Doze títulos seguidos depois, FlaBasquete quer mais uma taça para a coleção no Rio de Janeiro
Maior campeão do estado, time busca ampliar a hegemonia contra o Botafogo
Por Lucas Dantas - emO Flamengo é o dono absoluto do basquetebol carioca. Mesmo
com algumas interrupções ao longo dos 94 anos de disputa, ainda são 43 títulos
dentre os organizados pela Federação de Basquete do Rio de Janeiro e um pela
Liga Metropolitana, que antecedeu a Federação. A atual hegemonia, se é inédita
para o campeonato, não surpreende pelo fato que o Flamengo ganhou todos os
títulos de 1951 a 1960, sendo esta a segunda maior série histórica da
competição.
Desde 2005 que o troféu de Melhor do Rio não sabe o que é
ser levantado por mãos diferentes que as do Flamengo. Já são 12 conquistas
seguidas. O campeonato não é mais o mesmo dos anos 80 e 90, mas o Flamengo
sempre respeitou e buscou a vitória. Nesta quinta-feira, contra o Botafogo, o
time entrará em quadra para a segunda partida da decisão de 2018, após ter vencido
a primeira por 88 a 69, na Gávea, na última terça. Uma nova vitória dá ao
FlaBasquete o troféu de 2018, a confirmação da superioridade e, também, abre a
intensa temporada que se vislumbra.
A campanha atual teve 100% de aproveitamento, a segunda
maior marca de pontos em uma partida do clube, a estreia de uma nova forma de
jogar e novos rostos vestindo o Manto Sagrado, além da coroação de nomes como
Marquinhos e Olivinha que já estão inseridos no panteão dos craques do basquete
rubro-negro.
O Flamengo abriu a série contra o Botafogo e contra o
Botafogo a encerrará. Desde 2016, quando o rival retornou ao basquete adulto,
são 11 jogos e 11 vitórias rubro-negras. Pelo estadual deste ano, vitória por
67 a 57 na estreia, no primeiro jogo do novo time comandado por Gustavo De Conti.
Já no returno, o jogo foi mais apertado: 73 a 69 para o Mais Querido. No último
NBB, duas outras vitórias rubro-negras: 107 a 54 no primeiro turno e 90 a 84 no
segundo.
A final entre Flamengo e Botafogo não é exatamente inédita,
embora tenha ocorrido poucas vezes. Apenas em quatro ocasiões os times se
enfrentaram na decisão. Em três delas, 1934, 1951 e 1999, o Fla levou a melhor,
contra um deles, em 1991.
O início da história
A sequência do tridecacampeonato começou em 2005, quando o
basquete carioca era bem diferente. Mais times, uma competição mais forte e com
um favorito que não vestia rubro-negro.
O Flamengo havia passado por dificuldades no esporte um ano
antes. O esforço de sócios e amantes da bola laranja fez com que o basquete não
desaparecesse do clube. E o time comandado por Paulo Chupeta foi para a quadra
enfrentar o Telemar e o Vasco, além de mais cinco times.
Com nomes como Alexey, Olivia, Mingão e Ricardinho, o time de Chupeta realizou uma campanha de 14 jogos, com 12 vitórias e duas derrotas até a semifinal, onde despachou o Vasco por 2 a 1 na melhor de três. A decisão foi contra o Telemar, em um duelo onde o favoritismo estava todo do outro lado. O adversário tinha jogadores do quilate de Ratto, Sandro Varejão e um ainda novato Olivinha, que terminou como cestinha da competição com 313 pontos.
No primeiro jogo, vitória incontestável do Telemar por 107 a
82 no Club Municipal, no Rio. A vantagem de 25 pontos assustou, o Flamengo
precisou recolocar as peças no lugar e foi para o segundo jogo pressionado. Com
grande atuação coletiva e Guto marcando 17 pontos, o time venceu por 80 a 78,
forçando o terceiro confronto. Foi quando Alexey desequilibrou, marcou 24 vezes
e o Flamengo levantou o título após a vitória por 93 a 90, em 22 de dezembro. Estava
iniciada a maior sequência de títulos da história do basquete carioca.
No ano seguinte, Olivinha voltou ao Flamengo para jogar com
seu irão Olívia e juntos conquistaram o bicampeonato de forma invicta, com 20
vitórias em 20 jogos. Uma campanha irretocável coroada com a vitória sobre o
Rio Pan 2007 depois de duas prorrogações na segunda partida.
O tempo real acabou em 70 a 70 e a prorrogação começou com o
Flamengo na frente e segurando o placar em 80 a 77 até 21 segundos para o
final, quando Douglas, de três, empatou para o Rio Pan a oito segundo do fim.
Na segunda prorrogação, o jogo chegou a estar empatado em 85 a 85 até Gema
soltar o time no placar e fazer 93 a 87. Olivinha fechou a conta com uma
enterrada e o título.
A dinastia Marcelinho
O estadual de 2007 marcou o início de uma era. A Era Marcelinho Machado. O eterno camisa 4 comandou o Flamengo em sua época de glórias que culminou com o Mundial de Clubes, em 2014, seis títulos do NBB, Liga das Américas e outros 10 campeonatos estaduais.
Marcelinho e Coloneze comandaram o time na final contra o
Vasco no Maracanazinho. Em duas decisões, o Flamengo venceu a primeira por 92 a
74 e levou a vantagem. No segundo jogo, emoção até o final e o título só veio
nos derradeiros segundos da partida, como lance livre de Hélio, fazendo 75 a
73. O Vasco teve a chance de atacar, mas desperdiçou e o título veio para a
Gávea mais uma vez.
O caminho estava pavimentado para a hegemonia completa do
basquete carioca. O Flamengo continuou vencendo, não importava a fórmula ou os
adversários. Com o fortalecimento do NBB, o estadual acabou perdendo espaço no
calendário, sendo disputado com poucas equipes. De 2013 a 2016, apenas três
clubes jogaram, mais como uma preparação para o restante da temporada do que
uma competição propriamente dita. O Flamengo, que tem o Manto a zelar, tratou
de ganhar as disputas e acumular taças.
Nesta quinta, a expectativa é de mais uma na galeria. O Flamengo precisa vencer o Botafogo novamente para ficar com o troféu pela inédita 13ª vez. Jamais um time ganhou tanto e a fome não acabou. Rumo ao tridecacampeonato, Flamengo.
As equipes de basquete do Clube de Regatas do Flamengo contam com recursos de seus patrocinadores – thinkseg, Estácio, AmBev, Rede D’or, IRB Brasil RE, CSN, Brasil Plural, EY – via Lei de Incentivo Federal/Ministério do Esporte (IR) e Lei de Incentivo Estadual/Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude (Seelje) do Rio de Janeiro, além de apoio do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) proveniente da descentralização de recursos oriundos da Lei Pelé. O Projeto Anjo da Guarda Rubro-Negro, de transferência fiscal de pessoa física, beneficia todas as modalidades olímpicas do Mais Querido.