo sem brilhar, foi por seu lado que o time começou a pressionar até chegar ao gol da vitória. 7.

JAÍLTON: Chegou a ser envolvido mas se acertou com os companheiros e o time acabou dominando o meio. 5.

JÔNATAS: Correto nos passes, mas sem a agressividade ofensiva e a dedicação à defesa que um clássico decisivo exige. Saiu durante o segundo tempo. 5,5. Foi substituído por CRISTIAN que deu mais vibração ao time. Teve mais atitude do que precisão, como na falta despretensiosa que cobrou para dar origem ao segundo gol. 6.

IBSON: Mostrou categoria e pouca produtividade no primeiro tempo mas cresceu com o time e foi importante na virada. 6,5.

KLEBERSON: Tem boa técnica e movimentação e bate na bola com estilo, mas ainda não encontrou seu espaço no meio-campo. Saiu no fim. 5,5. Foi substituído por OBINA que tentou aumentar a pressão. 5,5.

DIEGO TARDELLI: Boa troca de posições e um lindo passe para Souza. 6,5. Saiu no intervalo para a entrada de MARCINHO que ocupou bem o lado direito do ataque. 6.

SOUZA: Uma cabeçada na trave, outra sem direção. Lutou, mas pouco finalizou. 6,5.

JOEL SANTANA: Conseguiu recuperar o domínio do meio-campo sem perder a agressividade. 7.

ARBITRAGEM

Gutemberg de Paula não cometeu erros decisivos mas pecou por falta de autoridade.

A defesa como melhor ataque

Fábio Luciano e Ronaldo Angelim decidem partida nas jogadas de bola parada

FÁBIO LUCIANO, entre Ronaldo Angelim e Souza, marca, de cabeça, o primeiro gol

Um é mais falante, caso de Fábio Luciano. O outro, um pouco mais contido, Ronaldo Angelim. Em comum, o fato de formarem uma zaga afiada na marcação e um poder de impulsão capaz de assustar qualquer defesa. Ontem, os dois deixaram o campo de jogo como heróis de uma vitória conquistada em jogadas de bola parada, com duas testadas inapeláveis, daquelas que os bons atacantes costumam fazer e liquidaram a fatura para o Flamengo.

Fábio Luciano preferiu atribuir ao esforço coletivo a vitória de ontem sobre o Vasco.

- Os atacantes nos ajudam muito na marcação. Nada mais justo que os defensores, altos, em jogadas de bola parada, tentem resolver no ataque. Fizemos os gols e aproveitamos bem as jogadas de bola parada, mas a marcação no ataque ajudou na vitória. É uma esforço de todos.

O esforço pode ser simbolizado pelo próprio Fábio Luciano. Em determinado momento da partida, ele recebeu um chute no braço de Edmundo e achou que tinha sofrido uma fratura.

- Quando cai no chão, achei que tinha fraturado um osso. Graças a Deus, foi só uma luxação. Pude voltar e contribuir para a alegria dessa torcida que é diferente. Ela comparece mesmo sofrendo dificuldades de toda ordem. Por isso, fui agradecer a ela no final do jogo - afirmou o jogador.

O cearense Ronaldo Angelim tinha uma outra preocupação na cabeça. Era com seu pai, Antonio Angelim, torcedor fanático do Vasco, assim como boa parte de sua família.

- Quando fiz o gol fiquei imaginando o papai sofrendo lá no Ceará. Ele é torcedor fanático do Vasco, assim como alguns primos e familiares. Só que eu já nasci rubro-negro. Mas tenho certeza que no final do jogo, mesmo triste com o resultado, ficou feliz pelo meu gol. Qual o pai que não torce pelo filho?

Jogador consciente e respeitoso com os colegas de profissão, Ronaldo Angelim não quis participar, quando convidado por Ibson, da dança do créu, no fim da partida.

- Dançar o créu não leva a nada. Na vida a gente sempre deve respeitar os outros - disse, embora não tenha tirado a razão de Ibson, que criticou muito o apoiador Thiago Neves, do Fluminense, por ter feito a dança na partida em que a equipe tricolor venceu o do Flamengo por 4 a 1.

- O Ibson disse que foi falta de respeito do Thiago Neves e concordo com ele. Futebol é decidido dentro do campo. O Thiago jogou muito bem e marcou três gols, mas não tinha que tirar onda com a torcida. Aliás, não foi a primeira vez que fez isso. Me lembro que no ano passado ele disse que o Flamengo seria rebaixado. Para quê? Jogador tem que respeitar os companheiros que estão no outro time.

O sucesso da zaga deixa o técnico Joel Santana tranqüilo.

- Nós trabalhamos este tipo de jogada, e os dois sabem bem o que fazer. O jogo foi decidido assim.

Joel prepara as armas para a final

Técnico fala com respeito do Botafogo, mas aposta na organização e no trabalho tático do Flamengo para conquistar a Taça Guanabara

JOEL ABRAÇA Íbson na comemoração do gol do zagueiro Fábio Luciano, o primeiro gol do Flamengo

Marcos Penido

O técnico Joel Santana deu uma demonstração de maturidade e experiência após a vitória sobre o Vasco, que classificou o Flamengo para a final da Taça Guanabara. Ele disse que foi o planejamento rubro-negro, dando descanso aos jogadores quando necessário; um bom trabalho tático e um grupo forte os fatores fundamentais para o time chegar à final contra o Botafogo com fôlego para decidir.

- Muita gente ironizou quando escalamos uma equipe reserva contra o Fluminense. Parecia uma avalanche após a derrota. Pois bem, aquele descanso foi fundamental. Reparem que tanto o Flamengo quanto o Botafogo, as duas equipes que chegaram, foram as que pouparam jogadores quando podiam - disse o treinador, de olho no adversário de domingo, quando pode fazer mudanças na equipe.

- Tenho uma idéia e vamos trabalhar durante a semana. Os jogadores mais qualificados vieram de muito tempo parados. Não preciso falar nada porque tudo ficou muito claro nas últimas partidas - afirmou.

Dúvida é se deve manter a base do ano passado

O treinador faz questão de enfatizar a qualidade dos jogadores de que dispõe. Sua dúvida está no fato de que, quando o time atuou praticamente com a mesma base do ano passado, no segundo tempo contra o Vasco - exceção de Marcinho - a equipe rendeu melhor.

- Cristian, Marcinho e Obina entraram muito bem, não só pelo fato de o Cristian e o Obina conhecerem bem a equipe, como por estarem descansados. Coloquei o Marcinho para fechar o lado direito do Vasco. O Cristian fechou o espaço onde entravam o Edmundo e o Morais. O Obina teve ótima movimentação.

Mas o treinador não abre mão da qualidade dos que saíram. Segundo ele, Jônatas e Kleberson sabem muito e estão entrando em forma.

- Vou trabalhar durante a semana e espero ter na quarta ou quinta-feira a formação para enfrentar o Botafogo - disse Joel.

O treinador fez questão de valorizar a vitória sobre o Vasco, que exigiu muito.

- Foi um jogo difícil diante de um adversário bem organizado. Conseguimos vencer passando por um pênalti defendido por nosso goleiro, mas a nossa vitória foi merecida pois o Flamengo já era o melhor.

Para o lateral direito Leonardo Moura, o time foi aguerrido e virou o marcador no melhor estilo rubro-negro.

- Isso é o Flamengo - gritou no final da partida, apontando para os torcedores.

O atacante Souza foi um dos que mais comemoraram.

- Estamos na final. Agora é entrar em campo com disposição redobrada para conquistarmos a Taça Guanabara.

Elogiado por Joel Santana, Cristian enalteceu a dedicação de todos os jogadores.

- O Flamengo mostrou um time entrosado e capaz de dar o algo mais em jogos decisivos. Todos contribuíram com a sua parte em campo.

Responsável pelo momento decisivo do jogo, quando defendeu um pênalti de Edmundo, o goleiro Bruno comemorou com os pés no chão.

- Foi uma defesa importante que ajudou o time a vencer. Agora é pensar na decisão.

No clássico da rivalidade, o beijo da paz e do amor

Vascaíno Leonardo dá beijo na namorada rubro-negra Débora, na torcida do carinho

SUPER-HERÓI nas cadeiras azuis do Maracanã: o torcedor abre os braços e exibe uma fantasia de Homem-Urubu para apoiar a equipe de Joel

PREVENIDA, a torcedora Luciana Azambuja (acima) traz a camisa do Fla na bolsa, para não ter problemas na saída do metrô. Ao lado, a paixão superando a rivalidade, com os Leonardo e Débora. Abaixo, a PM ajuda uma mãe com o filho a sair do local cercado por vascaínos

De um lado, a torcida do Flamengo fazia a sua roda de samba em frente à Estátua do Belini. A letra simples pegava rápido: "Eu sou camisa 12 do Mengão/Eu sou, eu vou, aonde o Mengão está/Eu tô, eu vou, não importa o lugar/Nem o dia nem a hora, com certeza estarei lá/O Flamengo em primeiro lugar". Fantasiados, o Homem-Aranha acompanhado da boneca da Mulher-Aranha e o Homem-Urubu entravam na roda e faziam a festa. Atividade policial mais intensa só quando a cavalaria interveio para pôr ordem na provocação de uma facção de torcida contra torcedores do Vasco no portão 18. Trabalho feito com profissionalismo.

Ali perto, na Uerj, onde a torcida do Vasco entrava no Maracanã, um grito ecoava a todo momento. "Ah, é Edmundo". Duas horas antes do jogo, a torcida do Vasco, carente de ídolos, depositava imensa esperança no atacante.

- Com ele no Vasco, o time vai ficar muito melhor - disse Lucas Kochenborger, de 10 anos, sem deixar de tremular a bandeira, para em seguida berrar. - Ah, é Edmundo.

Ali, de repente, surgiram uma mulher e uma criança com camisa do Flamengo. A Polícia agiu rápido. Em meio a provocações de vascaínos, tirou-os do lugar e encaminhou para uma viatura da PM que, rapidamente, levou-os para a entrada do Flamengo.

A jornalista Luciana Azambuja foi mais prevenida. Ele foi ao Maracanã de Metrô e passou nas proximidades da entrada do Vasco.

- Só vou pôr a camisa do Flamengo quando entrar no estádio - disse ela.

Um final feliz para vencedores e vencidos

A preocupação de Luciana era a mesma do casal de namorados Leonardo e Débora. Ele, técnico em telefonia, ela, operadora de telecomunicações. Leonardo vestindo a tradicional camisa do Vasco, Luciana, com uma toda vermelha do Flamengo.

- Eu sempre fico um pouco preocupada. Mas é um jogo imperdível e a gente encara na boa - explica Luciana.

Com a rivalidade exibida apenas na camisa de seus clubes, a aposta do casal é um exemplo de quem tem amor ao esporte e a vida. No final do jogo, o prêmio para o vencedor era um beijo por gol. Luciana saiu sorridente. Leonardo, com fé no amor.

Fernando Calazans

Jogo de grandes

Dia de grande clássico, dia de bom jogo no Maracanã. E uma vitória, afinal, merecida do Flamengo, por causa sobretudo do segundo tempo, mais precisamente depois que o goleiro Bruno defendeu o pênalti batido por Edmundo, quando estava 1 a 1. Foi um momento crucial da partida, porque, dali em diante, Edmundo e o Vasco esmoreceram, e o Flamengo tomou conta do campo e do jogo.

Mas, a julgar pelo primeiro tempo, o Vasco podia ter obtido um empate que levasse à decisão nos pênaltis. O Vasco teve mais oportunidades de gol, então, e fez, aliás, o gol mais bonito do jogo.

Os primeiros minutos, quer dizer, os primeiros 19 minutos, deixaram preocupado o apreciador de futebol. Foi uma chatice só. Dezenove minutos, aliás 19 minutos e 59 segundos, transcorreram sem que fosse criada uma única trama, uma única jogada, uma única situação de gol. Nada.

Aos 20, enfim, Diego Tardelli entrou na área, mas o goleiro Tiago fechou o ângulo e defendeu a córner.

E o jogo começou.

Aos 21, Souza cabeceou na trave num passe preciso de Tardelli. Aos 23, Calisto chutou para fora numa jogada de Alan Kardec; e aos 31, este Alan Kardec marcou um golaço (até que enfim), numa jogada de Edmundo e Amaral. Edmundo deu ótimo passe para Amaral. Amaral avançou e deu ótimo passe para Alan Kardec. Alan Kardec deu ótimo drible e ótimo chute. Tudo ótimo. Vasco 1 a 0.

E o jogo também ficou ótimo. Edmundo jogava muito bem, com passes clarividentes. Morais se mostrava insinuante, como quase sempre. Até Amaral aparecia bem.

O Flamengo tinha dificuldade na frente, porque Leonardo Moura não acertava tanto quanto em jogos anteriores, e Souza não acertava nada.

Mas o time aumentou o volume de jogo, e o zagueiro Fábio Luciano foi à frente, para tentar conseguir o que os atacantes não conseguiam. Pois conseguiu. Não na primeira tentativa, aos 40 minutos, porque tentou matar a bola no peito, dentro da área, e perdeu o controle, mas sim um minuto depois, aos 41, concluindo de cabeça uma falta cobrada por Juan.

O Flamengo voltou para o segundo tempo com uma substituição, a meu ver, um pouco precipitada: Marcinho no lugar de Tardelli.

As primeiras ações foram do Vasco. Logo aos 4 minutos, o juiz, que teve boa atuação até, deu um pênalti de Íbson, que eu não sei não. E o jogo parou para viver seu instante culminante. Edmundo, a bola e Bruno. Edmundo bateu fraco, Bruno defendeu bem - e o jogo mudou, o jogo virou, o jogo se transfigurou. Depois de seu belo primeiro tempo, Edmundo murchou, não sei se pelo pênalti mal batido, pelo cansaço, ou pelos dois. Sei que ele já tinha avisado o técnico Alfredo Sampaio de que não suportaria o tempo todo.

Joel Santana botou Obina no lugar de Kleberson, que começa a entrar em boa forma. Botou o time pra frente. Alfredo Sampaio botou Xavier no lugar de Alex Teixeira. Botou o time pra trás.

O Flamengo avançou e, aos 34, Ronaldo Angelim, outro zagueiro, outra vez de cabeça e outra vez sem marcação do Vasco, fez o gol da vitória em cruzamento de Léo Moura.

Foram dois gols do Flamengo, dois gols de zagueiros, porque, se dependesse de Souza e de Obina ontem, o Flamengo não fazia gol algum. Mas Ronaldo Angelim fez, como prêmio à sua seriedade, à sua vontade, e o Flamengo está na final do próximo domingo, contra o grande rival Botafogo.

Esplêndida atuação dos goleiros Bruno e Tiago. Boa atuação de Fábio Luciano e Ronaldo Angelim (os artilheiros), Juan (segundo tempo), Íbson (o tempo todo) e Kléberson, pelo Flamengo; Edmundo e Amaral (primeiro tempo), e Morais, pelo Vasco.

Joel Santana acertou no fim, reclamando, com indignação, das faltas seguidas que a defesa do Flamengo cometia. Mas será que não dá para pedir ao Jaílton que entre na jogada, umazinha só, sem meter o braço no adversário, sem agarrar, sem puxar, sem dar pontapé? Será que, no futebol, ele só sabe fazer isso? Será que o Jônatas também?

Quem precisa jogar um bolão no meio da semana é o Departamento Médico do Botafogo. O elenco é pequeno, é insuficiente, e, se Jorge Henrique e Zé Carlos não puderem jogar, teremos, aí sim, um clássico decisivo com favorito: o Flamengo.

JORNAL DOS SPORTS

Uma defesa que resolve o jogo para o Mengão

Com gols de Fábio Luciano e Ronaldo Angelim, time garante a classificação

Diego Marrul e Thiago Bokel

Ronaldo Angelim cumprimenta o companheiro Fábio Luciano

Antes do clássico de ontem, pouco se falava no nome do zagueiro Ronaldo Angelim. Sempre muito discreto, no sábado, após o treino recreativo, ele foi um dos últimos jogadores a deixarem a Gávea. Mesmo assim, acabou não sendo lembrado para conceder entrevista. Após ser o herói da vitória, o camisa 4 era um dos mais procurados, algo pouco comum em dias de treino.

Além de ter sido decisivo, Angelim tinha um motivo a mais para comemorar. O pai do jogador, Antônio Leite Angelim, é vascaíno, assim como seus sobrinhos.

"Com certeza ele estava lá em Juazeiro (Ceará) assistindo o jogo. Esse é um momento gostoso para mim, pois sempre fui flamenguista e posso brincar com ele, que fica triste lá e eu feliz aqui. Mas sei que ele torce muito por mim e já está acostumado, pois desde que cheguei, ganhamos todas as decisões contra o Vasco", brincou Angelim.

Apesar de estar muito feliz por ser o 'dono da festa', o zagueiro fez questão de não participar da comemoração com os outros jogadores, quando estes foram dançar o 'Créu' com a torcida. Na entrevista coletiva, Angelim explicou o porquê de se conter nesta comemoração.

"Isso não tem nada a ver, as partidas são decididas em campo, e precisa ter respeito com o adversário. Contra o Fluminense, o Thiago Neves já havia marcado três gols e nos provocou sem necessidade. Ele fez isso também no ano passado, falando que seríamos rebaixados. Não se pode fazer uma coisa dessas, pois ainda terão muitos clássicos pela frente", criticou o zagueiro.

Agora, já projetando a final contra o Botafogo, o cauteloso Angelim, prega muito respeito ao técnico Cuca. Ele também não acredita que o Flamengo será o favorito nesta decisão.

"Todo time treinado pelo Cuca é muito bem armado. Ele tem um esquema de jogo interessante e os jogadores do Botafogo correm muito. Por isso, não acredito que tenha um favorito, são duas grandes equipes, que estão em um bom momento e contam com grandes atletas. Será campeão quem errar menos", previu o jogador, que confessou ter gostado desse novo formato de disputa de turnos, com apenas uma partida. Segundo ele, assim, os times não se poupam para o segundo jogo e entram com mais disposição.

Angelim aposta numa final muito equilibrada

Autor do segundo gol do Flamengo na semifinal contra o Vasco, o zagueiro Ronaldo Angelim elogiou a postura do time na segunda etapa e aposta numa decisão muito equilibrada diante do Botafogo, no próximo domingo.

“O time está de parabéns porque soube jogar com inteligência no segundo tempo. O Botafogo tem um time bem armado, com jogadores de qualidade. Com certeza, quem errar menos sairá campeão”, disse Angelim na coletiva após a partida.

Ainda sobre a polêmica em relação às declarações do tricolor Thiago Neves, Angelim fez coro às palavras de Ibson. No último domingo, o apoiador rubro-negro declarou que o apoiador do Fluminense desrespeitou a torcida do Flamengo, com suas comemorações.

“Eu concordo plenamente com o Ibson. Futebol é decidido dentro de campo. Ele teve uma atuação muito boa, fez três gols e teve os méritos. Mas não deveria tirar onda com a nossa torcida. Além do mais, não é a primeira vez que ele tem este tipo de atitude. No ano passado, ele disse que nós seríamos rebaixados no Brasileiro”, concluiu.

Medalhões vão perder vaga no Fla

O técnico Joel Santana observa a atuação de alguns jogadores e promete mudanças na equipe

Mal saiu de um jogo difícil, contra o maior rival, e o Flamengo já volta a atenção para a partida do próximo domingo, a final da Taça Guanabara, diante do Botafogo. Prova disso é que o técnico rubro-negro Joel Santana, logo após o clássico, falou sobre o próximo adversário, apontando as principais dificuldades que seus comandados terão pela frente.

Para ele, a aplicação dos jogadores contra o Alvinegro será fundamental para suprir as deficiências da equipe e para a conquista do título.

"O Botafogo, assim como o Flamengo, veio com um planejamento. Eles pouparam alguns jogadores nas últimas rodadas para chegarem bem à final. Então, será um jogo difícil, até porque eles têm uma equipe forte e bem organizada. Aqui no Flamengo, ainda existem jogadores que estão distantes do ritmo ideal. Isso está claro. Por isso, precisamos de organização em campo. Sem ela, não dá", explicou Joel.

Alterações\ O técnico acabou deixando escapar que pode fazer mudanças no time para o clássico do próximo final de semana. Ao que tudo indica, Joel está perdendo a paciência com as atuações inconstantes de alguns jogadores, principalmente dos volantes Jônatas e Kléberson e do atacante Diego Tardelli, que não vêm rendendo o esperado, como o próprio treinador reconhece.\

"Temos uma idéia e vamos trabalhar durante a semana. Os jogadores mais qualificados vieram de muito tempo parados, e futebol não se resolve da noite para o dia. Não preciso falar nada, até porque tudo ficou muito claro nas últimas partidas", disse Joel, aproveitando para elogiar a atuação do meia Marcinho contra o Vasco.

Capitão Fábio Luciano valoriza o goleiro Bruno

Autor do primeiro gol rubro-negro na vitória de ontem, o zagueiro e capitão, Fábio Luciano, fez questão de valorizar um jogador em especial: o goleiro Bruno, que defendeu um pênalti cobrado por Edmundo quando a partida estava empatada em 1 a 1.

"Foi a jogada crucial da partida, que estava muito equilibrada, e foi decidida em três bolas paradas: as dos nossos dois gols, e a defesa do Bruno. O Joel tem nos falado muito sobre essas jogadas que podem ser decisivas, como foram hoje (ontem). Tive a sorte de marcar no final do primeiro tempo, e isso nos motivou ainda mais. Da mesma maneira que os atacantes nos ajudam a defender, temos a missão de ir ao ataque para tentar o gol. Eu e o Angelim conseguimos fazer isso e o Flamengo saiu de campo vitorioso", comemorou o capitão e zagueiro Fábio Luciano.

Mesmo estando pior na partida no primeiro tempo, o Flamengo buscou o empate aos 41 minutos da etapa inicial na base da garra. O capitão explicou o motivo de nunca desistir:

"Sabemos o sofrimento que o nosso torcedor passa para ir aos jogos, muitas vezes, gastando o dinheiro da comida de casa", disse o jogador, que sofreu uma luxação no cotovelo direito, mas não deve ser problema para a decisão da Taça Guanabara.

Apoio - Os jogadores rubro-negros foram solidários ao drama vivido pelo atacante Ronaldo, que sofreu uma séria lesão no joelho esquerdo e deve ficar fora dos gramados por, no mínimo, nove meses. Eles entraram em campo com uma faixa que dizia: "Ronaldo, Fenômeno de garra, o Flamengo acredita em você".

Flamengo nas cabeças

Zagueiros marcam, Fla vence o Vasco, de virada, e decide a Taça Guanabara com o Botafogo

Alexandre Souza e Bernardo Peirão

Depois de cobrança de falta de Juan, Fábio Luciano(3) fulmina de cabeça e empata o clássico

Abrilhantado pelo colorido das duas torcidas e pela disputa intensa entre os arqui-rivais, que lutaram durante toda a partida, o Clássico dos Milhões correspondeu às expectativas da torcida que foi ao Maracanã. A vitória do Flamengo por 2 a 1, de virada, não só garantiu a sua classificação para a final, como manteve a escrita de vitórias recentes sobre o Vasco em jogos decisivos. Fábio Luciano e Angelim marcaram para o Fla, enquanto Alan Kardec fez o gol do Vasco (que teve um pênalti perdido por Edmundo).

O primeiro tempo começou equilibrado, mas o calor intenso deixava o jogo lento e os times não conseguiam penetrar nas defesas. O tempo foi passando, o sol sumindo e o jogo melhorou. O Flamengo dominava, com Íbson e Tardelli comandando as ações. Aos 22 minutos, Tardelli fez boa jogada e cruzou na cabeça de Souza que levou azar e jogou no pé da trave direita.

Porém, o que parecia ser o começo de um domínio rubro-negro se tornou a reação vascaína. Liderado por Edmundo, o Vasco começou a pressionar. Aos 28, Bruno saiu mas não achou a bola, que sobrou para Edmundo, sem goleiro, finalizar. Mas o atacante se surpreendeu com a falha do goleiro e viu a bola bater em seu peito e ser rechaçada pela zaga. Mas o Animal não se abateu e em bela jogada no meio-de-campo, achou Amaral que passou para Alan Kardec dominar, virar e bater no ângulo: Vasco 1 a 0.

Depois do gol, Alex Teixeira quase aumentou em jogada pela esquerda, mas o Flamengo voltou a melhorar e no final empatou. Juan cobrou falta e Fábio Luciano subiu para empatar de cabeça.

Virada\ O Fla voltou para o segundo tempo com Marcinho no lugar de Tardelli, mas quem foi para cima foi o Vasco. Morais fez boa jogada, entrou na área e foi derrubado por Íbson. Edmundo foi para a cobrança do pênalti, o momento do reencontro entre o jogador e a torcida do Vasco parecia perfeito, mas o Animal bateu muito mal e praticamente rolou a bola, fácil para a defesa de Bruno.\

A jogada murchou o time do Vasco e incentivou o Flamengo que cresceu e começou a pressão. Souza, Juan, Kleberson, Íbson e Marcinho, todos se cansaram de perder gols. Thiago iria se tornando o herói vascaíno, até que, a dez minutos do fim, Ronaldo Angelim cabeceou, a bola bateu na trave e foi nas mãos do goleiro vascaíno, que levou um susto e acabou se atrapalhando, deixando-a entrar no outro canto, permitindo a virada do Fla.

No fim, uma vitória justa de um Flamengo que jogou com personalidade, sobrou no segundo tempo e vai cheio de moral para final de Taça GB contra o Botafogo.

Fla derrota o Brasília pelo Nacional Masculino de Basquete

O ala rubro-negro Marcelinho deu show ontem de manhã, na vitória do Fla sobre o Universo

Espetacular. Assim foi a vitória do Flamengo, a nona no Campeonato Nacional de basquete masculino. Desta vez a vítima foi o Universo/BRB, atual campeão brasileiro: 106 a 102 na prorrogação (92 a 92). Destaque para Marcelinho cestinha da partida, que teve uma atuação sensacional, com 46 pontos.

Aproveitando-se dos erros bobos do adversário, e do excelente aproveitamento nos arremessos de seu principal jogador, o ala Marcelinho, que fez 19 pontos na primeira etapa, o Flamengo chegou a abrir boa vantagem e pareceu que mais uma vitória tranqüila, vencendo o primeiro quarto por 23 a 19.

Porém, reforçados com as entradas de Ratto e Estevam, que fizeram uma partida muito boa, a equipe do Brasília corrigiu os erros, acertou sua defesa, anulou os arremessos de Marcelinho no período e foi para o intervalo com um ponto de vantagem: 47 a 46.

Na volta para o segundo tempo de jogo, a equipe do Planalto Central manteve a mesma pegada e o bom aproveitamento no ataque, fechando o terceiro quarto em 75 a 65.

Mas o jogo ainda não estava definido e ainda guardava muita emoção até o final. Com boas atuações de Duda, Fernando Mineiro e, principalmente, de Marcelinho, o time do técnico Chupeta encostou no placar e manteve o jogo equilibrado até o fim.

Foi aí que brilhou a estrela do experiente ala rubro-negro. Faltando 20 segundos para o final da partida, o time da Gávea perdia por cinco pontos, e após um pedido de tempo Marcelinho voltou à quadra e fez os pontos necessários levar para a prorrogação.

No tempo extra, com uma defesa muito sólida e executando ótimos contra-ataques o Flamengo conseguiu vencer por 14 a 10 e fechou o jogo.

José Antonio Gerheim

Passe Livre

Edmundo decidiu a final

José Antonio Gerheim gerheim@jsports.com.br

Quando Botafogo e Flamengo, já classificados para as semifinais, escalaram times e reservas e perderam para Madureira e Fluminense, na útlima rodada, os holofotes do favoritismo se viraram um pouco mais para as Laranjeiras, sede da maioria das superestrelas do futebol carioca e também para São Januário, onde além de Romário, sempre uma celebridade, lá estava Edmundo, se preparando para voltar ao Vasco, no clássico da maior rivalidade do Rio.

Se o Botafogo ficou uma semana se preparando meio calado, como aliás gosta seu técnico Cuca, ensaiando jogadas para parar a Máquina Tricolor, o Flamengo no meio de semana teve de ir a Tacna, no Peru, estrear na Libertadores contra o modesto time do Coronel Bolognesi. Voltou sob um mar de cíticas e desconfianças.

Bola rolando, as esperadas jogadas individuais do Fluminense não saíam, o conjunto e a determinação de todo o time do Botafogo, logo se impôs, a torcida acompanhou de forma impressionante a marcação e a garra dos jogadores, todos embalados no esquema traçado e ensaiado por Cuca durante a semana. Uma vitória que foi merecidamente comemorada, no campo e nas arquibancadas alvinegras.

Já no clássico de ontem, o personagem decisivo foi justamente Edmundo. No primeiro tempo, o veterano craque teve liberdade total para caminhar, criar boas jogadas. Com isso, quem cresceu em campo foi o assustado time vascaíno. Resultado: Alan Kardec, de virada, marcou um gol e até poderia ter feito outro, não fosse o extraordinário goleiro Bruno, o melhor do Brasil, como cantam os rubros-negros, com razão.

O empate, inesperado, pelo andamento do jogo, saiu ainda no primeiro tempo. Injusto, mas parecia um aviso prévio do que viria a ocorrer no segundo tempo. Porém, mesmo com o Fla um pouco melhor, quem teve a chance de, quem sabe, matar o jogo, mudar o destino da decisão, foi Edmundo. Numa fração de segundo, ele, no entanto, passou de herói a vilão, tão fraquinho saiu o chute na cobrança do pênalti. Bruno defendeu facilmente e, ao contrário de Edmundo, deixou o Maracanã, como herói de mais uma virada do Fla para cima do Vasco.

Enquanto Edmundo sumia do jogo, Angelim fez o segundo, sem grande surpresa e garantiu a vaga em mais uma decisão com o Botafogo. Os números não mentem: são os dois melhores times da Taça Guanabara.

O DIA

Zagueiros levam o Fla para a final da Taça GB: 2 a 1

Genilson Junior

Rio - Assim como manda o "script", o clássico entre Flamengo e Vasco deste domingo teve muita emoção, garra, gols bonitos e lances polêmicos. No fim, vitória Rubro-Negra por 2 a 1, com gols dos zagueiros Fábio Luciano e Ronaldo Angelim. O Fla enfrentará, no próximo domingo, o Botafogo, valendo o título da Taça Guanabara e uma vaga na final do Estadual.

O jogo começou a mil, antes dos três minutos as duas equipes já haviam buscado o ataque. Aos 5 minutos Juan recebeu em profundidade, mas não conseguiu chegar na bola.

Diego Tardelli, aos 20 minutos, recebeu lançamento de Jaílton, a zaga falhou e ele ficou cara-a-cara com o goleiro Tiago, no arremate m chute que o goleiro conseguiu evitar com o braço direito. Um minuto depois, o mesmo Tardelli fez jogada individual e cruzou, Souza, livre, cabeçeou na trave direita do gol vascaíno.

O Vasco não se encolhia, aos 23 minutos cruzamento na área para Alan Kardec, o atacante se enrolou e a bola sobrou na entrada da área. Calisto bateu cruzado, com força, pela linha de fundo.

Aos 25 minutos o capitão rubro-negro começou a se destacar na partida. Depois de se envolver num lance com Edmundo, o camisa três rubro-negro recebeu um chute no braço direito, saiu de campo para receber atendimento médico e voltou, mesmo com o braço luxado.

Quatro minutos depois, aos 29, escanteio para o Vasco. Bruno falhou e Edmundo, no susto, perdeu chance de marcar.

O Vasco era melhor na partida e o gol saiu logo em seguida. Num contra-ataque, Edmundo achou Amaral no meio-de-campo, o volante tocou para Alan Kardec, que dribrou Angelim e bateu para o gol, sem chances para Bruno, que só olhou a bola entrar no seu canto esquerdo.

o jogo era lá e cá e aos 41 minutos o gol de empate. Ibson sofreu falta no lado direito do ataque. Juan cobrou na cabeça de Fábio Luciano, que sozinho cabeceou forte no ângulo esquerdo de Tiago.

Na volta do intervalo, o Flamengo mostrava mas vontade. Marcinho, que entrara no lugar de Diego Tardelli, assustava a zaga vascaína. Aos 4 minutos de jogo o lance capital da partida. Morais e Ibson se enroscam dentro da área e o árbitro Gutemberg Fonseca marca penalti a favor do Vasco. A torcida e os jogadores pediram por Edmundo, o camisa 10 bateu fraco, no canto direito de Bruno, que pulou e encaixou a bola, sem dar rebote. A torcida rubro-negra ironizou e gritou "Ah, é Edmundo".

O zagueiro Fábio Luciano, que voltou do intervalo com o braço direito enfaixado, seguia em campo com dores e era ovacionado pela torcida rubro-negra.

O Flamengo era empurrado pela voz das arquibancadas. Aos 27 minutos Ibson chegou na linha de fundo e cruzou, a bola passou por toda a área, na sequencia Marcinho ganhou de Jonilson na vontade e cruzou na cabeça de Souza, que cabeceou para fora.

Mas o gol da vitória rubro-negra só saiu aos 35 minutos de jogo. Depois do escanteio, Ronaldo Angelim sem subir, cabeceia a bola, que ainda bate na trave direita, antes de entrar caprichosamente na rede vascaína. 2 a 1 Flamengo.

O vasco ainda tentou o empate através das bolas paradas. O goleiro Tiago e o volante Andrade tentaram sem sucesso o gol do empate.

Antes do apito final do árbtitro, Cristian, sozinho, ainda perdeu um gol ao chutar para a defesa do goleiro vascaíno. Festa rubro-negra nas arquibancadas, que, no ritmo do "créu", assim como a torcida alvinegra, comemorou a vaga na final da Taça Guanabara.

Souza: 'quando o ataque não faz a defesa faz'

Rio - Ainda no gramado comemorando a classificação do Fla para a final da Taça Guanabara contra o Botafogo, o atacante Souza comentava sobre a vitória rubro-negra, construída através de gols feitos pelos zagueiros.

"O importante é a vitória. Quando o ataque não faz a defesa faz", vibrava o camisa 9.

Os gols rubro-negros saíram através de cruzamentos de bola parada. Fábio Luciano, no primeiro tempo, e Ronaldo Angelim, na segunda etapa, balançaram as redes vascainas.

Mudanças à vista

Janir Júnior

Rio - Hoje, o time tem folga. Durante a semana Joel Santana promete trabalhar duro e já admitiu que pode mexer na equipe para domingo. O desempenho abaixo da média de Jônatas e Diego Tardelli pode fazer com que o treinador promova mudanças.

“Vamos trabalhar durante a semana. Alguns jogadores vieram de muito tempo parados. Futebol não se resolve da noite para o dia. Nem preciso falar nada, porque tudo ficou muito claro nas últimas partidas”, afirmou Joel, ciente de que Tardelli, Jônatas e Kléberson não renderam o esperado.

Cristian, Marcinho e Obina entraram e melhoraram o time. “No momento em que fiz as substituições, sabia que o Cristian estava certo do que deveria fazer. O Marcinho, apesar do pouco tempo no clube, ainda não está no top, mas rendeu muito bem. Com as mexidas, o time melhorou. Eu até poderia levar o gol, mas deu tudo certo”, afirmou Joel, que elogiou o time do Botafogo, chamando o Alvinegro de uma equipe brilhante.

Para Joel, o maior problema do Flamengo foi quando estava atrás no placar e demonstrou nervosismo.

Ronaldo usa laptop para ver o Fla

Paulo Celso Pereira

Paris - O atacante Ronaldo acompanhou pela Internet, através do seu laptop, a virada do Flamengo sobre o Vasco, por 2 a 1, na semifinal da Taça Guanabara. Enquanto o craque luta para se recuperar de mais uma cirurgia, Milene Domingues, sua ex-mulher, e Ronald, seu filho, torcem de Madri para que tudo corra da melhor maneira possível.

A dupla recebeu uma equipe do Esporte Espetacular e revelou sua fé na recuperação do Fenômeno. Segundo Ronaldo, o pai voltará logo aos gramados para deixar muito goleiro caído no chão.

“Não importa quantos gols eu faça, mas quero fazer pelo menos um para poder dedicá-lo ao papai. Ele vai voltar a jogar e vai deixar muito goleiro no chão. Tenho fé nisso”, diz Ronald.

Polícia tem trabalho no fim do clássico

Rio - No fim da partida, a polícia teve trabalho para impedir as brigas entre as torcidas organizadas dos dois clubes. Ao redor do estádio houve muito corre-corre e princípios de confusão. Para evitar maiores conflitos, a PM escoltou parte da torcida do Flamengo até a Rodoviária Novo Rio.

Na Avenida Brasil, o Batalhão Policial de Vias Especiais (BPVE) foi acionado para conter o ânimo de torcedores que se provocavam dos carros, na altura de Bonsucesso. A segurança na via foi reforçada.

Creu sem querer

Janir Júnior

Rio - Mesmo que involutariamente, Ronaldo Angelim, autor do gol que classificou o Flamengo para a decisão da Taça Guanabara, deu um ‘créu’ no Vasco, em Thiago Neves e até no próprio pai, que é torcedor do Vasco. Porém, o zagueiro que colocou Edmundo e companhia para dançar não é adepto do rebolado ao ritmo do funk.

“A dança do ‘créu’ não leva a nada. O Thiago Neves, por exemplo, quis tirar onda com a torcida do Flamengo e se deu mal. Futebol é decidido em campo, e nós provamos isso”, afirmou Ronaldo Angelim, que, mesmo sendo herói do jogo, manteve o estilo humilde que é sua principal característica.

Aos 32 anos, Angelim nesceu em São Paulo, mas com três meses foi para Fortaleza. Depois do gol de ontem, além de saudades, o zagueiro deixou amargura. “Meu pai é vascaíno, assim como muitos amigos meus. Eles ficam tristes, mas eu fico feliz. Deixei meu pai chateado, mas faz parte do jogo”, disse o jogador, referindo-se a Seu Antônio Leite Angelim.

Ao comentar sobre o adversário da decisão da Taça Guanabara, Ronaldo Angelim manteve os pés no chão. “Temos que respeitar muito o Botafogo, que foi uma equipe que fez também por onde chegar à decisão”, afirmou.

Num dia em que a defesa do Flamenfo foi o melhor ataque, Angelim fez gol, mas passou longe de qualquer tipo de provocação ao Botafogo. “Vamos trabalhar. Faremos um grande jogo, e que vença o melhor”, disse.

Na moda do ‘créu’, Angelim prefere não perder o rebolado; sua onda é ficar só no ‘sapatinho’.

GAZETA ESPORTIVA

Flamengo vence de virada e vai decidir com o Botafogo\ Gazeta Press\

Rio de Janeiro (RJ) - O Flamengo fez valer sua melhor campanha na Taça Guanabara, primeiro turno do Campaonato Carioca, e venceu o Vasco de virada neste domingo, por 2 a 1. Depois de sair em desvantagem num gol de Alan Kardec, os comandados de Joel Santana chegaram à vitória e à classificação para a final diante do Botafogo, no próximo domingo, novamente no Maracanã. Os gols rubro-negros foram marcados pelos zagueiros Fábio Luciano e Ronaldo Angelim\ Com muito sol e calor no Rio de Janeiro, o clássico no Maracanã começou de forma cautelosa, com as duas equipes se estudando mutuamente. Flamengo e Vasco tentavem manter a posse de bola e trocavam muitos passes, mas os times marcavam muito no meio-campo e ninguém se arriscava. O jogo só começou a esquentar a partir dos 15 minutos. Aos 19, em falta na entrada da área do Mengão, Edmundo cobra rasteiro mas a bola sai à direita de Bruno.\

O Fla responde no minuto seguinte. Após falha de Amaral, Diego Tardelli aproveita a sobra e entra na área. Tiago sai do gol corajosamente e abafa o chute do atacante. Dois minutos depois, Tardelli levanta na área para a cabeçada de Souza. O goleiro Tiago apenas observa a bola bater no pé da trave, na melhor chance do jogo até então.

Os próximos dois lances de perigo foram do Vasco. Aos 24, Calisto recebe de Alan Kardec e chuta cruzado, mas Morais não alcança e a bola sai pela linha de fundo. Calisto volta a aparecer em cobrança de falta aos 27. O chute forte passa pela barreira e obriga Bruno a bela defesa para salvar o Fla. Na cobrança do escanteio, a zaga falha e Edmundo quase marca, mas Fábio Luciano salva.

A pressão vascaína surtiu efeito aos 31. Edmundo toca para Amaral que dá na medida para Alan Kardec. Na entrada da área, o atacante se livra da marcação e chuta no ângulo, sem defesa para Bruno, abrindo o placar no Maracanã.

Com a vantagem, o Vasco continua a tocar bem a bola e criar melhores condições de gol. Aos 36, é a vez de Alex Teixeira fazer boa jogada e chutar no canto de Bruno, mas o goleiro estava atento e fez a defesa.

Disposto a não descer para os vestiáios em desvantagem, o Flamengo tentou reagir nos minutos finais da primeira etapa. Aos 40, Fábio Luciano tenta concluir para o gol mas é travado. O mesmo Fábio Luciano recebe um presente da defesa cuzmaltina no minuto seguite. Juan cobrou falta da direita levantando na área. A defesa vascaína não cortou e o goleiro Tiago não saiu, e o zagueirão do Rubro-negro entrou livre pelo meio da pequena área e cabeceou para o fundo das redes.

O Fla foi o único a mexer no intervalo com a entrada de Marcinho no lugar de Diego Tardelli. E o jogo esquentou logo no início. Aos 4 minutos, Íbson derrubou Morais na área e o árbitro marcou pênalti. O Animal Edmundo foi para a cobrança, mas Bruno pulou na bola e salvou o Flamengo mais uma vez.

A perda do pênalti alterou os ânimos dos vascaínos e deu moral ao Flamengo, que passou a mandar no jogo e partiu para cima em busca da virada. O jogo ficou mais aberto e veloz, com as duas equipes tentando partir rapidamente para o ataque. Aos 12, Íbson acerta um balaço da entrada da área e Tiago defende no susto, mandando para escanteio.

Por volta da metade da etapa, o Vasco perde Alan Kardec por contusão. Com o jogo paralizado, o técnico Joel Santana faz duas modificações no Fla: saem Kléberson e Jônatas para as entradas de Cristian e Obina, numa opção claramente ofensiva. Já Alfredo Sampaio, depois de lançar Abuda no lugar de Alan Kardec, optou por tirar o atacante Alex Teixiera para colocar o volante Xavier.

O Flamengo continuou a dominar a partida e a chegar perigosamente ao gol do Vasco. Primeiro num cruamento de Marcinho, que Souza cabeceou para fora. Depois numa descida de Juan, que chutou cruzado e a bola saiu rente ao poste. Aos 34, veio a virada. Léo Moura levantou na área e Ronaldo Angelim cabeceou no canto esquerdo de Tiago. A bola bateu na parte interna da trave e voltou em direção ao goleiro, que não conseguiu cortar e viu a bola morrer no fundo das redes.

O Vasco até que tentou reagir, mas esteve mais perto de levar o segundo aos 46, quando num belo contra-ataque, Juan tocou para Marcinho, que deixou Cristian na cara do gol. O meia tocou mas Tiago salvou o Vasco mandando para escanteio, naquela que foi a última jogada de perigo do jogo.

Autor do pênalti, Ibson revela “pressão” sobre Edmundo

Rio de Janeiro (RJ) - Em meio à alegria no vestiário flamenguista após a vitória por 2 a 1 sobre o Vasco, que deu a vaga na final da Taça Guanabara diante do Botafogo, Ibson comemorava de maneira especial. O meia foi o responsável pelo pênalti, que Edmundo desperdiçou. E revelou ter “pressionado” o Animal.\ Antes do camisa 10 vascaíno partir para a cobrança, Ibson tentava desconcentrar o adversário falando em seu ouvido. E conseguiu. “Estava dizendo que ele ia perder, que o Bruno ia defender”, revelou o flamenguista, não poupando elogios a Bruno. “Acabei fazendo o pênalti, mas, graças a Deus, o Bruno defendeu. Se ele não defendesse, ia complicar minha vida”.\

Além da comemoração pelo pênalti defendido, o elenco rubro-negro exaltava a mudança no comportamento do time depois do intervalo. De acordo com os jogadores, a conversa com o técnico Joel Santana foi fundamental para fazer o segundo gol e assegurar a participação na decisão do primeiro turno do Campeonato Carioca.

“Valeu nossa força de vontade. Quem está chegando também foi muito bem e todo mundo se doou o máximo. Voltamos mais ligados e conseguimos a vitória”, comentou o volante Crisitian.

“Mais uma vez, provamos que temos um grupo com muita união. Não temos onze, temos 30 jogadores, todos com condições de jogar. O time merece, todos se esforçaram pela vaga e temos que comemorar”, completou Ibson. “A vitória é para essa torcida maravilhosa”, finalizou o “herói” Bruno.

PELÉNET

Fla vence o Vasco e pega Botafogo na final da Taça GB

Do UOL Esporte\ No Rio de Janeiro\

Em um clássico eletrizante e com direito a pênalti perdido por Edmundo, o Flamengo chegou a final da Taça Guanabara ao vencer, de virada, o Vasco por 2 a 1, neste domingo, no Maracanã, pelas semifinais do primeiro turno do Campeonato Estadual. Os zagueiros rubro-negros Fábio Luciano e Ronaldo Angelim roubaram a cena e fizeram para a equipe da Gávea. Alan Kardec anotou para os cruzmaltinos.

O Rubro-Negro enfrentará na final do primeiro turno o Botafogo, que bateu o Fluminense por 2 a 0, no sábado. O embate está marcado para o próximo domingo, às 16h (de Brasília), no Maracanã. O Vasco só volta a jogar no dia 27 contra o Itabaiana-SE, em São Januário, pela partida de volta da primeira fase da Copa do Brasil.

Vasco faz belo gol, mas Fla iguala com Fábio Luciano

O clássico começou equilibrado e com excesso de vontade em algumas jogadas. Enquanto, o Flamengo buscava avançar nas investidas de Leonardo Moura, o Vasco apostava na força de Calisto e na genialidade de Edmundo, que reestreava com a camisa 10 do Cruzmaltino.

O Vasco, porém, já dava sinais que sentiria as ausências do lateral-direito Wagner Diniz e dos meias Beto e Leandro Bomfim, todos vetados pelo departamento médico.

Contudo, coube ao Cruzmaltino a primeira chance. Aos 19 minutos, Edmundo cobrou falta à direita. O Flamengo respondeu logo depois. Diego Tardelli invadiu a área e mandou no peito de Tiago. Aos 21, o Rubro-Negro perdeu excelente oportunidade. Após centro, Souza acertou a trave.

Contudo, após estes dois lances do Flamengo, o Vasco passou a ditar o ritmo, sob a tutela de Edmundo, que quase tirou Fábio Luciano do jogo após chutar o braço do capitão rubro-negro.

Aos 27, o Animal deixou Calisto bater falta para a grande defesa de Bruno. Quatro minutos mais tarde, Edmundo passou para Amaral, que deu boa enfiada para Alan Kardec abrir o marcador. Porém, quando o Flamengo dava sinais que tinha sentido o gol, Fábio Luciano, aos 41, empatou de cabeça depois de falta cobrada por Juan.

Ao final do primeiro tempo, Edmundo parabenizou a equipe, mas lamentou o fato do time ter sofrido o empate um pouco antes do término da etapa inicial. "O jogo está sendo bem disputado, mas poderíamos ter tido sorte melhor. O que não pode é tomar gol de bola parada, uma jogada que treinamos tanto", disse.

Já Fábio Luciano comentou o incidente com o camisa 10. "Pensei que tinha quebrado o meu braço, mas quero acreditar que o Edmundo fez aquilo sem querer. Espero uma melhora do time no segundo tempo", afirmou.

Edmundo perde pênalti e Angelim "mata" o Vasco

No intervalo, Joel Santana colocou Marcinho no lugar de Diego Tardelli. Contudo, foi o Vasco que perdeu oportunidade de ouro. Após pênalti sofrido por Morais, que usava a camisa 98 em alusão ao título da Libertadores daquele ano, Edmundo, aos seis, cobrou de forma displicente e Bruno defendeu.

O lance inflamou a equipe e a torcida rubro-negra. Aos 12, Ibson pegou bem e Tiago espalmou para fora. Percebendo o bom momento da equipe, Joel partiu para o ataque ao sacar Jônatas e Kleberson e promover as entradas de Cristian e Obina. Enquanto isso, Abuda substituía Alan Kardec, lesionado.

Aos 27, Marcinho cruzou e Souza perdeu de cabeça. Quatro mais tarde, Juan chutou rente à trave. Apesar de Alfredo Sampaio sacar Alex Teixeira e colocar Xavier, o Vasco marcava mal e cedia espaços para o Flamengo.

O indicio foi fatal ao 34. Após cruzamento da direita, Ronaldo Angelim cabeceou e marcou. Com isso, o Flamengo passou a administrar e apenas tocou a bola ao som de sua apaixonada torcida.

Fábio Luciano dedica vitória ao "sacrifício" dos torcedores

Do UOL Esporte\ No Rio de Janeiro\

O zagueiro Fábio Luciano foi decisivo para que o Flamengo conseguisse virar e derrotar o Vasco, por 2 a 1, neste domingo, no Maracanã, se qualificando à decisão da Taça Guanabara, contra o Botafogo. Ele marcou, de cabeça, aos 41 minutos do primeiro tempo o gol de empate, no momento em que o rival dominava amplamente o confronto.

"Hoje foi a tarde dos zagueiros artilheiros. Estamos muito felizes por termos colocado o Flamengo na final, que é o lugar que o time sempre tem que estar. A gente sabe do sacrifício que o nosso torcedor faz para acompanhar os jogos no estádio, deixando a família em casa, então vale o nosso sacrifício para eles também. Ficamos felizes por deixarmos eles satisfeitos", comentou o capitão da equipe, referindo-se ao seu gol e ao de seu companheiro de defesa, Ronaldo Angelim, que garantiu a vitória.

Antes de Fábio Luciano marcar seu gol, um lance assustou a todos que acompanhavam a partida. O zagueiro levou um chute de Edmundo no braço direito e a impressão era de que havia acontecido uma fratura.

"Está bastante dolorido, mas pelo Flamengo vale a pena se sacrificar. A diretoria faz de tudo para manter seus compromissos conosco e temos que retribuir da melhor maneira possível", continuou.

O defensor elogiou a postura do Vasco em campo e afirmou que os gols a partir de jogadas com a bola parada não saíram por acaso.

"Hoje, o Vasco estava bem armado, jogou bem, mas em dois lances de bola parada o Flamengo foi mais feliz. O Joel tem nos colocado o quanto é importante mandar uma bola parada forte. Conseguimos fazer isso hoje e acho que assim como os atacantes ajudam atrás, temos que ajudar na frente", completou.

Ronaldo Angelim não considera Flamengo favorito na final

Do UOL Esporte\ No Rio de Janeiro\

O domingo foi especial para o zagueiro Ronaldo Angelim. Ele marcou o gol da vitória do Flamengo, de virada, por 2 a 1, sobre o Vasco, resultado que colocou o Rubro-Negro na final da Taça Guanabara, contra o Botafogo. O defensor não considera a sua equipe favorita ao título, por ter um elenco com jogadores mais renomados e entrosados desde o ano passado.

"Ter mantido a base não faz do Flamengo favorito. Estamos acompanhando o Botafogo e sabemos que o Cuca arma muito bem o time, que corre muito e certamente terá muitas jogadas ensaiadas. Vai ser uma grande final e quem errar menos vai ser campeão. O jogo certamente será difícil", comentou.

O beque afirmou também que prefere a decisão da Taça Guanabara em apenas um partida como agora e não em duas como no ano passado, quando o Flamengo foi campeão sobre o Madureira.

"Acho melhor decisão em um jogo só, porque se não os times ficam se poupando no primeiro", salientou.

Para Angelim, o Flamengo mudou de postura na volta do intervalo contra o Vasco e, por isso, passou a dominar as ações.

"Estávamos cedendo muitos contra-ataques no primeiro tempo. Nos conscientizamos disso no vestiário e nos organizamos melhor. Eu sabia que o meu momento iria chegar. Por isso, sempre tive muita calma", comentou o jogador.

Angelim lembrou de um familiar e de amigos, que torcem pelo maior rival do Flamengo.

"Meu pai e alguns amigos torcem pelo Vasco. Eu sou flamenguista desde criança e espero que eles estejam felizes pelo menos por mim", continuou.

Joel Santana diz que entrada de Cristian foi fundamental

Do UOL Esporte\ No Rio de Janeiro\

O treinador Joel Santana fez três alterações na equipe durante a vitória por 2 a 1 sobre o Vasco, neste domingo, no Maracanã, resultado que classificou o Rubro-Negro à final da Taça Guanabara, contra o Botafogo. Ele considera as três importantes, mas uma em especial, a entrada do volante Cristian no lugar de Jônatas, aos 25 minutos do segundo tempo.

"Colocar três jogadores descansados foi fundamental, pois o outro time era mais jovem e rendia mais nesse sentido. Fizemos uma mudança e colocamos o Cristian, que neutralizou as jogadas do Morais e do Edmundo. A equipe criou uma forma de continuar atacando e o Vasco estacionou.", explicou Joel, que também colocou Marcinho e Obina, nas vagas de Diego Tardelli e Kleberson, respectivamente.

Para o treinador, alguns jogadores do elenco ainda estão fora da melhor forma.

"Fizemos uma pré-temporada como manda o figurino, assim como o Botafogo também seguiu seu planejamento. Mas alguns jogadores vieram de muito tempo sem jogar. E não é da noite para o dia que você arruma tudo", continuou.

Joel acredita que neste aspecto o Botafogo esteja um pouco na frente.

"O Botafogo já tem seu ritmo de jogar, já segue o ritmo que o seu treinador quer", concluiu.

Botafogo venceu final de 1968 e Fla deu o troco em 1995

Do UOL Esporte\ No Rio de Janeiro\

Botafogo e Flamengo vão se enfrentar no próximo domingo, às 16h (de Brasília), no Maracanã, na final da Taça Guanabara, primeiro turno do Campeonato Estadual. Será a terceira vez que os rivais se encontrarão em uma finalíssima do tradicional Troféu, disputado desde 1965, e cada um venceu em uma oportunidade.

O Botafogo foi campeão contra o Flamengo em 1968. Na ocasião, o título rubro-negro era dado como certo, após os dois times terem empatado sem gols na última rodada. As duas equipes estavam iguais em pontos, mas o Rubro-Negro tinha um encontro atrasado contra o Bonsucesso, que acabou perdendo por 2 a 0, o que forçou a realização de um jogo-extra. O Alvinegro, que estava excursionando pelo interior do Brasil, voltou de viagem e goleou por 4 a 1, gols de Gérson (2), Zequinha e Roberto Miranda. Dionísio fez para os derrotados.

O troco flameguista veio em 1995, quando a Taça Guanabara foi apenas um troféu a ser disputado pelas duas melhores equipes da fase de classificação. Romário marcou três gols e o Rubro-Negro ganhou por 3 a 2. Adriano anotou os dois dos botafoguenses.

Em 1989, o Flamengo foi campeão da Taça GB e o Botafogo terminou como vice, mas não houve uma decisão. Os vencedores fizeram 19 pontos, um a mais do que o segundo colocado, após 11 rodadas.

A Taça Guanabara foi disputada separada do Campeonato Carioca ou Estadual do Rio entre 1965 e 71 e em 1980. Entre 1972 e 79, 81 e 93 e a partir de 1996 foi o primeiro turno da competição maior e em 1994 e 95 reuniu os dois melhores times de uma fase de classificação.

O Flamengo é o recordista de títulos, 17, enquanto o Botafogo só conquistou quatro, mas sempre que venceu a Taça foi campeão estadual. Vasco (11), Fluminense (8) e América, Americano e Volta Redonda, um cada, são os outros campeões.

Os títulos do Flamengo:\ 1970, 72, 73, 78, 79, 80, 81, 82, 84, 88, 89, 95, 96, 99, 2001, 04 e 07.\

Os títulos do Botafogo:\ 1967, 68, 97 e 2006\

Ibson comemora ter sido "salvo" pelo goleiro Bruno

Do UOL Esporte\ No Rio de Janeiro\

O meia Ibson era um dos jogadores mais aliviados do Flamengo, após a vitória por 2 a 1 sobre o Vasco, neste domingo, no Maracanã, que garantiu a equipe na decisão da Taça Guanabara, contra o Botafogo. Quando o jogo estava empatado por 1 a 1, o rubro-negro fez um pênalti em Morais. A cobrança de Edmundo, no entanto, foi defendida pelo goleiro Bruno, aos seis minutos do segundo tempo.

"Acabei fazendo o pênalti, mas graças a Deus o Bruno defendeu. Se não, ia complicar a minha vida", comentou o jogador, que na hora da cobrança ficou falando no ouvido de Edmundo. "Eu estava dizendo que ele ia perder, que o Bruno ia defender", explicou.

Ibson destacou que o Flamengo vive uma fase de harmonia total entre jogadores, comissão técnica e a torcida, que mais uma vez fez um belo espetáculo nas arquibancadas do Maracanã.

"Nós provamos mais uma vez que temos um grupo com muita união. Não temos onze jogadores, temos 30. Todo mundo tem condições de jogar", completou.

GLOBOESPORTE

Fla passa pelo Vasco e está na decisão

Edmundo perde pênalti, e zagueiros dão vitória ao Rubro-Negro. Final é com o Botafogo

Márcio Iannacca

Foi um domingo praticamente perfeito para os rubro-negros. O Flamengo venceu o Vasco por 2 a 1, de virada, no Maracanã. Com o resultado, se classificou para a decisão da Taça Guanabara, no próximo domingo, contra o Botafogo. Para completar a alegria dos torcedores do Fla, Edmundo perdeu um pênalti quando o jogo estava 1 a 1, no início do segundo tempo. (Assista, ao lado, aos gols da partida).

Alan Kardec abriu o placar para os cruzmaltinos, mas Fábio Luciano deixou tudo igual ainda no primeiro tempo. Ronaldo Angelim marcou, na etapa final, o gol da classificação. Ao fim da partida, os jogadores do Flamengo foram à beira do gramado e comemoraram com os torcedores com a dança do 'créu'.

Desde 2000, o Rubro-Negro não perde uma partida decisiva para o rival, quando foi derrotado na final da Taça Guanabara, devido a um chocolate, comandado por Romário, por 5 a 1, no domingo de Páscoa. Já foram três finais de Estaduais, quatro semifinais de Taça Guanabara e uma decisão de Copa do Brasil com final feliz para o Fla.

Igualdade na etapa inicial

A partida foi equilibrada na etapa inicial. O Flamengo começou melhor, impondo o seu ritmo e com maior posse de bola. Chegou a assustar em uma falha da zaga vascaína, aos 22 minutos. Diego Tardelli observou um buraco na defesa do rival e cruzou para Souza, que, de cabeça, acertou a trave de Tiago.

O lance do Flamengo parece que acordou o time da Colina. A equipe passou a assustar em cobranças de falta. Aos 24, Calisto bateu e Bruno fez uma bela defesa. Sete minutos depois, o gol cruzmaltino. Edmundo puxou o contra-ataque e tocou para Amaral. Ele deu um passe em profundidade para Alan Kardec, que cortou Ronaldo Angelim e bateu no canto esquerdo de Bruno, que sequer se mexeu.

A partir daí, o Vasco teve mais duas chances de marcar. Na primeira, aos 36, Alex Teixeira recebeu na entrada da área, deu um corte em Ronaldo Angelim e chutou. Bruno pegou sem problemas. Na outra, dois minutos depois, Morais chutou de primeira e o goleiro rubro-negro voltou a defender. Porém, em uma falha da zaga, Fábio Luciano aproveitou cobrança de falta de Juan e empatou para o Flamengo, aos 41.

Erro fatal de Edmundo

Na volta para a etapa final, o técnico Joel Santana sacou Diego Tardelli, que não estava bem na partida, e apostou na entrada de Marcinho. A substituição, pelo menos no início do segundo tempo, não surtiu efeito e o Vasco se aproveitou.

Logo aos cinco minutos, Morais fez boa jogada e passou por Ibson, que o derrubou na área. Pênalti m