De olho no pódio: Maria Clara Lobo
Por Mariana Sá e Helena Petry - emO nado artístico é parte grande da vida de Maria Clara Lobo. Com nove anos, ela resolveu seguir os passos da mãe Cristiana, que integrou o dueto olímpico brasileiro nos Jogos de Barcelona em 1992 e foi sete vezes campeã sul-americana, e de sua avó Ana Maria, medalhista de bronze no Pan de São Paulo em 1963 e árbitra internacional. Desde então, seu crescimento no esporte foi rápido. Aos 16 anos, foi chamada para integrar o grupo do Brasil que foi para Toronto em 2015. No ano seguinte, esteve na Olimpíada do Rio de Janeiro. Em 2017 e 2018, foi considerada a melhor atleta da modalidade no país e recebeu o Prêmio Brasil Olímpico por dois anos consecutivos.
Se dividindo entre a faculdade de Comunicação Social e a vida de atleta, Maria Clara é um dos grandes destaques da modalidade atualmente. Há quase 11 anos no Flamengo, ela cresceu acostumada a torcer pelo Rubro-Negro e hoje escreve seu nome na história do clube e do esporte.
Na série 'De Olho no Pódio', o site oficial do Flamengo conta as trajetórias de alguns dos principais atletas do clube e do Brasil, passando pela vida pessoal, carreira e, claro, o Mais Querido. Conheça um pouco mais daqueles que fazem os esportes olímpicos rubro-negros e brasileiros mais fortes.
Início no nado artístico e chegada ao Flamengo
Minha avó sempre me levou para as competições. Ela é árbitra de nado e fez o esporte também. Eu fazia natação e me interessei. Entrei na modalidade com 9 anos e comecei no Tijuca Tênis Clube, depois vim para o Flamengo aos 11. Minha mãe trabalhava aqui, então ficava mais fácil vir para cá. Sempre fui flamenguista, assim como minha família inteira. Já tinha uma vontade de estar no Mais Querido antes e se concretizou mesmo em 2010. Então vim e estou até hoje.
Momentos marcantes
É difícil escolher, pois todos os Campeonatos Brasileiros que vencemos foram muito emocionantes, cada um com o seu gostinho. Mas todos foram muito incríveis e importantes na minha carreira. Pela Seleção, participar dos Jogos Olímpicos foi muito marcante. Sair na última chamada da competição, olhar para a arquibancada... foi uma das cenas mais memoráveis.
Rotina diária
Treino de manhã no Parque Aquático Maria Lenk com a Seleção, vou para a faculdade no meio do tempo e depois venho para o Flamengo, ficando até às 18h.
Entrada na Seleção Brasileira
Entrei na Seleção adulta em 2014, quando começou a preparação para a Olimpíada de 2016. Era muito nova, tinha mais ou menos 15 anos. Pulei a categoria Júnior para tentar essa vaga e era a mais nova. Foi difícil conseguir entrar no grupo, pois eu era reserva no Pan-Americano. Não era para eu ter nadado, mas a Pâmela (Nogueira, que atualmente faz parte do corpo técnico rubro-negro) teve um problema médico e voltou para o Brasil. Aí viajei para Toronto para competir. Depois fiquei efetiva na equipe. Não sei explicar direito essa ascensão. Sempre fui uma das melhores nas minhas categorias, mas fiquei muito nas de cima. Tinham meninas melhores e que competiam comigo, mas fui crescendo muito rápido. Depois que fui treinar com a Seleção, foi mais forte ainda e entrei no dueto de vez.
Dificuldades de ser um atleta de alto rendimento
Requer muito tempo. É difícil conciliar com faculdade e diversas outras coisas que pessoas normais fazem. O nado artístico é uma modalidade que treina muito, são 8h por dia. Não sobra muito para o resto.
Faculdade de jornalismo
Minha vida é praticamente o nado artístico, mas tento separar um pouco o resto fora do esporte até para eu não surtar (risos). É complicado. Já respiramos muito isso, então precisamos de um tempo. Não pensei muito em trabalhar com esse mundo no jornalismo, nunca tive essa visão apesar de gostar também e ter interesse.
Preparação para o Pan-Americano e o Mundial
As principais competições deste ano são o Mundial de Esportes Aquáticos e os Jogos Pan-Americanos. Pelo Flamengo será o Brasileiro. Estamos treinando muito e os trabalhos estão muito fortes desde o ano passado. Estamos focadas em recuperar a medalha no Pan e entrar na final do Mundial, coisas que não conseguimos nas últimas edições. Esses são os objetivos e estamos buscando muito isso. Espero que a gente consiga a curto prazo para seguir no mesmo ritmo até a Olimpíada.
Família
Moro com meu pai, minha mãe e dois irmãos mais novos. Um tem 19 anos e a outra tem 17. Os dois sempre fizeram esporte. Meu irmão era muito bom na natação, a maior promessa do Flamengo, mas resolveu sair. Hoje ele se dedica à música. Minha irmã fez natação, nado, vôlei. Chegou a competir comigo na mesma equipe, mas decidiu parar.
Ídolos
O Michael Phelps sempre foi um dos meus maiores ídolos, mas admiro muitos atletas. Não tem um específico que eu me espelhe.
Hobbies
Gosto muito de praia, sair com meus amigos, ficar com a família nos almoços do final de semana, ir para a cachoeira. Tenho uma casa de campo que é legal ir, pois é mais calmo e não pega celular. Às vezes vou ao Maracanã ver os jogos de futebol, pois sempre fui desde pequena.
Outros esportes além do nado
Não sou extremamente fã de nada, mas acompanho um pouco de tudo.
Ficha técnica
Nome: Maria Clara Lobo Coutinho
Idade: 20 anos
Altura: 1,68m
Naturalidade: Rio de Janeiro (RJ)
Principais conquistas: Sexto lugar nos Jogos Olímpicos Rio 2016, finalista no Mundial de Esportes Aquáticos e diversos títulos no Brasileiro.