No retrovisor, ficou o árduo trabalho no campo, no interior do Ceará, onde passou a infância humilde, ao lado do pai, da mãe e de mais oito irmãos. Ontem, diante do mar de Copacabana, Ronaldo Angelim contava que, na hora do gol do título, não pensava em outra coisa a não ser na dureza dos anos, antes de chegar ao Flamengo.

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Paulista, mas criado no Ceará, Angelim aprendeu que o nordestino não esquece suas raízes. Ao contrário. É nelas que ele encontra o combustível para seguir adiante, em busca de glórias.

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– Na hora do gol lembrei todo o meu passado difícil, quando trabalhava na roça e furava poço. Lá no Nordeste, às vezes temos de vender o almoço para comprar a janta. Meu maior objetivo é ajudar meus irmãos a ter casa própria. Enquanto tiver forças para jogar, vou em frente – lembrou Angelim.

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O zagueiro, que chegou a chorar ao ver as imagens de sua família na TV, após o jogo, fez questão de agradecer ao Flamengo e lembrar de sua chegada ao clube, em 2006.

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– O Flamengo é muito diferente, tem vários jogadores para a mesma posição. Nos outros clubes em que joguei era absoluto. Aqui tive de ralar muito. Por isso que disse ao Andrade que jogo onde ele quiser. Já fui até lateral-esquerdo. Se ele achar que devo ir para a arquibancada, vou sem o menor problema – contou, humilde, Ronaldo Angelim.

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O autor do gol do hexa, cujo contrato termina no fim deste mês, voltou a lembrar que ainda não foi procurado pela diretoria. Ele reiterou também que seu desejo é permanecer na Gávea em 2010.

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– Devo tudo que tenho ao Flamengo. Foi ele que me ajudou a dar um pouco de conforto para a minha família. Ninguém do clube ainda me procurou. Mas vamos resolver tudo com calma – explicou.

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O gol marcado sobre o Grêmio, segundo Angelim, foi o resultado de uma jogada ensaiada, durante os treinamentos no Ninho do Urubu.