Se perguntarmos para cada cem torcedores rubro-negros qual o ponto forte do atual time de basquete do Flamengo, certamente a maioria esmagadora irá afirmar que é o ataque comandado pela pontaria certeira de Marcelinho. Isso não deixa de ser verdade. Afinal, o poderio ofensivo da equipe dirigida pelo técnico Paulo Chupeta foi o melhor da competição na fase preliminar. No entanto, o que muitos torcedores não sabem é que o Flamengo também foi o time que menos pontos sofreu nos primeiros 26 jogos da competição. E mais do que nunca a defesa será fundamental para o atual bicampeão brasileiro alcançar a vitória no segundo jogo da série melhor de cinco da final do Novo Basquete Brasil contra o Universo/Brasília, nesta sexta-feira, às 21h, no Ginásio Nilson Nelson, e reverter o mando de quadra a seu favor. A partida terá transmissão ao vivo do Sportv.

No Flamengo desde 2004, o assistente técnico João Batista é que tem a árdua missão de pensar e armar as estratégias defensivas da equipe rubro-negra. Para ter sucesso na hora de furar as defesas adversárias, o ex-jogador de Vasco, Ulbra, Corinthians-Pitt e Seleção Brasileira perde horas assistindo vídeos e teipes dos jogos de seus oponentes a fim de montar a estratégia adequada a ser usada em cada partida.

"Desde a época em que jogava sempre me dediquei na parte defensiva. E isso acabou de consolidando ainda mais no Flamengo com a parceria que formei com o Chupeta. A partir do momento que fiquei responsável por este setor, intensifiquei meus estudos e me especializei. Assisto a praticamente todos os jogos e quando não posso gravo para analisar todos os atletas e times europeus a fim de adaptar o que vejo à realidade brasileira", explicou João Batista, contando que costuma passar tudo o que vê para Chupeta.

"A parceria com o João é muito importante. São muitas informações para analisar e a parte defensiva ficando com ele fico mais livre para outras coisas. É uma parceria que deu super certo e, sem dúvida, a presença dele tem sido fundamental para o sucesso do Flamengo nesses últimos quatro anos", disse Chupeta.

"Conversamos muito e juntos montamos as estratégias e dependendo dos adversários traçamos a melhor maneira de jogar contra determinada equipe", completou João, contando que nos últimos três dias intensificou os treinamentos na marcação por zona.

"Na primeira partida fizemos um excelente primeiro tempo quando o Brasília exerceu uma marcação individual. Caímos de produção quando eles passaram a marcar por zona. Então, nos últimos treinos intensificamos este tipo de trabalho e seja qual for a marcação acredito que já estaremos mais adaptados", encerrou.

Destaque da primeira partida com 27 pontos e seis assistências, Hélio reconhece que teve uma atuação destacada. Porém, o armador prefere ressaltar o jogo coletivo da equipe e a forte marcação durante os 40 minutos como fatores determinantes para que o time rubro-negro saísse em vantagem na decisão do Novo Basquete Brasil.

"Eu costumo dizer que ataque ganha jogo, defesa conquista campeonato. O João é um estudioso do basquete e com certeza ele tem uma importância grande nos nossos títulos. Vencemos a primeira partida em casa porque adotamos uma defesa agressiva os 40 minutos e tiramos os principais jogadores de Brasília da posição que eles se sentem à vontade em quadra. Isso é mérito do trabalho do João, que antes de cada jogo mostra os movimentos de todas as jogadas dos nossos adversários", explicou o armador rubro-negro.

Um dos jogadores mais regulares da equipe do técnico Paulo Chupeta durante os playoffs, Hélio reconhece que o fato de Brasília mandar três jogos em casa é sim uma vantagem, mas garante que isso não diminui o otimismo rubro-negro. Pelo contrário, só aumenta o foco da equipe para conquistar mais um resultado positivo. Resultado esse que deixaria o Flamengo a uma vitória do tricampeonato. Mas Hélio prefere pensar em um jogo de cada vez.

"Temos ouvido muito as pessoas falamos que precisamos pelo menos de uma vitória em Brasília para ter a vantagem de decidir em casa. É claro que isso já seria ótimo se levarmos em consideração a qualidade da equipe adversária. Mas o Flamengo sempre entra em todas as partidas pensando na vitória, e não será diferente nesses dois jogos fora de casa. Porém, temos que primeiro pensar no jogo de sexta-feira. Esse é o mais importante no momento", afirmou o camisa 5 da Gávea.

Natural do Rio de Janeiro, Hélio atuou no Botafogo em 2002  e no Uberlândia antes de chegar à Gávea. Mas foi no Londrina que o armador se destacou até se tornar o titular da equipe comandada pelo técnico Paulo Chupeta. Segundo o jogador, além da parte técnica, o comprometimento e a amizade desse grupo têm feito a diferença em todas as competições.

"Eu nunca tive problemas de relacionamentos em nenhuma das equipes que defendi, mas reconheço que esse grupo é único, diferente. Aqui não existe vaidade e não tem divisão. Somos amigos dentro e fora de quadra e estamos sempre juntos. Nas horas boas e nas dificuldades. Nos jogos a gente olha par o lado e sabe que pode contar com qualquer companheiro. Temos um comprometimento muito grande com essa equipe e com o Flamengo, independentemente dos problemas que acontecem fora da quadra. Todo time é como um casamento, no qual existem discussões, brigas e problemas. Mas quando isso acontece, nós sentamos e resolvemos ali mesmo. Como o Marcelinho costuma dizer, aqui ninguém dorme triste. A alegria é a tônica da nossa equipe", revelou Hélio.

Venda de produtos oficiais
Na entrada rubro-negra, portão 5 do Ginásio Nilson Nelson, os torcedores poderão adquirir produtos oficias do clube em um quioque.