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As marcas de um ídolo

Marcelinho está a 18 pontos dos 8 mil com o Manto Sagrado; jogador está próximo de completar 350 jogos pelo Flamengo

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A última vez que o Flamengo entrou em quadra foi no dia 03 de abril, quando o Rubro-Negro encerrou com chave de ouro a fase classificatória do Novo Basquete Brasil (NBB) desta temporada. Na vitória sobre o Basquete Cearense, fora de casa, um dos destaques da equipe foi o capitão Marcelinho, cestinha com 20 pontos, sendo 18 marcados com bolas de três. Naquele jogo, o ala-armador passou dos 500 pontos marcados nesta edição do NBB, chegando aos 514 na competição, mas ainda há mais marcas pessoais a serem alcançadas em breve. O ídolo da torcida rubro-negra está a 18 pontos dos 8 mil pelo Flamengo, time que defende desde 2007, além de estar a sete partidas de completar 350 pelo clube. Detentor de uma média de 22 pontos por jogo, Marcelinho tem grandes chances de chegar aos 8 mil pontos na partida do próximo sábado (26.04), às 21h30, contra o Bauru, o primeiro confronto da série melhor de cinco das quartas de final do NBB 6. Quando alcançar os feitos, o atleta será homenageado com camisas comemorativas.

Referência no grupo em aproveitamento de arremessos em quadra - seja por lances livres, de dois pontos ou três -, Marcelinho Machado é o cestinha da equipe no campeonato nacional desta temporada. O segundo maior pontuador do time, o armador Laprovittola, tem 417 pontos até agora no NBB 6: quase 100 pontos a menos que o veterano. Com 7.982 pontos pelo Flamengo, o jogador acredita que a concentração é a chave para o sucesso.

"Não é só o tempo de treino extra que eu fico na quadra, mas o foco nesse treino. Tão importante quanto ficar até mais tarde é treinar concentrado, as situações de jogo, e isso faz diferença na hora da partida. Todos da comissão técnica me ajudam, além dos meus companheiros. Como costumo dizer, em esporte coletivo ninguém consegue nada sozinho. Então, para eu treinar uma série longa de arremessos, tem sempre alguém pegando bola, assim como nas saídas de jogada, fazemos muito isso", disse Marcelinho.

O atleta revela que o faro para o arremesso vem desde pequeno, depois de receber o apoio de seu tio, justamente após uma partida em que ele não marcou nenhuma vez. "É uma característica minha desde garoto. É até engraçado, porque no meu primeiro jogo aqui no Flamengo, eu lembro que meu tio Peixoto, era o técnico da categoria de cima, do Mirim, e eu não fiz nenhuma cesta. Na época, eu tinha 10 anos e meus amigos todos tinham marcado, então fiquei meio chateado, era criança. Me lembro que ele (seu tio) me escreveu uma carta, me dizendo para ter calma e ficar tranquilo, e que eu faria uma cesta no próximo jogo e os pontos iam sair naturalmente. Desde então, eu tive essa característica em todos os times que passei, de ser um jogador muito ofensivo. Busco sempre pontuar ou atrair a defesa para dar a assistência", contou.

Dentre as 343 partidas disputadas pelo Flamengo, Marcelinho não consegue eleger apenas uma. Mas as preferidas tem um fator comum: o Sexto Jogador. "São muitas, mas as conquistas de título dentro de casa, na frente da torcida, são todas muito marcantes. Não têm preço. A Liga das Américas (2014), o NBB 1 (2008/2009), foram espetaculares. Uma cesta que eu fiz que ficou na minha lembrança, talvez seja a cesta contra Franca, nos playoffs do NBB, lá em Franca, quando eu acertei o chute, ganhamos o jogo e passamos para a final (em 2010, o ala Marcelinho acertou um tiro de três, no estouro do cronômetro, que deu a vitória à equipe rubro-negra)", disse.

Com 39 anos de idade, completos no dia 12 de abril, Marcelinho mantém a alta média de 31 minutos em quadra por partida. "Meu biotipo conta muito, mas o fato de eu ter me dedicado sempre à parte física me ajuda bastante. o corpo fica com aquela memória. Eu já tenho um histórico de estar sempre bem, ser um dos mais bem preparados fisicamente do time. Eu estava um pouco em dúvida com relação à minha volta, como seria, mas estou me sentindo muito bem ", explicou.

A "volta" a que se refere Marcelinho é sobre seu retorno às quadras após a lesão mais grave de sua carreira. Em 2012, uma ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho direito, logo na estreia do Flamengo no NBB 5, na partida contra o Vila Velha, deixou o atleta fora de toda a temporada passada. Apesar do período delicado de recuperação, quando já tinha 37 anos, o ala-armador voltou muito bem.

"A família é o que mais ajuda sempre. São a base de tudo e é onde a gente se fortalece quando precisa. Mas também contei com uma estrutura muito boa aqui no Flamengo, tanto a parte médica, quanto a parte física, além dos meus amigos. Meus companheiros sempre me deram muita força, viram meu sofrimento para voltar, não foi uma volta simples. Para alguns, é mais fácil do que para outros, e pela idade já mais avançada, a minha recuperação foi bem complicada, mas sempre tive confiança, como em tudo que eu faço na minha vida. Sabia que ia dar certo e estou feliz por continuar jogando", disse.

Hoje ídolo da Nação, Marcelinho revela que, quando criança, só pensava em defender o Manto Sagrado. "Quando eu comecei a jogar basquete, eu só pensava em jogar pelo Flamengo. Eu era um rubro-negro de ir com o meu pai ao Maracanã, comecei a jogar aqui. Mas depois, minha carreira acabou sendo encaminhada de outra forma e tenho que ser profissional. Saí garoto daqui por uma necessidade, meu pai era diretor do Fluminense e acabei saindo para ficar próximo dele. Mas ficou feliz que uma coisa levou à outra e hoje consigo unir o útil ao agradável. Sou profissional do Flamengo e faço parte de um time que está escrevendo a história do clube. Para mim é uma honra, um privilégio e um orgulho muito grande jogar com essa camisa", concluiu.

Garanta aqui seus ingressos para torcer para o Marcelinho chegar aos 8 mil pontos das arquibancadas do Tijuca Tênis Clube, no próximo sábado (26.04).