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200 vitórias na quadra e uma derrota completamente injusta fora dela

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O dia 12 de fevereiro de 2015 deveria ser somente de festa para o basquete do Flamengo. Ao vencer a S.E. Palmeiras, em um ótimo e difícil jogo na casa do adversário, por 89 x 85, o Flamengo tornou-se o primeiro clube a atingir a importante marca de 200 vitórias na história do NBB.  Somos o clube mais vencedor em toda a bela caminhada de sete torneios do NBB. 
 
Parabéns a todos que participaram dessa linda trajetória: atletas, comissões técnicas, dirigentes e, sobretudo, à imensa Nação Rubro-Negra. Da primeira à ducentésima vitória, ganhamos absolutamente tudo nesse período, no Rio, no Brasil, nas Américas e no mundo. Mais importante, conquistamos nosso mais relevante título: O "Orgulho da Nação".
 
Foram 258 jogos nessas sete temporadas, com 200 vitórias – com ótimo aproveitamento de 78%.
 
Neste momento de comemoração, veio também a revoltante notícia do primeiro W.O. confirmado pelo Tribunal Pleno do STJD do Basquete, por conta da não-realização do jogo Flamengo x Pinheiros no dia 25 de novembro de 2014. Em um julgamento muito célere, em que – para se ter ideia da importância dada pelo órgão ao processo - a Procuradoria não compareceu - o tribunal não acatou o recurso do clube, em uma votação mais uma vez, como na primeira instância, não unânime (5x2). O relator, que sugeriu a punição, já veio com o voto pronto e apenas o leu, após a exposição dos argumentos pelo advogado do Flamengo.
 
O STJD da Liga Nacional de Basquete, então, impôs ao nosso clube, fora da quadra, uma derrota (sem disputa de jogo) para o Pinheiros. A decisão de pena máxima é grave, por ter efeito prático de duas derrotas (não levamos o ponto de participação da partida), aplicada em um réu primário e com enormes serviços prestados ao basquete brasileiro, fator que é levado em conta em qualquer tribunal do mundo. Campeonatos decididos dessa forma já deveriam apenas fazer parte de um passado triste do basquete brasileiro.
 
O C.R. Flamengo manifesta novamente sua indignação pela punição completamente desproporcional ao fato ocorrido. Renovamos nosso protesto pela falta de equidade da Liga Nacional de Basquete ao não denunciar outros participantes nesse mesmo campeonato. Como, por exemplo, o Bauru Basket pelo episódio do cancelamento de seu jogo em função de goteiras em seu ginásio no dia 18 de novembro de 2014, em flagrante descumprimento do artigo 211 do CBJD e do artigo 5.1 do regulamento da própria LNB.
 
Enfatizamos novamente que a Liga Nacional de Basquete, em respeito ao pedido de um clube fundador e por uma questão de transparência, deveria ter se pronunciado imediatamente sobre a existência ou não dos laudos liberatórios de todos os ginásios, o que poderia mudar a interpretação do STJD. A desculpa da não previsão estatutária se enfraquece perante a existência de uma lei maior, o Estatuto do Torcedor, que exige tal apresentação.
 
Além disso, o C.R. Flamengo expressa sua profunda decepção com os órgãos governamentais federais e municipais que, além de não nos ajudarem na infernal burocracia estatal para a liberação da construção de nosso ginásio com recursos 100% privados, permitem que a cidade do Rio de Janeiro esteja entregue a sua própria falta de sorte em termos de ginásios de alto nível, a apenas um ano e meio dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Na semana passada, tivemos que desistir de sediar uma das semifinais da Liga das Américas por absoluta falta de local para a partida.
 
O C.R. Flamengo continuará com sua conduta, que nos levou a sermos os maiores vencedores da história do NBB. Somos os atuais campeões mundiais, campeões da Liga das Américas, bicampeões do NBB, decacampeões do Estadual. Até a NBA já percebeu a nossa força. Tudo isso, graças exclusivamente ao talento e suor de nossos atletas e o apoio de nossa torcida, sem a ajuda externa de absolutamente ninguém. No entanto, no dia em que atingimos o histórico triunfo 200 da história do NBB, perdemos estranhamente um jogo com resultado decretado fora da quadra, para um adversário que, coincidentemente, derrotamos na semana em que encerra, por 21 pontos, em seus domínios. Ganhamos por 21 pontos dentro da quadra e perdemos fora dela, sem disputa de bola, sem cestas de dois ou três pontos. Cabe enfatizar que, na prática, o maior prejudicado nessa história não será o Flamengo, mas algum clube que ficará fora dos playoffs por uma decisão externa, que nada tem a ver com o esporte, levando à potencial injusta demissão de vários profissionais na próxima temporada.
 
Caros rubro-negros, apesar de todas as dificuldades e barreiras que nos impõem, prosseguiremos em nossa luta com todas as nossas forças para que, se quiserem nos derrotar, que seja dentro da quadra, com os verdadeiros méritos de vencedores que tivemos nos últimos dois anos. Nosso Departamento Jurídico está estudando alternativas, que podem nos levar até a uma apelação em organismos internacionais, na busca por imparcialidade.
 
Apesar de apoiarmos a evolução do basquete nacional através da LNB, nunca abriremos mão da livre manifestação e crítica, muito menos dos nossos direitos. Perdemos uma batalha, mas a guerra continua e vamos até o final nessa história, doa a quem doer, defendendo os interesses do C.R. Flamengo e, principalmente, as decisões esportivas por mérito. Que os jogos de basquete sejam sempre decididos por quem arremessa, "enterra", dá "ganchos", converte lance livres ou faz alguma "bandeja" e, não mais, através da força de uma caneta.
 
Saudações rubro-negras,
Conselho Diretor do C.R. Flamengo