Marcelo Vido fala sobre o voleibol rubro-negro
Diretor Executivo de Esportes Olímpicos projeta a modalidade no Mais Querido e a permanência do treinador Alexandre Ferrante
Por Raiana Monteiro - emPouco mais de um mês após a classificação do Flamengo para disputar a próxima edição da Superliga de vôlei, o Diretor Executivo de Esportes Olímpicos, Marcelo Vido, fala sobre o futuro do projeto do voleibol rubro-negro feminino.
INÍCIO DA REESTRUTURAÇÃO
“A história do voleibol rubro-negro é de muito sucesso, de muitas conquistas, começando desde a décadas passadas com expoentes como Jacqueline, Isabel, Tande, Bernard, Virna e Leila, até recentemente com nossas equipes de base. Desde 2013 a gente tem trabalhado na reestruturação dessas equipes, desde a iniciação esportiva da Escola de Esportes Sempre Flamengo, passando pela base, tanto no masculino quanto no feminino, através da ciência do esporte, que é o nosso programa que, além de performance, tem foco na saúde do atleta. O CUIDAR veio para preencher essa lacuna e tem trabalhado muito bem com nosso plantel. Hoje nós temos em torno de 110 atletas da base, juntando masculino e feminino.”
SUCESSO NO PLANEJAMENTO DA SUPERLIGA B
“Em 2018 nós começamos a almejar um salto, um degrau acima, que era voltar a disputar a Superliga e consequentemente ter uma equipe competitiva na categoria adulta. Então o caminho era passando pela Superliga B, e assim foi feito”
“Montamos uma equipe competitiva para conquistar uma das vagas para a Superliga A do vôlei feminino, inicialmente, e conseguimos através de um trabalho muito responsável, muito dedicado da equipe técnica. Com méritos nós subimos para a Superliga, de acordo com o regulamento da Confederação Brasileira de Vôlei. Feito isso, conquistado essa etapa, nossa próxima passou a ser uma equipe competitiva na Superliga A”
SUPERLIGA
“Sabemos a diferença, em termos técnicos e de investimentos, de disputar a Liga B e a Liga A. Nesse sentido, de uma forma novamente responsável, estamos montando uma equipe competitiva. Faremos o melhor possível com essa equipe. Fomos procurados para fazer uma parceria onde o Flamengo só cederia a camisa e o nome, mas não é o nosso foco. Não vou entrar no mérito se é bom ou ruim, mas o Flamengo, até por ser uma equipe com história no voleibol e nos esportes olímpicos, tem que ter sua própria equipe”
“Conseguimos o acesso e vamos com tudo para fazer o melhor possível dentro das nossas limitações orçamentárias, mas sempre com um grupo muito aguerrido, sabendo que temos que buscar o melhor resultado possível em todos os jogos. No entanto, esse é mais um processo de crescimento dentro de um projeto a médio e longo prazo. Se pensarmos bem, o projeto de Superliga começou há um ano apenas. Queremos sim, em um espaço curto de tempo, buscar o título da Superliga A, mas nesse momento a ideia é ter uma equipe competitiva, equilibrando jovens talentos do clube com jogadoras experientes. Aí incluímos também atletas estrangeiras, porque o regulamento permite que tenhamos duas estrangeiras e o mercado de brasileiras, infelizmente, é escasso. Com a escolha das atletas brasileiras e a escolha muito específica das estrangeiras para compor uma equipe competitiva através do nosso técnico, Alexandre (Ferrante), acho que faremos um bom papel. Naturalmente não estaremos nas primeiras posições, mas lutaremos pelos playoffs e quem sabe logo mais disputar títulos”
FINANCIAMENTO DO VOLEIBOL RUBRO-NEGRO
“Uma das nossas metas nos esportes olímpicos do Flamengo é ser um dos melhores clubes formadores do Brasil, e que retenha seus talentos também. Para isso você precisa atacar algumas áreas de investimentos. A área de equipamentos, de pessoas, com capacidade e competência para suas funções, e outra é você ter financiamento para reter os jovens atletas e buscar outros consagrados no mercado”
“Pensando dessa forma, foi uma diretriz da diretoria ter, juntamente com o Marketing, uma equipe exclusiva em busca desses recursos para o financiamento dos esportes olímpicos. Nesse momento, especificamente, para o voleibol. Com isso, essa equipe está sendo estruturada e irá responder ao Marketing. Já estamos tendo algumas novidades em vista para patrocínio da nossa equipe de voleibol, que deve ser anunciado nos próximos dias, assim como temos uma parceria com o Governo do Estado”
PLANTEL DA SUPERLIGA
“Isso está sendo avaliado pelo técnico, mas deve ser algo em torno de 15 a 16 atletas. Porém ainda não sabemos quantas atletas da base. Isso ainda está sendo fechado”
A PERMANÊNCIA DO TÉCNICO ALEXANDRE FERRANTE
“O Alexandre foi contratado em 2016 para uma função de coordenação e reestruturação administrativa do voleibol. Fez um trabalho muito interessante e posteriormente assumiu a área técnica da equipe na Superliga B. A ideia é mantê-lo na Superliga A e ao mesmo tempo ele virar um head coach, que não só vai cuidar da equipe adulta, mas também de toda a formação da base. Ser head coach nesse caso é ter uma visão global”
INÍCIO DE TEMPORADA
“Os contratos começam a partir de 1º de julho para as jogadoras brasileiras. Para as estrangeiras é um pouquinho diferente. Em julho também se inicia toda a parte de avaliações de pré-temporada com o CUIDAR e já dando sequência para o trabalho da preparação física e técnica visando as competições da temporada, que devem iniciar no final de Agosto”
RETORNO DO VOLEIBOL AO MARACANÃZINHO
“É um estudo que a gente tem feito (jogar no Maracanãzinho). Precisamos entender o custo de jogar lá, para que público, e então vamos avaliar se vale a pena. Levaremos para avaliação o Maracanãzinho, o Tijuca Tênis Clube, e vamos ver dentro da Federação carioca e da CBV se o nosso ginásio Hélio Maurício poderia também comportar partidas oficiais”
“Quanto aos treinos, à princípio a equipe adulta treinará no ginásio Hélio Maurício, em horários acordados com o basquete”
“Seria um sonho fazermos rodada dupla e até tripla, pensando em Maracanã e Maracanãzinho, com futebol, vôlei e basquete. Fazer com que a praça do Maracanã seja uma praça esportiva em que receba dois ou três eventos. É um sonho que esperamos que seja possível”