Lance Livre: Deryk Ramos
Camisa 9 do FlaBasquete é o segundo personagem da série e conta um pouco da sua história com a bola laranja
Por Vitor Cachoeira - emDando sequência na série "Lance Livre", o Site Oficial do Mais Querido apresenta a história de mais um jogador do basquete rubro-negro. O segundo personagem é o ala-armador Deryk Ramos. Campeão do NBB, da Copa Super 8 e bicampeão carioca, o camisa 9 do FlaBasquete contou um pouco da sua trajetória com a bola laranja em um bate papo exclusivo.
Primeiro contato com o basquete
"Tinha uns 11 anos. Meu pai me levou a um jogo do time profissional da cidade, o Winner Limeira (SP). Nessa partida o basquete me conquistou. Lembro que foi um jogo emocionante, fiquei fascinado com as jogadas, com a adrenalina do esporte".
O momento em que percebeu que queria ser jogador profissional
"Sempre tive o habito de levar tudo a sério. Logo após essa primeira partida a que assisti, tinha a sensação de que tinha encontrado o que queria fazer na vida. Acho que a partir dali já era um sonho ser jogador profissional de basquete".
O primeiro jogo como jogador profissional
"Meu primeiro jogo com o time profissional foi com o Winner Limeira, um amistoso contra Bauru (SP), em 2009. É uma partida de muita rivalidade, duas equipes tradicionais. Tinha 15 anos. Estava muito nervoso, naturalmente. Entrei em quadra disposto a dar tudo, cheio de energia. Era muito mais jovem que a maioria dos jogadores. Sabia que se usasse o fator físico, daria trabalho pro adversário. Lembro de ter me destacado principalmente na defesa".
Jogos marcantes
"Dois jogos com certeza vou carregar na memória como partidas muito especiais. Um foi a final da Liga Sul-Americana de 2015, com o Brasília (DF). Foi contra o San Martín, da Argentina. Eu não era titular na equipe, mas nessa partida entrei no quinteto inicial. O jogo foi todo muito pegado. Faltando 10 segundos para o fim, vencíamos por 3 pontos. Cometi uma falta no arremesso pra 3 pontos do adversário e eles converteram os três lances. O jogo empatado faltando 4 segundos e tivemos um tempo nosso. Foi desenhada uma jogada pra o arremesso final do Guilherme Giovannoni, que era o nosso capitão. Na hora, a marcação foi dobrada pra cima dele, ele me encontrou livre e passou a bola. A um segundo do fim, arremessei e acertei a bola mais marcante da minha carreira até ali. Lembro que nem consegui comemorar na hora. A ficha só caiu quando o relógio apitou. Eu era muito novo, tinha 19 anos. E acabei eleito o MVP da final. Outro que guardo com carinho é a minha primeira final de NBB com o Flamengo, na temporada 2018/19. O time tinha sido todo reformulado e a adaptação não foi fácil. Fomos pro jogo 5 contra Franca, na casa deles. Ginásio lotado, um clima tenso. Não consegui entrar no jogo nos três primeiros quartos. Não me encontrava, mas não me deixei abalar também. E o último período foi diferente. Consegui matar umas bolas importantes e entrei no espírito da equipe, que estava muito determinada a sair dali com o título. A nossa torcida, apesar de muito menor, não desacreditou um segundo sequer. O grito chegava na quadra. Foi uma emoção indescritível. E o fim perfeito de uma temporada".
Chegada ao Flamengo
"Minha chegada no Flamengo foi muito especial. Recebi um convite para visitar o Museu Histórico do clube. Ainda não tinha sequer começado a treinar. Acho que não tinha dimensão do que representava fazer parte da Nação. Até então só tinha estado do lado contrário. A visita me deixou muito empolgado. Toda a história. A tradição. Os grandes ídolos que passaram por aqui. Não é a toa que o Flamengo é um dos maiores do mundo. E a estreia também foi carregada de emoção. De cara, um clássico contra o Botafogo pelo Carioca. Na casa deles. Vencemos e ali senti um gosto diferente. Sempre gostei de vencer, mas vencer com o manto foi especial".
O que pode ser determinante para a conquista do bicampeonato da América
"Ser campeão da América é um privilégio que pouquíssimos jogadores conhecem. O Flamengo não conquista esse título há alguns anos. E acho que a hora chegou de conquistá-lo novamente. Essa equipe tem um gosto por jogos decisivos. Sem dúvida isso pode nos levar ao topo do continente".
Momento que serve de inspiração para a grande final
"Sem dúvida, o último jogo da semifinal contra o Instituto de Córdoba é uma partida que mostra o que é o Flamengo. Conseguimos reverter uma desvantagem de mais de 20 pontos e, diante da nossa torcida, nos garantimos na decisão. A superação e a força que demonstramos como equipe são prova de que o Flamengo é uma equipe difícil de ser batida. Continuamos focados, mesmo diante do cenário incerto dessa pandemia. Queremos e estaremos prontos para lutar por esse título".