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Flamengo x River. Na Libertadores, dois jogos, duas vitórias.

Clássico só teve um encontro na competição, em 1982, com show rubro-negro

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Flamengo e River Plate são velhos conhecidos em competições internacionais. Mas na Taça Libertadores da América, apenas uma vez os times se encontraram. Em 1982, o clássico se deu na fase semifinal, com dois duelos cheios de gols e com a vitória rubro-negra no final. E só. Nunca mais na história da competição os dois se encararam. Agora, quase 36 anos depois, o encontro se repete. 

Lá na casa deles

A fórmula da Libertadores da América de 1982 era diferente. Por ser o campeão, o Flamengo entrou direto na fase semifinal, em um grupo com River Plater e Peñarol (Uruguai), classificados em primeiro nas suas chaves anteriores.

O primeiro jogo entre Flamengo e River foi no Monumental de Nunez, em Buenos Aires, na noite de sexta-feira, 22 de outubro de 1982. O palco dos "Millonarios", no bairro de Belgrano, estava lotado. O ambiente era o clássico de uma Libertadores da década de 1980. A hinchada do River pressionava em busca de sua primeira Libertadores, uma vez que o Boca já tinha duas na conta. Começar com uma vitória no grupo seria um gigantesco passo para a classificação para a final, além de praticamente eliminar o Flamengo. Só esqueceram de combinar com Zico e companhia. 

Sob forte chuva, o Flamengo ignorou a pressão vinda das arquibancadas e foi para cima. Ao 11 minutos, Zico lançou Wilsinho na direita. O ponta tirou Saporiti da jogada e chutou para a área, onde Lico esperava para abrir o placar e calar o estádio pela primeira vez. O primeiro tempo então virou uma batalha entre o campeão do mundo e um time argentino querendo honrar sua camisa perante a apaixonada torcida. Porém, o Flamengo foi para o vestiário com a vantagem. 

Veio o segundo tempo, a animação da torcida era enorme, o River foi para o ataque, mas abriu a defesa. Aos cinco, Zico pegou a bola no meio campo, colocou entre as pernas de Tarantini e chutou da entrada da área, sem chances para o goleiro Puentedura. Era a segunda vez que o Flamengo calava o Monumental. 

Valente, o River foi para o tudo ou nada. o Flamengo vinha de derrota na primeira partida contra o Peñarol, precisava manter a vitória. Ou aumentar. E quando parecia tudo acabaria como estava, Lico roubou a bola na zaga, lançou Marinho, que disparou como um ponta pela esquerda, viu Nunes entrando livre no meio e tocou. O Artilheiro das Decisões finalizou bem ao seu estilo e sacramentou a vitória, aos 44 do segundo tempo. 

No Maracanã

O segundo turno do grupo começou com o River Plate praticamente eliminado, após derrota por 4x2 para o Peñarol. O Flamengo receberia os argentinos em casa precisando igualar os uruguaios na campanha, inclusive fazer saldo de gols (estava favorável por dois). 

Ao contrário do costume da competição, a partida foi disputada à tarde, no feriado de finados de 02 de novembro, uma terça-feira de sol no Rio de Janeiro. Mais de 60 mil rubro-negros encheram o Maracanã e viram Tita fazer um golaço aos 17 minutos, abrindo a contagem. Olarticoechea errou a saída de bola e o meia aproveitou, mandando de fora da área, por cobertura, vencendo o goleiro argentino. 

O Flamengo tinha o jogo nas mãos (ou nos pés) e controlava as ações da partida, mas não ampliou na primeira etapa. O segundo gol veio apenas no início dos 45 minutos finais. Junior armou a jogada e deu para Lico. Com um toque rápido, o camisa 11 acionou Tita, que de primeira devolveu para Junior, que descia como uma flecha no meio da zaga argentina. O Capacete deu um toquinho e tirou Puentedura da jogada, fazendo o segundo, aos seis minutos.

O River reagiu. Alzamendi diminuiu aos 25, mas nem comemorou. Primeiro, porque o resultado ainda era péssimo para os argentinos. E depois porque Zico, aos 27, fez o terceiro, em cabeçada mortal na pequena área.

O jogo esquentou. Os argentinos provocaram briga após o gol, mas o Flamengo nem quis saber. Querendo fazer mais um, pegaram a bola e a levaram para o meio do campo. Queriam futebol. O River, já eliminado, resolveu tentar estragar a festa e fez mais um, com Bulleri, aos 31. Mas Ronaldo Marques colocou números finais no jogo, igualou o placar do Peñarol e botou o Flamengo na liderança do grupo. 

O Flamengo encerraria sua participação na Libertadores daquele ano após uma derrota para o time uruguaio, que acabou campeão no final. Mas na lembrança contra o River, na competição, o Flamengo tem ótima história para contar.